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Tecnologias elevam as possibilidades da EAD

Se bem formatadas e adequadas ao público-alvo, as aulas de EAD podem mergulhar de vez na web 2.0

Redação
Publicado em 28/12/2012, às 10h22

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Tablets, aplicativos, redes sociais, videoaulas. É vasta a relação de tecnologias que prometem transformar a educação a distância em uma modalidade de ensino ainda mais interativa e participativa.

Para o especialista em marketing digital, Michel Camporeze Téer, a modificação mais significativa para a adoção da nova realidade foi obtida anos atrás, com a maior velocidade de navegação na internet e a mudança de postura do brasileiro.

“Acredito que o primeiro passo que possibilitou essa mudança foi a velocidade de conexão. Não se conseguia fazer nada disso em 2000, quando a internet era discada. Nessa época, o consumidor era passivo e tinha receio, não estava acostumado a inserir a senha do cartão, era desconfiado. Com acesso à banda larga, deixamos de estar conectados para sermos conectados, e a transmissão de conhecimento a distância foi potencializada”.

O avanço é inegável também na visão da coordenadora do MBA em EAD da UniCarioca. Para Márcia de Medeiros Aguiar, os cursos a distância saltaram de um modelo tradicional, com um grande volume de material impresso gerado a partir de apostilas eletrônicas, que se popularizou nos anos 2000, para incorporar maciçamente todas as tecnologias relacionadas à internet.

“No mundo acadêmico, são muito populares as videoaulas, que o aluno pode acessar quando quiser e puder. No mundo corporativo, o padrão Scorm permite que objetos de aprendizagem em educação a distância via internet possam ser reutilizados em diferentes ambientes virtuais”.

Nos dois cenários, embora a tecnologia seja incorporada com muito mais rapidez atualmente, o uso das redes sociais ainda é tímido, em consequência da formatação inicial de estruturas digitais como o Facebook e o Twitter. “Na realidade, a gente está pegando um modelo que começou como entretenimento para passar para a educação. É um processo um pouco demorado, porque precisamos avaliar se realmente é eficaz e se há necessidade de criar novas metodologias”, explica Márcia.

Toda essa nova estrutura de ensino na educação a distância também modificou (e modifica) o professor, que precisa destruir preconceitos, romper barreiras e manter-se atualizado. “Quando proponho trabalho com o aluno, é uma via de mão dupla: aprender e ensinar. Procuro apresentar diferenciais na sala de aula, conversar, passar informações relevantes e do interesse do aluno, elaborar bem os slides, promover o diálogo, descontrair com algumas brincadeiras e intercalar conteúdo prático e teoria, porque ninguém tem paciência de sentar cinco horas só para ouvir. Nós tivemos a inclusão digital, mas ninguém ensinou a educação digital, por isso é importante que todos entendam esse novo cenário e saibam interagir nele”, reflete Téer.

“A primeira ação é se livrar do preconceito. As novas tecnologias estão aí e é preciso conhecê-las. Até mesmo para formar o pensamento crítico e selecionar se é apropriado. Quando o conteúdo for muito bem elaborado e planejado, o aluno não vai se dispersar com a quantidade de ferramentas, links, porque está com uma proposta desafiadora”, complementa Márcia Aguiar.

A coordenadora do MBA em EAD da UniCarioca aborda outro fator extremamente importante para o sucesso na aula de educação a distância: o público. “É preciso ficar atento na ponta, prestar atenção quem é esse público que vai fazer o curso e qual é a infraestrutura tecnológica que ele tem. Não adianta a instituição oferecer um curso com todos os recursos tecnológicos se, na ponta, não tiver infraestrutura”.

Uma das posturas que podem contribuir para se atingir o público no alvo é a aceitação de que a seleção é palavra de ordem. “A tecnologia muda de seis em seis meses, é um tempo muito curto para o profissional e o estudante. O grande desafio não é o de consumir conteúdos, e sim de fazer a seleção. Sair da superficialidade e buscar fontes de acordo com o objetivo”, aponta Michel Téer.

A resposta para adotar uma postura mais seletiva pode estar na combinação entre tecnologia e comunicação, segundo a coordenadora da pós-graduação em melhores práticas de docência do Instituto Infnet, Graciana Fischer. “Os recursos tecnológicos devem promover de forma eficiente o acesso dos alunos aos conteúdos, além de realizarem a comunicação dos mesmos com seus tutores e outros colegas. Mas a tecnologia por si só não fará isso. São necessárias estratégias de comunicação e motivação que possam aprimorar esta comunicação, além de momentos de avaliação constantes, que permitam ao aluno mensurar seu desempenho e analisar em quais pontos ele precisa melhorar ou estudar mais para seguir adiante. O aluno necessita ser motivado, e feedbacks são fundamentais neste sentido, tanto em relação a fóruns, pesquisas, trabalhos em grupo, simulados, quanto em avaliações”, resume.

