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Estranhas verdades

Estudos do comportamento humano mostram que se quisermos adquirir um hábito, precisamos “nos forçar” a fazer aquilo que queremos que se torne um hábito por 21 dias seguidos

Roberto Witte
Publicado em 25/10/2016, às 09h52

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Bom dia, boa tarde, boa noite, boa madrugada... não sei a hora que você está me “lendo”, mas o importante é que você está me “lendo”.Bom, em nosso encontro anterior, comecei falando sobre nossa máquina de pensar, o cérebro. Vimos que ele é preguiçoso e que precisa ser avisado de que vai começar a estudar. Vimos também que Facebook e WhatsApp não combinam com o estudo. E mais importante ainda, vimos que é possível mudar ou adquirir um hábito novo... Ops, na verdade eu só falei que é possível mudar ou adquirir hábitos, mas não me aprofundei no assunto. Sendo assim, aqui vão alguns esclarecimentos. Aliás, antes vai um e-mail que recebi da Maria Alice. Acho que você vai se identificar com ela. 
“Professor Roberto, em um bate-papo anterior o senhor recomendou que escutássemos música de relaxamento. Bom, eu tentei, mas não consegui. Não adquiri esse hábito. Mas, aí lembrei que o senhor falou que iria falar de como adquirir um hábito. Por favor, fale sobre isso. Assinado: Maria Alice, Belo Horizonte”. 
Vamos lá, Maria Alice.
- Sim, somos capazes de adquirir (ou mudar) hábitos. Estudos do comportamento humano mostram que se quisermos adquirir um hábito, precisamos “nos forçar” a fazer aquilo que queremos que se torne um hábito por 21 dias seguidos. Isso mesmo, se o seu objetivo é se concentrar nos estudos (lembre-se que os primeiros 7 minutos são cruciais para começarmos a ter foco), você deve seguir as recomendações que dei por 21 dias consecutivos. Acredite, dá certo. No e-mail, a Maria Alice disse que não adquiriu o hábito de escutar música antes dos estudos. Pois bem, recomendei que a Maria Alice se forçasse a escutar música antes da aula por 21 dias seguidos. Ainda estou no aguardo do e-mail dela, mas tenho certeza que ela já deve estar habituada a escutar música. Entretanto, faça um teste (recomendei isso a ela também). Há pessoas que não gostam de música de relaxamento, preferem rock, funk ou pagode. O que interessa é que seu espírito, sua alma, estejam em sintonia com a tarefa de estudar. Em suma: foque suas energias e crie hábitos. Você só tem a ganhar.
- “Em aula, você não aprende; em aula, você entende a matéria”. E não fui eu quem cunhou essa frase (apesar de eu sempre ter tido a mesma opinião), foi o saudoso professor Pierluigi Piazzi, um grande, talvez o maior, estudioso do processo de aprendizagem que o Brasil já teve. Como é que é, professor? É isso mesmo. Eu vou repetir: em aula, nosso cérebro não aprende, em aula nosso cérebro entende a matéria. Em outras palavras: quando você assiste a uma aula, você entende o que o professor explica, mas não aprende tudo. Porém, assistir à aula é fundamental. O problema é que para você aprender (consolidar a matéria), você precisa estudar em casa, fazer lição de casa, revisar a matéria, e repito: apesar de você não aprender tudo em aula, a aula é fundamental para seu aprendizado. Você já percebeu que, quando assistimos a uma aula bem dada, a gente entende o que o professor explica, mas, no dia seguinte, a gente não lembra de muita coisa? Pois é, isso é normal. Você já ouviu falar na “Curva do Esquecimento”? A Curva do Esquecimento foi desenvolvida por Hermann Ebbinghaus, um psicólogo alemão, em 1885. Ele estudou o efeito do tempo sobre a memória do ser humano. Ele chegou a conclusões surpreendentes. Por exemplo: se não realizarmos qualquer revisão mental ou prática da matéria dada em aula, após 24 horas esquecemos, em média, de 60% a 80% do que vimos na aula e após 30 dias, a média é de que teremos, sem revisão, esquecido de 97% a 98% de tudo que aprendeu naquela aula (ou seja, sem revisão, é a mesma coisa de nunca ter visto aquela matéria). Esses percentuais variam de pessoa para pessoa. A boa notícia, é que esse problema pode ser resolvido com revisões regulares. A solução para esse esquecimento é revisar a matéria regularmente. Moral da história: revisões regulares são fundamentais para sua preparação. 
Roberto Witte é formado em ciências econômicas, professor de língua inglesa e coordenador pedagógico do Supremacia Concursos
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