Especialista comenta as alterações do recém-lançado concurso e dá dicas para você!
Na última semana, milhares de concurseiros que esperavam ansiosos a abertura da seleção da Receita Federal tiveram uma boa notícia. O órgão finalmente publicou o edital para 450 oportunidades de auditor-fiscal.
A expectativa era que a Receita lançasse um único concurso para o preenchimento das 1.150 vagas autorizadas pelo Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão (MPOG) no mês de abril, das quais 450 eram para auditor e 700 para analista-tributário (antigo técnico). As chances para analista, no entanto, serão oferecidas em uma segunda seleção, prevista para ser lançada em breve.
Antes de efetuar sua inscrição, que será aberta a partir desta segunda-feira (28), a primeira tarefa do candidato é ler o edital com atenção mais que redobrada. O motivo são as inúmeras novidades presentes no documento.
Para começar, o processo seletivo, organizado pela Escola de Administração Fazendária (Esaf), não será regionalizado como as seleções anteriores da Receita. Desta forma, os participantes não terão mais que optar por uma determinada região e, ao se inscreverem, estarão disputando o número total de vagas (450). De acordo com a nota de esclarecimento publicada no portal do órgão na internet, o objetivo da mudança é aproveitar os candidatos com melhor desempenho global.
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Neste ponto, o problema é que o edital não traz nem mesmo a distribuição de ofertas, que só será divulgada durante a matrícula dos habilitados no curso de formação. “É muito positivo que a escolha das vagas seja posterior, mas seria ótimo se os candidatos soubessem, ao menos, para onde haverá vagas. Hoje, ele não sabe se haverá ofertas para o Rio de Janeiro, por exemplo”, afirma Luiz Gustavo Bezerra de Menezes, diretor da Academia Brasileira de Educação, Cultura e Empregabilidade (Abece).
Outra inovação do edital é a redução da carga horária do programa de formação, que corresponde à terceira etapa do concurso. Agora, o curso terá 240h de duração. A mudança na carga horária, segundo o órgão, foi estabelecida porque a formação específica dos novos servidores se dará de maneira progressiva ao longo da vida profissional.
Nova avaliação – Além da prova objetiva, a Receita Federal também realizará exame discursivo para auditor. Serão convocados os 1.080 melhores classificados no teste objetivo para enfrentar duas avaliações dissertativas, ainda sem data definida. Em cada exame, os candidatos terão de desenvolver um tema e responder a duas questões, que versarão sobre as disciplinas de direito constitucional e administrativo, direito tributário, comércio internacional, auditoria, administração pública, economia e finanças públicas.
Na opinião de Menezes, esta é a grande novidade do edital. “A prova discursiva vai representar um grande diferencial, pois na área fiscal este tipo de exame não é tradição”.
O diretor, no entanto, aconselha o candidato a não pensar nas novas avaliações neste momento. “Não se preocupe com a prova discursiva agora. O importante é conseguir se classificar dentro do número previsto no edital para então passar a estudar a estratégia a ser usada nos exames discursivos”, completa.
Alteração de conteúdo – As mudanças que mais geraram comentários e questionamentos foram, sem dúvida, a inclusão de novas disciplinas no conteúdo programático.
Neste concurso, os candidatos também terão de responder a questões das disciplinas de direito civil, direito penal, direito comercial, administração pública, auditoria e contabilidade avançada, que antes não eram cobradas. Por outro lado, não será pedido conhecimento em direito internacional público, informática e francês. O francês compunha o quadro de idiomas e era optativo, ou seja, o concorrente poderia escolher entre inglês, espanhol ou francês. Agora, ficam apenas as matérias de inglês e espanhol.
Outra parte importante do conteúdo também sofreu alterações, como explica Menezes. “Nos editais anteriores, a Esaf cobrava estatística e matemática financeira. Tais matérias não possuíam um peso muito relevante, eram 15 questões com peso 1. Agora, haverá 20 questões com peso 2 de raciocínio lógico matemático, que também englobará as duas disciplinas”.
De acordo com o especialista, as novidades de conteúdo poderão igualar os novos candidatos àqueles que estavam se preparando desde o último concurso do órgão, realizado em 2005.
“A partir da publicação do edital, deve-se dar ênfase às novas disciplinas. A orientação é pincelar o estudo nos pontos novos mais cobrados e realizar exercícios de provas anteriores”, aconselha Menezes.
Dicas gerais – A Receita Federal sempre foi o sonho de consumo de muitos concurseiros de todo o Brasil e, por isso, esta seleção tem tudo para ser uma das acirradas de 2009. Para alcançar a aprovação, alguns toques especiais podem fazer a diferença.
Sylvio Motta, autor de publicações especializadas, professor e coordenador do curso preparatório Companhia dos Módulos (RJ), recomenda que o candidato organize um quadro de horários para estudar e cumpra o que está estabelecido ali fielmente. “O segredo está na preparação contínua, evitando hiatos ou picos de estudo”, afirma ele.
Já Carlos Eduardo Guerra, autor da Editora Campus/Elsevier e professor do curso preparatório Centro de Estudos Guerra de Moraes (RJ) ressalta que mais importante que a quantidade de horas estudadas diariamente é a qualidade do estudo. Segundo o professor, no momento dedicado aos livros e apostilas, é imprescindível que a pessoa esteja bem e concentrada.
Motta atenta para outro fator que pode atrapalhar os concurseiros, a preferência por determinadas disciplinas. De acordo com ele, é preciso se profissionalizar e racionalizar o processo de aperfeiçoamento. “Não dá para gostar de contabilidade e não gostar de direito. O candidato profissional ama todas as matérias porque sabe que precisa de todas para ser aprovado”.
Guerra relembra ainda que a avaliação da Receita tem eliminação por disciplina. “O candidato tem que acertar, em média, 40% de cada prova”, destaca.
Nesta reta final, no entanto, Menezes destaca que é importante estudar de acordo com a relevância das matérias. “Conjuguem o tempo de estudo que resta com o peso da disciplina/número de questões. Preocupem-se mais com as matérias que terão mais peso e mais perguntas”, ressalta. Em relação à prova de idiomas, na qual o candidato pode optar por inglês ou espanhol, Motta dá outro conselho. Para ele, dominar inglês, mas não conhecer os termos técnicos exigidos no exame não faz sentido. “Outro erro comum é achar que a avaliação de espanhol é mais fácil, ledo engano”, revela.
Além de muito estudo, é preciso ainda estar bem preparado física e psicologicamente. Isto porque serão aplicadas três provas objetivas, agendadas para os dias 5 e 6 de dezembro.
De acordo com Guerra, os exames costumam acontecer sábado à tarde, domingo de manhã e domingo à tarde. “É normal que o concorrente chegue exausto para a última etapa, no domingo à tarde. Esta prova tem um índice de eliminação muito grande”, completa o especialista.
Talita Fusco/SP
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Receita Federal: inscrições abertas para 450 vagas de auditor
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ESAF
Vagas: Não definido
Taxa de inscrição:
Não definido
Cargos:
Não definido
Áreas de Atuação:
Não definido
Escolaridade:
Não definido
Faixa de salário:
Organizadora: O próprio órgão
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