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Concurso do Banco Central depende de autorização

A validade do último concurso público do Banco Central (Bacen) expirou em setembro de 2015. O órgão sofre com alta defasagem de pessoal em suas unidades

Camila Diodato e Yahell Luci Lima
Publicado em 04/01/2016, às 11h48

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Com o término da validade do último concurso do Banco Central do Brasil (Bacen), em 27 de setembro de 2015, cresce a expectativa para que o órgão realize uma nova seleção em breve. O único entrave para a abertura do processo seletivo é uma autorização por parte do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão (MPOG).
Apesar dos cortes orçamentários previstos para 2016, que prevê a suspensão temporária de liberação de avais para novas seleções, o concurso do Banco Central pode ser concedido este ano. Os motivos são os seguintes: primeiro, se a economia do país melhorar, o Planejamento poderá reavaliar as condições financeiras e liberar concursos; já outro refere-se à autorização de processos seletivos em caráter excepcional.
O departamento de comunicação do Bacen havia informado anteriormente que não há uma data para a realização de novo concurso. Mas sindicatos da categoria dizem que há uma defasagem de pessoal grande na instituição e, por tal motivo, será necessária a abertura de uma seleção o mais rápido possível.

Defasagem de Profissionais


Apesar da realização do concurso de 2013, o Banco Central do Brasil sofre com a alta defasagem de pessoal, o que compromete o atendimento em todas as suas unidades, espalhadas pelo país.
Durante debate na Câmara dos Deputados, em 10 de junho de 2014, a deputada federal Alice Portugal (PCdoB/BA) anunciou que o órgão tem um déficit de 2.399 servidores, com relação ao previsto na lei 9.650/98. A legislação estabelece que o banco tenha 6.170 profissionais concursados, mas, na época, possuía apenas 3.771 (3.218 analistas e 553 técnicos).

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Segundo o presidente do Sindicado Nacional dos Funcionários do Banco Central (Sinal), Daro Marcos Piffer, esse número alterou, já que desde então foram nomeados candidatos do concurso de 2013, porém, a quantidade de convocados não supre a carência de pessoal e, além disso, nesse período houve aposentadorias.

Dados de 2014 apresentaram que o órgão não consegue repor o quadro de trabalhadores. De 2009 a 2015 mais de 1.800 funcionários se aposentaram, sendo 270 em 2009 e 343 em 2013. A estimativa era de que em 2014 o Bacen perdesse 588 servidores e 104, em 2015.

O presidente do Sinal ainda disse que as consequências da falta de pessoal são enormes, já que o órgão não consegue atender toda a demanda. “Essa situação traz problemas de toda a ordem, sendo uma das áreas mais prejudicadas a da fiscalização. Por conta disso, o Banco Central prioriza somente as demandas consideradas mais importantes”, explicou Piffer.

Daro Piffer apontou que a unidade com a maior carência é a de Belém, no Pará, pois tem 60 servidores, sendo que a regional cuida de toda a região norte do Brasil.
Na entrevista concedida ao JC Concurso, Piffer também havia dito que esperava que o concurso Bacen ocorresse ao longo de 2016, já que a validade do certame anterior já estaria encerrada.

Edital anterior


Em 2013, o Banco Central promoveu concurso com 500 vagas destinadas aos cargos de técnico e analista. Na ocasião, a banca organizadora foi o Cespe/UnB e a remuneração inicial oscilava entre R$ 5.158,23 e R$ 14.289,24.

A carreira de técnico apresentou 100 oportunidades e estava dividida entre as áreas de suporte técnico-administrativo e segurança institucional. Para concorrer a este emprego o candidato precisou ter ensino médio completo.

Destinado a profissionais de nível superior, o cargo de analista (400) estava distribuído em seis áreas de conhecimentos: análise e desenvolvimento de sistemas, suporte à infraestrutura de tecnologia da informação, política econômica e monetária, contabilidade e finanças, infraestrutura e logística, e gestão e análise processual.
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O processo seletivo constou de provas objetivas, testes discursivos e análise de títulos – este último apenas para analista. Depois, houve um programa de capacitação para os candidatos aprovados.

As provas ocorreram nas cidades de São Paulo (SP), Rio de Janeiro (RJ), Brasília (DF), Belo Horizonte (MG), Curitiba (PR), Porto Alegre (RS), Belém (PA), Fortaleza (CE), Recife (PE) e Salvador (BA).

Dicas de estudo para o concurso do Banco Central


Com a previsão de um novo concurso, que deve contemplar vagas para técnico (nível médio) e analista (nível superior), os candidatos já podem iniciar os estudos com antecedência, já que a concorrência para o Banco Central é sempre grande. Por isso, o JC coloca abaixo algumas dicas de estudo feitas por alguns professores. Confira!

Economia (analista) – O conteúdo de economia, subdividido em macroeconomia e microeconomia, exige do concursando conhecimentos gerais de contas nacionais; políticas econômicas, fiscal e monetária, bem como teorias de inflação. Neste último tópico, destaco as “metas de inflação”, haja vista o problema recente com o tomate e o nível de inflação próximo ao limite máximo.

