No dia 13 de outubro, ao mesmo tempo em que candidatos estavam compenetrados na resolução da prova objetiva para o cargo de soldado da Polícia Militar do Mato Grosso do Sul, a Polícia Civil do Estado tomava conhecimento de um esquema elaborado por dois irmãos e um professor de ensino fundamental para fraudar a seleção. O objetivo do esquema ficou claro para a polícia. Enquanto os gêmeos Thiago e Diogo Feliciano Rodrigues, de 27 anos, vestiam a personalidade de candidatos íntegros, o professor Waldemir Ribeiro Acosta, de 35 anos, resolvia o teste e repassava o gabarito por mensagem de celular. Tudo ocorria nas duas horas iniciais de prova. “O Thiago foi flagrado com a carcaça de um telefone celular, sem a capa protetora da bateria, acoplado ao braço, por baixo da camisa e foi eliminado do concurso e o telefone apreendido”, informou a delegada titular da Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes de Defraudações (DEDFAZ), Ariene Nazareth Murad de Souza Cury. A mensagem de texto com o gabarito da prova chegou depois da apreensão e foi o suficiente para a instauração de inquérito policial.
No dia 20 de outubro, data da aplicação dos exames objetivos para carreiras de perito, investigador e escrivão da Polícia Civil do Mato Grosso do Sul, os gêmeos entraram novamente em ação, mas foram detidos na Uniderp da avenida Ceará, enquanto o docente Waldemir foi preso em casa, no bairro Vila Progresso.
Os três acusados, na decisão da delegada Ariene, terão de pagar cinco salários mínimos (o equivalente a R$ 3.390) para que possam responder o processo em liberdade. A fiança está prevista na lei para o crime de utilizar ou divulgar, indevidamente, conteúdo sigiloso de concurso público com o fim de beneficiar a si ou a outrem, ou comprometer a credibilidade da seleção.
Repercussão – Segundo, o delegado Venizelos Papacosta Filho, da assessoria de comunicação da Polícia Civil do Mato Grosso do Sul, os concursos não foram prejudicados porque não houve fraude.
Assim, os cronogramas estabelecidos para as seleções seguirão normalmente.
Os concursos –Na Polícia Militar, o objetivo é preencher 524 postos de soldado, sendo 419 para homens e 105 para mulheres. O cargo exige nível médio, idade entre 18 e 24 anos e estatura mínima de 1,65m (candidatos) ou de 1,60m (candidatas).
Além da prova escrita objetiva, fazem parte da avaliação: exames de aptidão mental, de saúde, antropométrico, clínico e de capacitação física, bem como investigação social.
Aprovados participarão de curso de formação, com duração máxima de cinco anos, na capital Campo Grande. A ajuda de custo será de R$ 1.540,95 durante a formação e de R$ 2.354 depois de formados. Dez por cento das chances são para afro descendentes e índios.
Já na Polícia Civil, serão preenchidas 15 colocações de perito oficial forense, 20 de perito papiloscopista, 174 para investigador e 47 de escrivão.
As triagens, com exceção do exame objetivo, contemplam: prova de títulos, avaliação psicológica, avaliação médico-odontológica, prova de aptidão física, investigação social e curso de formação policial.
Os pré-requisitos para ocupar os empregos são diploma de graduação; idade entre 21 e 45 anos; carteira de habilitação a partir da categoria B; e registro em órgão de fiscalização da profissão, quando couber.
Para todas as profissões, as jornadas são de 40 horas por semana, com salários de R$ 5.264 para perito forense e de R$ 3.031,80 para as demais colocações. Cinco por cento das oportunidades são reservados a pessoas com necessidades especiais, 10% para negros e 3% para índios.
Com informações da assessoria da Polícia Civil/MSSiga o JC Concursos no Google News