Além de buscar excelência na avaliação de candidatos, a organizadora conta com um programa de auxílio a menores carentes
Para conseguir um bom desempenho em concursos públicos, além de disposição, é preciso boa metodologia e preparação adequada. Mas nem sempre os candidatos se dão conta de todo o processo necessário para a realização dos processos seletivos, incluindo elaboração de provas e cuidados com segurança. Para falar sobre isso, o JC&E traçou o perfil de uma das principais bancas organizadoras do país, o Instituto Brasileiro de Formação e Capacitação (IBFC).
De acordo com seu presidente, Alexandre Faraco, o principal objetivo é realizar um trabalho de excelência. “Somos responsáveis pelos candidatos que buscam crescer profissionalmente. Por isto é necessária uma estrutura que garanta que tudo ocorra de forma transparente e idônea, com equidade entre os candidatos”, diz.
Segundo ele, o instituto existe há sete anos e vem trabalhando em concursos de todas as esferas: municipal, estadual e federal. O do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas (Inep) é um exemplo. “Este é um órgão que sofre muita pressão, pelo vínculo com o Enem (Exame Nacional do Ensino Médio), exigindo muito cuidado em sua elaboração”. Entre os principais órgãos, Faraco cita o governo de Minas Gerais. “Somos responsáveis por aproximadamente 90% dos concursos do Estado”, destaca.
LEIA TAMBÉM
Responsável por alguns dos maiores concursos recentes, como o do magistério da Prefeitura de São Paulo, o IBFC, segundo Faraco, prima em seguir os programas propostos nos editais. “O conteúdo é amplamente discutido entre técnicos do IBFC e responsáveis pelo órgão para atingir um público compatível com o perfil almejado”, explica. Ele diz que as questões costumam ser situacionais, para melhor relacionar a prova com o trabalho que será desenvolvido, e ressalta que os candidatos não devem se preocupar com “pegadinhas” nos concursos do IBFC.
As provas são elaboradas por uma banca pré-selecionada de professores com mestrado e doutorado, além de coordenadores. “A cada processo, realizamos uma avaliação, analisando os acertos e erros e quantidade de questões anuladas, no sentido de manter um nível de qualidade”, explica o presidente.
Em termos de cuidados para manter o sigilo na fase de elaboração, Faraco diz que o professor não é nem mesmo informado para qual concurso está trabalhando. Além disso, sempre elabora mais questões do que são utilizadas, de forma que não terá como saber quais serão cobradas. “E nunca elabora as questões sozinho. Sempre existem pelo menos duas bancas”, explica. “Fornecemos um manual aos professores com alguns cuidados que devem ser tomados, como não usar computador ligado à internet e tomar cuidado com o ineditismo das questões”, diz. Quanto ao conteúdo cobrado, ele explica que nem sempre as provas conseguem abordar todo o programa, mas há uma preocupação em detectar os principais pontos, mais relacionados com as atividades.
Após a elaboração das questões, o processo passa para a confecção das provas. Neste sentido, toda a impressão é feita em gráfica própria, na sede do IBFC, monitorada por câmeras, com controle de entrada e saída de funcionários. Faraco ressalta que é necessário possuir uma estrutura física própria, adequada às necessidades, com total controle da operação. Além disso, todo o acesso é parametrizado, de forma que os funcionários somente podem circular em determinadas salas. “O professor, além de não saber quais questões serão utilizadas, não tem nenhum contato com a confecção dos cadernos”, explica. “O contato do professor vai somente até o departamento de provas, na parte de testes e medidas. O processo é todo fragmentado e ninguém possui conhecimento do todo, para garantir o sigilo. Nem mesmo eu, como presidente”, diz.
Depois da confecção dos cadernos, o próximo passo é a entrega das provas nos locais de exame. Faraco ressalta que, por atuar em todo o Brasil, diversos cuidados variam de acordo com a localidade, mas ressalta que todo o trajeto é rastreado, com uso de caixa forte e escolta. “Quando a seleção ocorre em outro Estado, o transporte é feito por via aérea, também monitorado e acompanhado”. Além disso, segundo ele, todo o material é transportado em envelopes lacrados. Após a chegada das provas, o lacre somente pode ser tirado pelo fiscal na frente dos candidatos.
Uma vez entregues, a preocupação passa a ser com o acompanhamento da resolução das provas. Neste caso, o IBFC possui uma equipe de coordenação local em cada região. De acordo com Faraco, em cada local existe um coordenador e um banco de fiscais cadastrados. “Em nossa sede possuímos uma sala, onde os coordenadores são treinados. Cada concurso possui uma especificidade e exige um treinamento específico, que deve ser repassado para os fiscais”, explica. A convocação dos fiscais é feita por meio de um banco de pessoal que, segundo Faraco, é submetido a avaliações constantes, em cada exame.
