Haddad diz que dará o devido reconhecimento aos servidores municipais. Além disso, revela que sua gestão investirá maciçamente em educação.
O JC&E inicia a série de entrevistas com os candidatos à Prefeitura de São Paulo. A primeira é com Fernando Haddad - PT. Acompanhe:
Fernando Haddad nasceu em São Paulo, formou-se em direito, é mestre em economia e professor universitário. Foi ministro da Educação (2005-2012) nos governos Lula e Dilma.
Jornal dos Concursos & Empregos: Qual a sua principal plataforma de governo?
Fernando Haddad: Nossa gestão será marcada pela atenção aos problemas sociais da cidade em áreas como saúde, transporte, segurança e educação, e também, é claro, pelo desenvolvimento urbano. Com o Arco do Futuro, vamos começar a redesenhar a cidade de São Paulo. Aliada à construção de 150 km de corredores de ônibus e à implantação do Bilhete Único Mensal, vamos diluir o fluxo de trânsito na cidade, que atualmente se concentra majoritariamente em direção à região central, e fazer com que o paulistano perca menos tempo se deslocando. Na educação, por exemplo, nossas principais propostas são a entrega de 20 novos CEUs, a criação de 150 mil vagas em creches, matricular todas as crianças de 4 e 5 anos de idade nas EMEIs.
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JC&E: Em pesquisa recente, a saúde pública municipal foi apontada como o principal problema da cidade de São Paulo. O senhor tem planos específicos para aumentar o número de profissionais e, consequentemente, melhorar o atendimento à população? E quanto aos funcionários temporários, o senhor pretende manter esse tipo de contratação?
FH: Nossa administração dará o devido reconhecimento aos servidores municipais, um importante segmento social que há décadas vem dialogando com o meu partido em um ambiente de parceria e cooperação. A melhoria no atendimento à população será fruto desse trabalho em conjunto, e será aprimorado por meio de processos permanentes de capacitação do funcionalismo. No caso da Saúde vamos reorganizar a gestão da saúde municipal, promovendo a efetiva descentralização, com transferência de recursos e poder para unidades regionais da SMS-SP, de modo a criar unidades ágeis e com poder de ação.
JC&E: A atual gestão acaba de abrir um novo concurso para professor da rede municipal de ensino, cujos aprovados devem ser contratados já sob a nova administração. No seu governo, como pretende abordar a valorização da carreira do magistério e evitar a falta/evasão de professores nas escolas públicas?
FH: O concurso público é bem vindo para suprir a falta de professores e a lotação em novas escolas que estão em construção. Com a implantação da Educação Integral precisaremos de mais professores, e a prefeitura do PT terá várias ações para valorizá-los. Uma das mais importantes é a criação de 31 unidades do programa de Universidades Abertas do MEC, visando à formação profissional contínua dos profissionais da educação – inclusive com a oferta de cursos de mestrado e doutorado. É bom ressaltar que não será apenas para os professores da rede municipal – os professores da rede estadual também poderão se matricular nos cursos se houver interesse. Vamos garantir a realização periódica e sistemática de concursos públicos de ingresso no magistério, respeitando a Lei do Piso e fortalecendo o SINP (Sistema de Negociação Permanente).
JC&E: O que os servidores municipais podem esperar da sua gestão? Como o sr. vê apolítica de valorização no serviço público municipal?
FH: A gestão pública é realizada pelos servidores e valorizá-los, portanto, é fundamental. Nossa gestão fará isso por meio da democratização das relações de trabalho e da elaboração de uma política de revisão de planos de cargos, carreiras e salários vigentes. Também, como já dito, vamos criar mecanismos para a formação contínua do funcionalismo. Paralelamente a isso, iremos estabelecer uma política de gestão de pessoas e instituir uma política integrada de saúde do servidor público municipal, além, é claro, de requalificar o Hospital do Servidor Público Municipal e de reformular a Escola de Formação do Servidor Público Municipal para promover a capacitação desses profissionais.
JC&E: A Guarda Civil Municipal não realiza concurso público desde 2004 e está com o efetivo bastante defasado. Por lei a GCM pode ter até 15 mil servidores e conta atualmente com cerca de 6.500. Um novo concurso é aguardado desde o final de 2009, mas o órgão alega não ter verba para realizar a seleção. Quais e como deverão ser os investimentos na área de segurança urbana durante o seu mandato?
FH: Vamos fortalecer a Guarda Civil Metropolitana com aumento de efetivo e aquisição de novos equipamentos, o que significa modernizar e expandir o sistema eletrônico de vigilância da GCM e aumentar sua integração com a CET, a SPTrans e as polícias estaduais. Junto a isso, vamos reformular a atuação da Operação Delegada para que ela não se restrinja à fiscalização de camelôs; com isso, poderemos atuar nos bairros de maiores índices de violência e crimes onde só a presença da Polícia Militar é capaz de inibir determinadas condutas criminosas, além de intensificar a fiscalização de desmanches ilegais.
JC&E: Como o senhor encara a falta de qualificação profissional em São Paulo e quais ações e projetos pretende colocar em prática para capacitar os trabalhadores?
FH: Sob minha gestão, a prefeitura investirá maciçamente em educação, com o objetivo de capacitar os paulistanos – principalmente a juventude paulistana – para o mercado de trabalho. São Paulo terá acesso aos programas federais destinados à qualificação profissional, sobretudo o Pronatec (Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego). A Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) também será uma realidade, bem como o Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de São Paulo (IFE-SP), que será construído na zona norte. Quanto à Unifesp, está tudo pronto para que ela saia do papel, mas a gestão Serra-Kassab não disponibilizou até hoje o terreno para que pudéssemos instalá-la.
Crédito da foto: Paulo Pinto/DivulgaçãoEleições 2012
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