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Consultoria por tempo determinado

Adriana Albertal, nascida em Buenos Aires e “brasileña” por opção desde 1976, mantém com o país do futebol.

Redação
Publicado em 09/04/2010, às 15h11

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Era uma vez uma argentina que se encantou com o Brasil e resolveu ficar por aqui. A relação que desenvolveu com o país foi de troca, dedicação e reciprocidade. Conto de fadas? Propaganda de marca de refrigerante às vésperas da Copa do mundo? Não. É mais ou menos a história que Adriana Albertal, nascida em Buenos Aires e “brasileña” por opção desde 1976, mantém com o país do futebol. Adriana saiu da Argentina aos 26 anos de idade, fugida da ditadura. “Do golpe massacrante que o país sofreu”, lembra a diretora de consultoria para colégios de uma rede de escola de idiomas. “Eu ia para a Espanha, mas parei em São Paulo para um respiro e me encantei”, rememora. “O sorriso das pessoas, o astral, as paisagens, a música”, foram algumas das razões que a fizeram desistir de seguir para a Espanha. “Vou aprender português”, pontificou à época.  

Aprender se tornaria um verbo proeminente na vida da argentina paulistana. À frente da coordenação pedagógica de uma rede de escola de idiomas, propôs um projeto pioneiro e justamente por isso arriscado. Tornar o aprendizado de idiomas nas escolas regulares mais eficiente. Uma meta utópica, diriam alguns. Mas que Adriana se engajou pessoalmente.

Sua ideia consiste em capacitar metodologicamente os professores das escolas que toparem a parceria através de workshops que abordam e valorizam o que ela chama de sete canais de aprendizagem. São eles: visual, auditivo, lógico-matemático, sinestésico, interpessoal, intrapessoal e verbal-linguístico. Para Adriana, não há profissionais suficientemente preparados para “transmitir o conhecimento de um outro idioma” para os alunos. Seu projeto visa corrigir essa deficiência estrutural. “O que ocorre é que é preciso superar essa barreira”. A barreira que a consultora se refere é o senso comum de que as escolas, por tradição, não têm um ensino de inglês ou espanhol forte, sustentável. “Há também aquelas que não percebem que é necessário evoluir, ou mesmo que é possível evoluir”, acrescenta.

Adriana não esconde que seu projeto também obedece a necessidades comerciais. “É lógico que é um negócio. Mas por que não fazer um negócio que ajude o Brasil a crescer? A melhorar a educação?”, pondera com convicção. A argentina que busca um Brasil melhor, mais até do que muitos brasileiros, acrescenta: “No último Fórum Econômico Mundial, o Brasil apareceu em 56º lugar em termos de competitividade e um dos índices que contribuiu para essa má colocação foi a educação.” Para a consultora, esse dado está diretamente relacionado a capacidade de se comunicar com o mundo.

Adriana se entusiasma com sua cria. “É um projeto vivo. Vai mudando sabe? Vai melhorando. Além do mais, a consultoria é por tempo determinado”, esclarece. Sim, porque uma vez que os professores e a instituição de ensino encontram-se devidamente capacitados, não há mais necessidade de consultoria.

O projeto é recente. Pode-se perceber pela euforia com que Adriana se refere a ele e pelo número de escolas que aderiram à proposta. “São quatro escolas e o projeto existe desde o semestre passado”, contextualiza com rigor matemático.

Indagada se não teme por estar atuando contra o próprio nicho comercial, afinal de contas cursos de inglês e espanhol beneficiam-se de escolas com ensino fraco nessas matérias, Adriana é categórica e realista. “Existe algo próximo de 10 mil escolas no Estado de São Paulo. Por mais idealista que eu fosse não haveria como suprir toda essa demanda com uma iniciativa como esta”. Contudo, ela não deixa o idealismo de lado: “Mas adoraria que isso acontecesse”.

Reinaldo Matheus Glioche

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