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Entrevista com Igor Grabois - PCB

Concorrendo pela primeira vez ao governo do Estado de São Paulo, candidato avalia a área da educação, saúde e segurança, relata suas propostas e suas prioridades no governo.

Redação
Publicado em 20/08/2010, às 15h18

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Igor Grabois Olímpio é professor universitário e economista formado pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ). Atuou como diretor do Centro Acadêmico de Economia da UERJ e participou ativamente da campanha “Diretas Já”.

Jornal dos Concursos: Qual a sua principal plataforma de governo?

Igor Grabois: Nossa principal plataforma de governo é o Poder Popular. Atualmente, os trabalhadores são chamados a participar da política apenas durantes as eleições, de dois em dois anos. Para nós, comunistas, os trabalhadores e a população em geral devem ter participação efetiva em todos os processos de tomada de decisão, para que possam atuar em defesa de seus interesses. Isso significa que as prioridades são decididas pelos trabalhadores e o povo em suas próprias instâncias de debate e decisão, cabendo a elas poder efetivo para deliberar acerca dos assuntos do Estado.

JC&E: A atual gestão abriu diversos processos seletivos temporários, especialmente na área da Educação. Qual sua posição sobre isso?

IG: A contratação de temporários para trabalhar na educação do Estado de São Paulo é absolutamente trágica. Faz parte de um processo de profunda precarização da condição do serviço público na área da educação, com salários cada vez menores aos professores e demais servidores. Além disso, atenta contra direitos adquiridos pelos servidores públicos, como a estabilidade, por exemplo.

JC&E: Ainda na esfera da educação, o atual governo instaurou o Programa + Qualidade, que visa medir a capacitação dos docentes e qualificá-los em curso de formação. Qual é a sua opinião sobre o Programa? Que plano o seu governo tem para melhorar a rede pública de ensino?

IG: O Programa + Qualidade busca introduzir uma lógica mercantilista na educação pública, que é um direito de toda a população, consagrada pela nossa Constituição. O objetivo desse programa é a produção de índices estatísticos que mascarem a real situação das escolas em São Paulo. Ou seja, não busca qualificar os professores, mas sim culpá-los pela baixa qualidade da educação, ao mesmo tempo em que retira a responsabilidade que têm os 16 anos de políticas neoliberais do PSDB no Estado. Para melhorarmos a qualidade do ensino na rede pública defendemos duas propostas simples. Primeiro temos que melhorar a remuneração dos professores, que não pode ser inferior ao salário mínimo calculado pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (DIEESE), além de um Plano de Cargos e Salários (PCS) com reajustes reais, que valorize a qualificação e especialização do professor. Além disso, precisamos melhorar as condições de trabalho, que devem ser análogas às dos professores do ensino superior público. Ou seja, que o tempo que gastam na correção de provas, preparação de aula, pesquisa e atualização de seus conhecimentos seja contabilizado de verdade.

JC&E: E em relação à área de segurança, quais serão as suas prioridades? Haverá aumento no efetivo policial?

IG: Defendemos a unificação das polícias em um único corpo de policiamento civil. O respeito aos direitos humanos deve ser prioridade da política de segurança. A juventude pobre, negra e moradora da periferia é criminalizada e vítima da violência policial. Há, também, a criminalização dos movimentos sociais, onde a perseguição aos sindicalistas, grevistas, militantes do MST tem sido generalizada. Ao invés de existir uma polícia contra os trabalhadores e o povo, devemos construir uma política de defesa da vida. Os profissionais da polícia, como os demais servidores públicos, devem ter a carreira valorizada e uma remuneração digna. É responsabilidade do Estado, e não dos policiais, a situação de violência e desrespeito aos direitos da pessoa humana. Ou seja, defendemos as reivindicações salariais e de plano de carreira dos policiais, tanto civis como militares.

JC&E: De acordo com estudo realizado pelo Ministério da Educação, o mercado para estudantes egressos de cursos técnicos está aquecido – 72% dos alunos de nível médio que estudaram em escolas técnicas federais entre 2003 e 2007 estão empregados, por exemplo. Embora o índice de empregabilidade seja alto, faltam técnicos no mercado. Quais planos sua gestão reserva para alavancar o número de profissionais com essa formação?

IG: Não tenho dúvidas que essa demanda é resultado dos longos anos de estagnação econômica, nos quais não houve investimentos nesse tipo de formação e em que houve uma migração dos egressos desses cursos para outras ocupações. Acho importante o investimento em escolas técnicas, mas o faria com o cumprimento das seguintes condições: valorizarmos esse tipo de formação, que se apresenta como uma opção interessante para os cursos superiores, desmontando a falsa dicotomia entre essas modalidades e propor uma ampla discussão sobre o currículo dessas escolas, de maneira que não se limitem a uma formação instrumental e permitam aos estudantes uma compreensão do mundo em que vivem e principalmente, de seu papel na transformação social.

JC&E: Quanto à saúde pública, o senhor tem planos específicos para aumentar o número de profissionais e, consequentemente, melhorar o atendimento à população?

IG: O governo tucano e as maiores prefeituras do Estado, inclusive as petistas, têm terceirizado as ações da saúde. As atividades-meio têm sido entregues a organizações sociais e empresas. Isso implica em desvalorização do serviço público e do profissional de saúde. Defendemos que saúde é dever do estado. Portanto, como em todas as áreas das políticas públicas, o atendimento em saúde deve ser realizado pelo governo, através dos servidores públicos. Em um governo dos comunistas, a contratação de profissionais de saúde será uma constante, com salário e plano de carreira compatíveis com a importância da função.

JC&E: Considerações finais.

IG: O PCB nessas eleições quer propor um debate diferente. As eleições se transformaram em uma competição de marketing, onde o poder econômico é decisivo. Os comunistas reconhecem os limites do processo eleitoral. Sabem que o sistema capitalista não é capaz de resolver os problemas da humanidade. Por isso defendemos uma sociedade diferente, uma sociedade sem explorados e sem exploradores, que será construída através do Poder Popular, que é a organização dos trabalhadores para a tomada de decisões. Isso será o socialismo. Nesse momento os comunistas propõem a formação de uma frente anti-capitalista e anti-imperialista que possa acumular na organização dos brasileiros em defesa de nossos interesses como trabalhadores.

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Eleições 2010
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Taxa de inscrição: Não definido
Cargos: Não definido
Áreas de Atuação: Não definido
Escolaridade: Não definido
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