Filmes que revelam mais do que sugere um primeiro olhar
Há poucas semanas o JC&E revelou que a Secretaria de Administração Penitenciária de São Paulo (SAP) se prepara para abrir concursos para diversas carreiras ainda em 2011. Entre outros cargos de nível superior, há a promessa de pelo menos 100 oportunidades para agente penitenciário (masculino). O cargo que exige nível médio tem uma remuneração média de R$ 1.600.
Não deixa de ser uma função instigante. São raras, para não dizer escassas, as pessoas que alimentam o desejo de ser agente penitenciário, pelo menos em uma fase insurgente da vida. No entanto, é um cargo concorrido e que desperta interesse dentro de um grupo específico de concurseiros.
O cinema, de certa maneira, abastece essa dicotomia com uma abordagem algo complexa dessa figura. Na maior parte das vezes, o ponto de vista de um filme que aborde o sistema penitenciário é do preso e, nessa conjuntura, o agente penitenciário entra por tabela. Dá para dizer que “À espera de um milagre”, baseado em um conto do escritor Stephen King se apresenta como um meio termo corajoso.
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Corajoso porque é um drama prisional convencional, mas que opta primeiramente pelo aspecto humano de seus personagens – a maioria deles agentes penitenciários. Existe o sádico, o medroso, o caladão, o responsável e aquele que agrega um pouco de todas essas características, papel do protagonista Tom Hanks. O filme acompanha esse punhado de homens que tem as vidas tocadas por um prisioneiro incomum, vivido pelo gigantesco Michael Clarke Duncan. Um homem que apresenta sinais de retardo mental, mas de extrema generosidade.
À medida que fica mais evidente que ele seria incapaz de fazer mal a alguém (foi preso após condenação por estuprar duas meninas), mais forte fica a sugestão de que ele poderia ser um anjo. A despeito do viés fantasioso da obra, a figura do agente penitenciário surge quase intacta na pluralidade de personalidades e na forma como o ofício é encarado por pessoas com formação sócio-cultural distintas.
Outro filme que aborda essa função, mas sob perspectiva completamente diferente é “Fuga de Alcatraz”. No filme estrelado por Clint Eastwood, baseado em eventos reais, um homem (quem mais senão o próprio Eastwood?) consegue fugir de um presídio de segurança máxima tido como inescapável. A fita de Don Siegel é um dos precursores desse subgênero tão caro a Hollywood que é o filme de fuga. Aqui os agentes penitenciários são sujeitos malvadões ou ingênuos o suficiente para ceder às artimanhas do protagonista, uma espécie de herói improvável característico do cinema mainstream.
Um filme que aborda com carinho e, sob um ponto de vista improvável, a relação de um prisioneiro com um agente penitenciário é “Mandela – a luta pela liberdade”. A fita, uma das muitas cinebiografias sobre o líder sul-africano Nelson Mandela, aborda a relação de Mandela com um guarda do lugar em que está aprisionado. Outra história tocada pela realidade, ainda que se permita ser oportunamente imaginativa. O agente penitenciário aqui não é uma pessoa comum, conforme os eventos que se seguirão irão comprovar. Tão pouco o prisioneiro é comum. É tangenciando essa história extraordinária, mas calcada em alicerces tão simples como admiração e respeito, que “Mandela – a luta pela liberdade” reveste de importância a função do agente penitenciário. Justamente por evitar o maniqueísmo que caracteriza “Fuga de Alcatraz” que se apodera dessa figura de maneira aleatória.
Serviço:
À espera de um milagre
Nome original: The green mile
País: Estados Unidos
Ano de produção: 1999
Direção: Frank Darabont
Disponível em DVD
Fuga de Alcatraz
Nome original: Escape from Alcatraz
País: Estados Unidos
Ano de produção: 1979
Direção: Don Siegel
Disponível em DVD
Mandela – a luta pela liberdade
Nome original: Goodbye Bafana
Países: Bélgica, França e África do Sul
Ano de produção: 2007
Direção: Billie August
Disponível em DVD
Por Reinaldo Matheus Glioche
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