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Carta aberta à Polícia (e a quem a comanda)

William Douglas comenta a situação dos manifestos populares em todo país. Segundo especialistas, tema é cotado para os próximos concursos

Da Redação
Publicado em 10/07/2013, às 10h45

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Sou ex-delegado de Polícia, atualmente juiz federal, mas também professor e cidadão, e, mais que tudo, pai de família. Meus alunos e meus filhos têm o direito de irem às ruas e não serem tratados como bandidos apenas por fazerem uso de seus direitos constitucionais. Igualmente, eu e todos os demais brasileiros temos direito a uma polícia que prenda os arruaceiros, depredadores e vândalos. Por isso, eu realmente gostaria que vocês aprendessem a diferenciar os dois grupos. Não é tão difícil, asseguro.

É tão simples distinguir que é possível que o problema seja de comando. A quem interessa confundir os dois grupos? Não faz sentido a polícia ficar quieta contra vândalos e atacar estudantes em movimento pacífico! O dever da polícia é proteger a população e os bens, assim como prender quem estiver violando a lei. Quem comanda, comande isso, oriente e treine a tropa.

A explicação é simples:

(a) quem estiver jogando pedras, queimando, depredando ou incendiando évândalo, por favor, prendam (fazendo apenas uso da força necessária para tal) elevem para a delegacia mais próxima;

(b) quem estiver caminhando e cantando, sem violência, é estudante (seu filho, talvez), é cidadão (como você é também), é gente cansada de corrupção, de ser feito de tolo, de ver o dinheiro de hospitais e escolas irem... bem, todo mundo sabe para onde está indo.

Dentre as coisas que faltam, uma delas é a polícia (e quem a comanda) fazer seu trabalho com os bandidos e cumprir seu dever moral com as pessoas de bem, estejam em casa ou na rua.

Dentre outras coisas que faltam, acrescento: lugar de deputado, senador, ministro e presidente tratar da saúde é no SUS. E o lugar dos filhos deles estudarem é na escola pública. Simples assim. E que pais e filhos usem transporte público (sem carro oficial). Rapidamente, o SUS, escolas e transportes públicos ficarão muito bem, obrigado.

O povo todo, porém, deve entrar na onda e não participar mais do“jeitinho”, do "por fora", da sonegação, do voto em troca de mariolas. Enfim, quem sabe não chegou o tempo em que vamos passar o país alimpo? Sem violência, claro, no bom sistema que Jesus, Gandhi, Luther King Jr e Mandela utilizaram.

Aproveito também para sugerir que os partidos políticos levem suas bandeiras não para as ruas, de forma oportunista, mas para as casas legislativas e façam lá a limpeza que o povo está pedindo de forma pacífica e democrática. A rua é do povo, é “a maior arquibancada do país”. Não é lugar, hoje, de políticos: vocês têm mais o que fazer, façam: acabem com seus privilégios de elite francesa antes da Queda da Bastilha. Ah, sim, e voltando à polícia (e a quem a comanda): aprendam a distinguir os grupos e a tratar cada um deles com o respeito que fazem por merecer.

William Douglas é juiz federal, titular da 4ª Vara Federal de Niterói - Rio de Janeiro, professor exclusivo em Técnicas de Motivação e Memorização da rede LFG e pai

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