Os fiscais, de acordo com o presidente, são preparados para atuar em caso de constatação de qualquer irregularidade ou tentativa de burlar o concurso. “Quando você possui uma casa, por mais segurança que tenha, não impede que alguém tente roubar. Este é o princípio que utilizamos. Possuímos mais de 1.500 detectores de metais, que são distribuídos em todas as salas. Se o candidato estiver com ponto eletrônico no ouvido, celular na sola do sapato ou qualquer outro tipo de tentativa neste sentido, certamente será pego”, diz.
Outro tipo de tentativa de fraude corresponde ao falso candidato que tenta apresentar um documento adulterado para realizar a prova no lugar do participante. Também existem casos em que um grupo tenta compartilhar as respostas através de ponto eletrônico ou outros meios. “É difícil pegar isso no dia, mas utilizamos um banco de dados com os candidatos e confrontamos todos os gabaritos para verificar semelhanças na mesma sala, além da posição das cadeiras. A segurança não deve ser somente na aplicação, engloba também o pós-aplicação. Se o sujeito não for pego na hora, será detectado depois”.
Parte do dinheiro arrecadado com os concursos do IBFC é destinado a um projeto social para a formação e capacitação de jovens. “Buscamos tirar os jovens da rua, que recebem informação técnica para conseguir seu primeiro emprego, pelo programa Jovem Aprendiz. Além disso, eles recebem uma informação espiritualista do que é ser humano. Não basta ensinar matemática ou informações técnicas, também é necessário formar um elemento humano. Não basta oferecer um curso de informática, mas atingir a base, o caráter, e fazer com que estes jovens sejam multiplicadores do que aprendem. Nossa única exigência é que, um dia, eles voltem em outra condição”, diz.
Segundo Faraco, além de ser gratuito, o programa oferece alimentação, vale-transporte e material didático. Ocorre de segunda a sexta-feira, das 13h30 às 17h30, com turmas de 30 jovens. A duração é de cinco meses e, após este período, o participante é encaminhado ao mercado de trabalho, mas continua participando durante três anos, uma vez por semana. Entre os conteúdos são ministradas noções de administração, marketing pessoal, informática e aulas de língua portuguesa e matemática, além de um acompanhamento por parte de uma assistente social. “Nós visitamos a casa de todos os participantes para saber a real situação em que vivem. Não basta ficar só na sala de aula. É preciso entender o contexto”, diz.
As informações para as inscrições podem ser obtidas por meio de um edital disponível no site do IBFC (www.ibfc.org.br). A escolha é feita por meio de processo seletivo, com redação e entrevista. A intenção, segundo Faraco, para breve, é estender o projeto, que ocorre em São Paulo, para as outras capitais com sedes do IBFC, no Rio de Janeiro/RJ, Belo Horizonte/MG e João Pessoa/PB.
- Ministério Público de São Paulo;
- Secretaria de Gestão Pública do Estado de São Paulo;
- Secretaria Municipal de Educação de São Paulo;
- Prefeitura de Guarulhos;
- Prefeitura de Campinas;
- Procuradoria Geral do Estado de São Paulo;
- Polícia Militar da Paraíba;
- Secretaria Estadual de Saúde da Paraíba;
- Amazônia Azul Tecnologias de Defesa S.A;
- Tribunal Regional Eleitoral do Amazonas;
- Companhia Municipal de Limpeza Urbana do Rio de Janeiro;
- Ministério da Educação;
- Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (HUB, HU-Univasf e HUUFMA);
- Governo do Estado da Bahia;
- Secretaria de Administração Pública do Distrito Federal;
- Governo do Estado de Minas Gerais;
- Tribunal de Justiça do Paraná;
- Empresa Gerencial de Projetos Navais.
Siga o JC Concursos no Google News
Governo
Vagas: Não definido
Taxa de inscrição:
Não definido
Cargos: diversos
Áreas de Atuação:
Não definido
Escolaridade:
Não definido
Faixa de salário:
Organizadora: IBFC
Estados com Vagas: AC,
AL,
AP,
AM,
BA,
CE,
DF,
ES,
GO,
MA,
MT,
MS,
MG,
PA,
PB,
PR,
PE,
PI,
RJ,
RN,
RS,
RO,
RR,
SC,
SP,
SE,
TO
Mais de 5 mil cidades no Brasil!
+ Mais Lidas
JC Concursos - Jornal dos Concursos. Imparcial, independente, completo.