Pelo título desse artigo já perceberam que eu gosto do filme Tropa de Elite, né? Tem horas em que sinto-me o próprio capitão Nascimento!
Brincadeiras à parte, essa frase do filme serve bem para falar da responsabilidade que você precisa ter para chegar ao objetivo que quer atingir. Na sua preparação não dá para ser “fanfarrão” e deixar de cumprir o planejamento e as metas de estudo. Você tem dúvidas de que se fizer isso irá enganar a si próprio? Se está de brincadeira, se não vai levar à sério, “pede pra sair”! Concurso é lugar de “gente grande”.
Meta existe para ser cumprida e não para arrumar desculpas para deixá-la de lado. Aliás, se quisermos, sempre arrumaremos desculpas para tudo, mas, sinceramente, é isso que quer para você?
Vou contar mais um caso que aconteceu durante minha preparação para o ICMS-SP. Bem, eu fazia aula presencial e comprei um pacote de reta final com aulas em todos os finais de semana. Um dia, mais ou menos uns dois meses antes da prova, estava dirigindo para o cursinho, na faixa da direita e perdi a direção do carro ao frear no farol da faixa de pedestre. Como era um domingo, às 8h da manhã, graças a Deus não havia nenhum pedestre na faixa! Ao perder a direção, o carro rodou, atravessou as duas pistas e fui parar do outro lado, bati na guia da pista da esquerda, entrei em um canteiro central e o carro bateu em um bueiro acima do nível da rua e nisso o carro fez uma espécie de voo. Lembro até hoje quando olhei pelo vidro e vi o Rio Tamanduateí à minha frente. Fechei os olhos e só senti o impacto do carro batendo bem forte. Fiquei esperando a água entrar, afinal tinha certeza que tinha caído no rio, mas não caí! É muito doido isso, mas no lugar onde bati era um descampado e havia uma única árvore bem na beira do rio e meu carro bateu exatamente nela, que foi a responsável por evitar que eu me espatifasse lá embaixo.
Quando abri os olhos, vi dois policiais ao lado de fora do carro, preocupados para ver se estava tudo bem, principalmente quando avistaram as cadeirinhas dos meus filhos no banco de trás. Avisei que estava sozinha e que, aparentemente, estava tudo bem. Eles ligaram para meu marido, que logo chegou em outro carro. Quando ele chegou, pedi que verificasse a questão da retirada do meu carro dali, peguei a chave do carro dele e fui para onde? Para a aula, óbvio! Queria passar no concurso e, se faltasse, seriam oito horas de estudo que deixaria de ter – quase não tinha tempo para estudo, não teria como repor as horas caso as perdesse.
Fui para aula, aprendi tudo que tinha para aprender e saindo de lá fui para onde? O hospital, claro! Depois de cumprir minha missão, podia ir ver o que aconteceu. Fiz ressonância e não tive nenhuma fratura, mas ganhei uma queimadura do cinto de segurança e um colete cervical por dez dias. Ah, antes que perguntem, durante a semana, mesmo com o colete, estudei e cumpri toda a meta da semana.
Vão dizer que fui louca, inconsequente? Sim, talvez tenha sido, concordo, mas entre ser louca ou usar o acidente para justificar minha ausência, optei pela camisa de força!
Não acho que sou melhor do que ninguém por ter feito isso e tampouco merecia mais do que qualquer outro a aprovação, fiz o que tinha que ser feito de acordo com a minha consciência, só isso! Enquanto estudava via gente que, pela sua história de vida e dificuldades, merecia muito mais do que eu, de verdade. Em concurso não é aprovado quem precisa mais, quem enfrenta mais “perrengues”, mas sim quem faz a sua parte, quem cumpre a missão dada. Cada um tem o seu “dragão” e o que muda no resultado é a forma com que cada um lida com ele.
Minha intenção, ao contar para vocês esse episódio da minha vida, não é que saiam fazendo loucuras. Por isso, é bom aqui dar aquele alerta “não tente isso em casa” (fui muito louca, eu sei!). Minha intenção é que não arrumem desculpas para não estudar ou para justificar seus “vacilos”. Antes de desistir, de não cumprir a sua meta, pense: será que não consigo mesmo?
Capitão Nascimento, em outro momento do filme, diz: “A responsabilidade é minha. O comando é meu!”. Pois bem, isso deve ser uma verdade também para você: a responsabilidade pelos seus atos e omissões é toda sua, de mais ninguém, e o comando, parceiro, é todo seu!
Portanto, a escolha é sua: é melhor você dizer “missão dada é missão cumprida” ou ouvir “nunca serão, jamais serão”?
Bons estudos!
Gabriela Lubies é agente fiscal de rendas da Sefaz/SP e coach do Estratégia ConcursosSiga o JC Concursos no Google News