Portanto, é a ligação professor-aluno-tecnologias que vai determinar o sucesso, tanto para o estudante quanto para o docente, refletindo na qualidade do curso, desde que cada elemento formador esteja posicionado em seu local de direito. “Todo recurso, se bem aplicado, tende a melhorar o processo de aprendizagem. Mas é importante ter em mente que todos os recursos são um meio, não são o fim da educação e da aprendizagem. Uma tecnologia não mata a outra”, orienta Márcia Aguiar.

Voo livre - Essa lição, Priscila Ota, de 24 anos, aprendeu na prática. Formada em gestão comercial pela Universidade de Guarulhos, e impulsionada por amigos, decidiu ingressar na formação em empreendedorismo tecnológico da Universidade de Stanford. O curso é totalmente online, gratuito e tem duração de dois meses.

Um dos fatores de atração foi a própria localização da universidade, que se situa no Vale do Silício, na Califórnia, Estados Unidos, onde foram criadas, a partir da década de 50, importantes empresas voltadas às inovações científicas e tecnológicas, tais como a Apple e o Facebook.

Outro benefício, na visão de Priscila, é a construção de uma miscigenada rede de contatos. “Comecei o curso em outubro e já vejo muitas vantagens. Além de o conteúdo ser o mesmo do presencial, é importante porque fortalece o networking. A plataforma funciona como uma rede social com grupos do mundo todo. Tenho contato com pessoas da Califórnia, Texas, Lituânia, Índia. Quando eu poderia conhecer essas pessoas se não fosse dessa forma?”.

Engana-se quem pensa que a formação é para poucos, por exigir nível avançado de inglês. Priscila está no patamar intermediário do idioma e garante que absorveu tudo o que foi passado até o momento. “O inglês não é barreira, é uma oportunidade para aprimorar a língua. Até mesmo porque o conteúdo é passado de uma maneira bem didática e há um briefing, onde o professor faz uma explicação minuciosa. Além disso, somos um grupo de quatro brasileiros, então um ajuda o outro, até no inglês”.

Para facilitar, o cronograma é transmitido aos alunos desde o início do curso. O professor dá suporte e tira dúvidas, enquanto os integrantes de outros grupos oferecerem feedback, ou retorno, para a melhoria do projeto, que terá de ser apresentado ao final da formação.

No grupo de Priscila a ideia já está formatada. Será um aplicativo para gerenciar compromissos. “A ideia do curso é que a gente caminhe com as próprias pernas, que busque informações, que interaja com outras pessoas”, assinala Priscila, sem esquecer que a aceitação do produto pode significar não só a aprovação no curso. Pode significar aportes financeiros de investidores do Vale do Silício para trazer o projeto para as mãos dos consumidores e para as telas dos celulares, tablets e computadores.

Entenda as diferenças

3G, 3G+ e 4G
São denominações dadas às velocidades de conexão na telefonia móvel (celulares) e estão associadas às tecnologias utilizadas pelas operadoras.

O ‘G’ significa ‘geração’. O número corresponde à ordem da geração. Quanto maior o número à frente do ‘G’, melhor a conexão.

3G: a tecnologia foi incorporada primordialmente pelo Japão, que conclui o processo em 2006. Em tese, a terceira geração de telefonia móvel permite um fluxo de um megabit por segundo (Mbps), tornando possíveis serviços de localização, videochamadas, internet, TV e download mais rápido de músicas e vídeos. O alcance estimado é de 16km.

3G+ ou HSPA+ (High Speed Packet Access): o número elevado de celulares com internet móvel no país (em março foram registrados 52 milhões de acessos 3G pela Anatel – Agência Nacional de Telecomunicações), levaram ao aprimoramento da velocidade de navegação para suprir a demanda. Nos aparelhos celulares já é possível notar o escrito 3G+ ou 3.5G, que eleva a velocidade (em teoria) a 21 Mbps.

4G: A tecnologia, ainda não disponível no Brasil, permite um alcance de 50 km com velocidade de até 100 Mbps. A conexão acelerada está baseada no IP (internet protocol) e converge redes a cabo e sem fio.

Volta no tempo: A categoria 1G foi representada pelos telefones móveis com tecnologia analógica, enquanto a 2G foi absorvida nos celulares com o início da tecnologia digital, no final dos anos 80, possibilitando, por exemplo, o maciço envio de mensagens de texto (SMS).

 Fonte: International Telecommunication Union (ITU), agência da Organização das Nações Unidas (ONU) especializada em tecnologias de informação e comunicação.

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