Bufalo diz ser a favor da abertura de concursos com vagas efetivas em São Paulo e comenta os seus planos para melhorar os sistemas de educação, saúde e segurança.
Paulo Bufalo tem 43 anos, é engenheiro, mestre em educação e professor do Centro Paula Souza. Foi vereador em Campinas por dois mandatos. É presidente do Partido Socialismo e Liberdade (PSOL) em Campinas e Secretário de Direitos Humanos do partido em São Paulo.
JC&E – Qual a sua principal plataforma de governo?
Paulo Bufalo – Nós nos colocamos ao lado da população que luta diariamente pela sobrevivência, ao lado dos movimentos sociais que enfrentam a criminalização e lutam pela garantia e ampliação de direitos, ao lado de todos os que são excluídos desse sistema desigual e violento.
Por saber de onde falamos e para quem queremos governar, nossas propostas enfrentam os poderosos que historicamente lucram em nosso Estado. Entendemos que um governo do PSOL deve mudar concretamente a vida da população de São Paulo. Foi com base neste princípio que elaboramos nossas propostas.
JC&E – A atual gestão abriu diversos processos seletivos temporários, especialmente na área da Educação. Qual a sua posição sobre isso?
PB – A grande quantidade de concursos para trabalhadores temporários que a atual gestão abriu só mostra como ela não se preocupa com a educação. Concursos para professores temporários só deviam ser abertos em casos emergenciais.
Nós defendemos concursos públicos e plano de carreira para professores efetivos da rede. Vamos olhar com atenção para esses professores que tiveram que fazer os concursos para vagas temporárias. Faremos um acompanhamento da situação desses professores e eles terão a oportunidade de participar de concursos para ofertas efetivas.
JC&E – Ainda na esfera da educação, o atual governo instaurou o Programa + Qualidade, que visa medir a capacitação dos docentes e qualificá-los em curso de formação. Qual é a sua opinião sobre o Programa? Que plano o seu governo tem para melhorar a rede pública de ensino?
PB – Tentar medir o conhecimento com base somente em uma prova escrita é um método já ultrapassado na pedagogia. Ao vincular a possibilidade de aumento salarial ao resultado de uma prova, o governo tucano está substituindo a política de salários por uma política de bonificações. É a mentira que eles contam de que este projeto é para reforçar a possibilidade de formação continuada dos professores. Mas foi durante o governo do Geraldo Alckmin, em 2001, que fecharam os 87 Centros de Formação e Aperfeiçoamento do Magistério, os CEFAMs.
Nós do PSOL acreditamos que a educação é prioridade. Só com um aumento do orçamento podemos garantir salários justos para os trabalhadores da educação e plano de carreira. E recursos existem: durante os últimos oito anos do governo dos tucanos Alckimin e Serra, o orçamento do Estado cresceu, mas a porcentagem destinada à educação diminuiu. Em 2000, a educação recebia 16,06% do orçamento. Em 2008, essa parcela era de apenas 13,89%. Se fosse mantida a mesma proporção de gastos haveria R$ 2 bilhões a mais para gastar na educação por ano.
Vale lembrar que o governo federal também se orienta pela lógica de contigenciar gastos da educação. Queremos resgatar toda a experiência que professores, pais e estudantes tiveram para elaborar o Plano Estadual de Educação.
JC&E – E em relação à área da segurança, quais serão as suas prioridades? Haverá aumento no efetivo policial?
PB – Nós do PSOL temos uma certeza: a origem dos problemas de segurança são sociais – falta de emprego e perspectiva de vida para os jovens e péssimos serviços de saúde e educação. Somente com coragem para mudar o Estado de São Paulo é que vamos poder acabar com a violência. Apenas com uma sociedade mais igual é possível garantir segurança à população de São Paulo.
Em relação às forças de segurança, queremos desmilitarizar a polícia para diminuir as ações repressivas e ampliar as ações de inteligência. Vamos ter que recuperar os salários dos policiais que sofreram um grande arrocho durante os 16 anos de administração tucana.
JC&E – De acordo com estudo realizado pelo Ministério da Educação, o mercado para estudantes egressos de cursos técnicos está aquecido - 72% dos alunos de nível médio que estudaram em escolas técnicas federais entre 2003 e 2007 estão empregados, por exemplo. Embora o índice de empregabilidade seja alto, faltam técnicos no mercado. Quais planos sua gestão reserva para alavancar o número de profissionais com essa formação?
PB – Sou professor de uma escola técnica estadual e conheço bem essa realidade. Precisamos denunciar mais uma farsa que os tucanos repetem: a expansão do ensino técnico no Estado de São Paulo. Se você comparar a quantidade de vagas públicas no Estado antes dos 16 anos de governo do PSDB com as vagas oferecidas hoje, você verá que foram fechadas 220 mil vagas. Essa crise não aparece somente nas escolas técnicas. O ensino médio público no Estado também diminuiu.
Dados do Instituto Nacional de Estatísticas e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP), órgão ligado ao Ministério da Educação (MEC), mostram que entre 2000 e 2009 o número de matrículas nas escolas públicas estaduais diminuiu em 16%. Nós precisamos trazer esses jovens de volta às escolas.
Nós do PSOL defendemos uma real expansão de vagas no ensino técnico, com construção de locais próprios para esses cursos e contratação de professores por concurso.
JC&E – Quanto à saúde pública, o senhor tem planos específicos para aumentar o número de profissionais – e, consequentemente, melhorar o atendimento à população?
PB – Sim, nós queremos ampliar o número de profissionais da saúde. Precisamos que os profissionais estejam motivados e capacitados para atender à população. Isso se consegue com educação continuada para os profissionais, salários dignos e plano de carreira unificado.
Queremos inverter a lógica de sucateamento do governo estadual. Segundo dados do próprio governo, da Fundação Seade, entre os anos de 2003 e 2006 houve uma redução de 11,5% de leitos do Sistema Único de Saúde (SUS) no Estado de São Paulo. Este é um dos muitos dados que evidenciam o processo de sucateamento e privatização da saúde em São Paulo.
Para melhorar a saúde pública, deve-se melhorar as condições de vida para impedir o adoecimento gerado pela dengue, pela obesidade, pelo envenenamento por agrotóxicos, entre outros.
JC&E – Considerações finais
PB – A minha candidatura está concorrendo às eleições para mostrar aos eleitores que eles têm uma opção, que eles não precisam escolher entre duas ou três propostas quase idênticas. Uma opção para um voto comprometido com a igualdade social e pela melhoria da saúde, da educação pública de qualidade e de outros serviços públicos.
O PSOL representa esta opção para aqueles que querem uma nova política, uma opção ética e corajosa para combater os poderosos defendendo a população e o meio ambiente, seja nos parlamentos ou nos cargos do Executivo.
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