Concurso MPU: criação da polícia do órgão, discutida desde 2020, é defendida por Aras

A criação da carreira policial própria do órgão, para preenchimento por meio de concurso MPU (Ministério Público da União), que vem sendo discutida desde 2020, foi defendida pelo procurador-geral da república, Augusto Aras, em declaração feita no último dia 10 de outubro. De acordo com ele, a nova carreira poderá permitir o aumento das operações, bem como intensificar a presença de procuradores na Amazônia, além de diminuir a necessidade de apoio de outros órgãos da segurança pública, como polícias militares, federal e civil. “Com a aprovação pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ) há dois anos da Polícia do Judiciário, o Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) pôde facultar à Procuradoria-Geral a criação de uma polícia para a proteção dos membros e servidores do MPU, inclusive dos estados, nas operações. Não será necessário ter que requisitar de estados tantos policiais, e nem desfalcar em demasia as corporações policiais, prejudicando a proteção direta da sociedade”, disse Aras.

A criação do cargo no MPU foi anunciada em 2020, quando a Associação Nacional dos Agentes de Segurança Institucional do MPU e CNMP (Agempu)   elaboraram uma minuta com o objetivo de transformar a carreira de agente de segurança institucional em agente de polícia. 

Ao defender a criação da carreira, no último dia 10, o atual PGR reforçou que "a polícia do MPU, de modo algum, substituirá e nem se confunde com o imprescindível trabalho de todas as forças de segurança, nossas parceiras de sempre e com quem continuamos contando para atuar de forma conjunta e irmanada, especialmente a Polícia Judiciária Federal”.

Em 2020, o coordenador executivo da Agempu, Rene Sales Costa, disse que a mudança na carreira tem por objetivo promover uma simetria constitucional. Segundo ele, os poderes da República - executivo, legislativo e judiciário - já contam com polícias próprias, o que pode ser feito também para o MPU. 

Atualmente, o Ministério Público da União possui cerca de mil agentes de segurança concursados, mas sem regramento disciplinar e de atuação análogo ao da polícia judicial.

De acordo com nota divulgada pela assessoria de imprensa do MPU,"para repor quem está saindo e chegar a um mínimo de 1,3 mil policiais no MPU será necessário fazer concurso público, ainda sem qualquer previsão de realização"

Concurso MPU : saiba como foi a última seleção

O último concurso MPU ocorreu em 2018, quando contou com uma oferta inicial de 47 vagas imediatas, além de formar cadastro reserva de pessoal. As oportunidades foram para os cargos de analista do MPU – Direito, e técnico, na área de administração. A banca organizadora, na ocasião, foi o Cebraspe.

No caso de técnico, que pede apenas ensino médio, a remuneração inicial foi de R$ 6.862,72, enquanto para analistas, de nível superior, inicial de R$ 11.259,81.

Jornalista profissional e apaixonado por música e letras, atua na área de concursos públicos há quase 30 anos. Formado pela Universidade Metodista de São Bernardo do Campo, em São Paulo, ingressou na mídia especializada em concursos em 1994, onde exerceu durante 19 anos a função de chefe de reportagem em um dos mais tradicionais veículos de comunicação do segmento. Desde dezembro de 2013 vem desenvolvendo o trabalho de prospecção de concursos previstos no Jornal dos Concursos (JC Concursos), sempre atento às novas oportunidades que se vislumbram para quem pretende ingressar no funcionalismo público.