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Entrevista com Plínio Arruda Sampaio - PSOL

Plínio defende socialização da saúde, educação gratuita em todos os níveis e a realização de concursos públicos, contra as terceirizações e “empregos públicos”.

Redação
Publicado em 13/08/2010, às 15h36

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Promotor público aposentado, Plínio já foi deputado federal por três vezes - uma delas na Constituinte de 1988. Foi fundador do Partido dos Trabalhadores. Atualmente é presidente licenciado da Associação Brasileira de Reforma Agrária e diretor do portal de notícias Correio da Cidadania.

JC&E: Qual a sua principal plataforma de governo?

Plínio: Meu programa de governo tem cinco pontos prioritários: socialização da saúde; educação pública e gratuita em todos os níveis, com investimento de 10% do PIB (Produto Interno Bruto) no setor; reforma agrária efetiva com limitação do tamanho das propriedades a mil hectares e destinação do restante para o assentamento de 6 milhões de famílias; reforma urbana com utilização prioritária dos imóveis vazios para abrigar famílias em situação de risco social; e a redução da jornada de trabalho sem redução salarial.

JC&E: A atual gestão foi marcada pela criação de inúmeros cargos públicos e abertura de concursos. Qual é a sua opinião sobre o assunto? Pretende continuar com essa linha?

Plínio: A imensa maioria dos cargos públicos criados neste governo, assim como no anterior, não foi para concursados e sim como cargos de confiança. Defendo uma mudança radical nesse modelo, garantindo a realização de concursos em todas as áreas, com a implantação de planos de carreiras que respeitem o tempo de serviço, a formação profissional e a valorização salarial.

JC&E: O atual governo também procurou trocar funcionários terceirizados por concursados. Qual é a sua posição sobre a terceirização de cargos públicos?

Plínio: Somos pelo fim das terceirizações e dos “empregos públicos”, que precarizam as condições de trabalho e prejudicam o atendimento à população, além de serem uma forma de injetar dinheiro público em empresas privadas que recebem muito mais da União do que efetivamente pagam aos seus funcionários.

JC&E: O Brasil irá sediar as próximas Copa e Olimpíadas. Quais são seus planos de investimento nesses dois grandes eventos? Quais serão os reflexos disso na geração de empregos?

Plínio: O futebol é um aspecto importante da nossa cultura e certamente são necessários investimentos para garantir a realização desses eventos. Mas um governo do PSOL não cederia às pressões da máfia da cartolagem para a construção de elefantes brancos, como o Engenhão, no Rio de Janeiro. Os investimentos devem ser feitos também na educação. Essa é a síntese da lei de São Paulo proposta por nosso deputado estadual, Raul Marcelo, para obrigar os clubes de futebol oficiais a garantir que os atletas menores de 18 anos estejam matriculados e frequentando a escola. Se essa lei fosse nacional, certamente baixaríamos o triste índice de jovens que abandonam os estudos em busca de um contrato milionário e depois ficam à míngua.

JC&E: E quanto ao pré-sal? De que forma o senhor planeja investir no setor? E qual é a previsão de criação de postos de trabalho?

Plínio: Não defendemos a exploração do pré-sal da forma que está sendo proposta, sem considerar os custos sociais e ambientais, a soberania brasileira e a capacidade das Forças Armadas para defender nosso território. Para explorar essa riqueza, a Petrobras tem que ser inteiramente reestatizada, pois hoje quase metade dela está nas mãos de acionistas privados. O Brasil teria que discutir ainda a melhor forma de lidar com essa descoberta, apostando no desenvolvimento tecnológico nacional ao invés de exportar apenas petróleo bruto e com menor valor agregado. Poderíamos retomar uma política séria de desenvolvimento de componentes eletrônicos, nafta e demais derivados, no longo prazo, preservando a riqueza descoberta e potencializando nossas defesas para quando o mundo enfrentar a escassez do petróleo. Isso potencializaria a geração de empregos e a independência do país para definir seu destino.

JC&E: Quanto à saúde pública, o senhor tem planos específicos para aumentar o número de profissionais e, consequentemente, melhorar o atendimento à população?

Plínio: Certamente será necessário aumentar em muito o número de profissionais de saúde contratados por concurso. Hoje, cerca de 70% dos servidores federais estão às vésperas de se aposentar e ficamos quase 20 anos sem concurso na área. Com saúde integralmente pública, gerida pelo Estado, seria necessário multiplicar o número de funcionários para permitir atendimento de qualidade e combater a superexploração.

JC&E: Considerações finais.

Plínio: Minha campanha tem por objetivo discutir o que nenhum dos três candidatos à frente nas pesquisas eleitorais quer discutir porque estão comprometidos com o atual modelo. Precisamos enfrentar os problemas estruturais do Brasil e não apenas as perfumarias. Governar um país não é administrar um condomínio, discutindo apenas metas numéricas que jamais são aplicadas porque a prioridade do Estado brasileiro hoje é enriquecer banqueiros com a destinação de indecentes 35% do orçamento para o pagamento de juros da dívida pública, enquanto educação e saúde recebem em média de 3% a 5% dos investimentos da União.

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