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Concursos: segurança em meio à crise

Maior estabilidade no cargo estimula corrida às carreiras públicas.

Redação
Publicado em 05/11/2008, às 15h21

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A atual crise financeira está tirando o sono de muita gente. Demissões em massa, diminuição nas contratações e estagnação salarial fazem parte do pesadelo real dos trabalhadores – seqüelas que, infelizmente, já estão acontecendo na iniciativa privada. E, de acordo com Carlos Eduardo Gonçalves, professor da USP (Universidade de São Paulo) e economista do Grupo de Conjuntura da Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas), a tendência é que a crise atinja intensamente a economia real, ou seja, aquela que interfere diretamente no dia-a-dia das pessoas. “Onde a crise vai bater mais forte? Esta é a única pergunta fácil de responder no momento: nos bens duráveis [imóveis, eletrodomésticos, automóveis etc.], claro, que têm sua demanda sustentada na base do crédito”. Assim, de pequenas a grandes empresas desse segmento, todas aquelas que necessitarem de crédito por parte do governo para manter suas atividades poderão ser afetadas, de acordo com as perspectivas do professor.

E quanto aos órgãos públicos? Haverá cortes nos recursos que possam comprometer a realização de novos concursos? De acordo com o Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão (MPOG), dados recentes revelam perda de R$ 15 bilhões no Orçamento de 2009, o que fará com que o governo repense na distribuição total dos recursos. Entretanto, o Ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, acredita que, apesar dos cortes, os gastos com concursos para o ano que vem sejam mantidos. “Teremos condições de resolver durante o ano, uma vez que essas despesas já estavam previstas”.

Muitas das vagas criadas em 2008 (que serão preenchidas por meio de concurso ao longo dos próximos meses), especialmente na área da Educação Federal, fazem parte do PAC – Programa de Aceleração do Crescimento, que, de acordo com o MPOG, estará imune aos cortes. Segundo o Ministro, “o Brasil, apesar dos efeitos da crise, tem condições para manter o atual ciclo de crescimento e trabalha com redução moderada no crescimento de 2009, que será da ordem de 4,5%”. Prova disso é que, recentemente, a Secretaria Executiva do Ministério do Planejamento autorizou o repasse de recursos financeiros para 26 órgãos da Administração Pública Federal. Os valores, que somam mais de R$ 1,8 milhão, serão empregados na capacitação de servidores já contratados.

Novos concursos

Pelo menos para o próximo ano, existe a previsão concreta da abertura de milhares de vagas Brasil afora. E grande parte será, justamente, para o governo federal. Conforme anunciou o JC&E em julho, a União havia selado, à época, acordo com o Ministério Público do Trabalho (MPT) para substituir, até 2.010, mais de 30 mil trabalhadores terceirizados irregulares por servidores concursados. E os candidatos já estão colhendo os frutos da medida – o concurso do MTE (Ministério do Trabalho e Emprego), que inscreve até o dia 19 para preencher 1,8 mil vagas, é um dos casos contemplados pelo acordo. Outro órgão que abrirá um grande número de vagas, em breve, será a Funasa (Fundação Nacional da Saúde). Conforme o acordo com o MPT, deverão ser substituídos 12.178 terceirizados por servidores aprovados em concurso público. Do total de vagas, 419 já foram autorizadas e o edital não deve tardar a ser divulgado.

No caso das organizadoras, os contratos para a realização de novas seleções permanecem dentro do previsto. “Em 2008, fizemos cerca de seis concursos por mês, média que deve permanecer no próximo ano”, afirma Archimedes Baccaro, Diretor Presidente do Instituto Cetro, empresa organizadora de concursos em âmbito nacional. Segundo ele, já foram fechados diversos contratos para o próximo ano - número semelhante ao de 2008.

Recentemente, a Fundação Vunesp foi contratada pela Secretaria de Estado da Educação de São Paulo para realizar o esperado concurso que preencherá mais de 11 mil vagas no cargo de Agente de Organização Escolar, função que exige o nível fundamental do candidato. A Secretaria, inclusive, já divulgou o cronograma de atividades oficial do concurso, em que informa que as inscrições começarão em janeiro.

Na prática

Com todo esse panorama, é de se esperar que as pessoas iniciem uma corrida aos cursinhos especializados para garantir um posto no serviço público. E isso já está acontecendo, de acordo com Fabio Figueiredo, professor e coordenador de cursos preparatórios do Complexo Jurídico Damásio de Jesus. “Já sentimos um aumento na procura dos cursos no último mês, sendo que esta época do ano geralmente é mais fraca no número de alunos”, revela. “O candidato que iniciar os estudos agora sairá na frente, especialmente porque há diversos concursos previstos para o primeiro semestre de 2009, principalmente na área federal”. Para ele, o setor de concursos é uma ótima saída à iniciativa privada não apenas por conta da crise, mas porque oferece boas chances de inserção em uma carreira estável. “O mercado privado é muito competitivo e exige da pessoa inúmeros requisitos e experiências. Já quem presta concurso depende de si próprio para conquistar a vaga”.

Clarissa Janini

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