No contexto atual, têm espaço na prova do Banco Central o Balanço de Pagamentos, as reservas internacionais e o resultado em conta corrente. É importante para o ingressante no Bacen distinguir a polarização entre “a mão forte do Estado - economia Keynesiana” versus o liberalismo econômico, haja vista, no tópico “economia brasileira”, as divergências entre situação e oposição, que oferecem ambiente para perguntas sobre as políticas sociais e os desdobramentos do Plano Real.

Em microeconomia, uma constante tem sido a teoria dos jogos e equilíbrio de Nash, cabendo um olhar sobre as funções e a estrutura do Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica), em virtude do volume de fusões e aquisições (análise de concentração), bem como quanto ao acordo de Basiléia II, no item “normas internacionais”, que também é conteúdo exigido em Sistema Financeiro Nacional.
(professor Edmo Menini)

Fundamentos de gestão de pessoas (técnico) – As questões sobre recursos humanos ou gestão de pessoas, para os cargos técnicos, exigem do candidato a capacidade de memorizar definições e conceitos, não sendo exceção o Bacen.

Neste sentido, dada a complexidade das provas em anos recentes, mister se faz desenvolver a capacidade de entender e aplicar conceitos relacionados a gestão de pessoas, tais como diferenciar recrutamento e seleção e compreender as características particulares.

Entender e correlacionar os modelos teóricos de administração pública com os modelos de gestão de pessoas são outros conhecimentos que se deve buscar.

Atenção também ao corolário do modelo gerencial que emerge pós reforma administrativa da década de 90, tratando-se da exigibilidade em prova de familiaridade com o conceito de gestão voltada para resultados, desenvolvimento de competências, avaliação de desempenho (tipos e características), papel do treinamento e diferenciação entre cultura e clima organizacional.

Além destes tópicos, vale um olhar sobre questões relacionadas à educação corporativa, no contexto das organizações, aplicando-se conceitos de liderança e a capacidade de trabalhar em equipe.
(professor Edmo Menini)

Direito administrativo (analista e técnico) –
Importante para o concurso do Banco Central, a disciplina não é muito estudada em razão da complexidade. Entretanto, se o candidato que não é formado em direito estudar por algum livro capaz de fornecer o acesso aos conhecimentos jurídicos, com linguagem voltada aos concursos públicos de nível médio e superior (não jurídicos), dará um grande passo na conquista da tão sonhada vaga.

Além disso, para o cargo de técnico, a nossa recomendação é estudar bem a lei 8.112/90, o Estatuto do Servidor Público Federal, em especial as formas de provimento e de vacância, os direitos e vantagens e o regime disciplinar.

Para o cargo de analista, entendemos por bem conhecer a citada lei e os princípios básicos da administração pública, inclusive aqueles implícitos na Constituição Federal. Também é importante estudar o tema “serviços públicos”, estopim de várias manifestações populares por todo o Brasil. Por fim, a responsabilidade civil do Estado é assunto que não poderá ficar esquecido.
(professor Fabrício Bolzan)

Sistema financeiro nacional (analista) – A disciplina de Sistema Financeiro Nacional (SFN) está inserida na parte de conhecimentos gerais para todas as áreas.

É de grande importância ter gravado na mente todo o organograma do SFN, bem como os objetivos de: Subsistema Normativo por excelência – CMN, CRSFN, CNSP, CNPC; Subsistema Normativo de Supervisão e Fiscalização – Bacen, CVM, Susep e Previc; e Subsistema Operativo em que estão inseridos os responsáveis por realizar a intermediação financeira entre agentes superavitários e deficitários e realizar a prestação de serviços perante a sociedade.

Não se esqueçam que as IF’s Monetárias/Bancárias recebem depósitos à vista em contas correntes. Nesta lista estão incluídos os Bancos Comerciais, as Cooperativas de Crédito e as Caixas Econômicas.

Também é imprescindível lembrar que para a redução dos vários riscos que atingem o setor bancário foram editadas várias regulamentações prudenciais, destacando-se o Acordo de Basiléia II, que objetiva, entre outros, gerenciar o risco operacional (aquele que decorre da falta de consistência e adequação dos sistemas de informação, processamento,  operações e pessoas), bem como o requerimento de 8% mínimo de capital próprio. No Brasil, esse índice é de 11%, conforme resoluções do Banco Central.
(professor Paulo Medina Nóbrega)

Raciocínio lógico (técnico e analista) – O último concurso para o Bacen cobrou a disciplina tanto para técnico como para analista, voltada ao raciocínio lógico quantitativo.

Raciocínio lógico quantitativo: 1. Estruturas lógicas. 2. Lógica de argumentação: analogias, inferências, deduções e conclusões. 3. Lógica sentencial (ou proposicional). 3.1. Proposições simples e compostas. 3.2. Tabelas verdade. 3.3. Equivalências. 3.4. Leis de De Morgan. 3.5. Diagramas lógicos. 4. Lógica de primeira ordem. 5. Princípios de contagem e probabilidade. 6. Operações com conjuntos. 7. Raciocínio lógico envolvendo problemas aritméticos, geométricos e matriciais.

Considero como principais pontos na parte de lógica proposicional, que são os temas de 1 a 4, as regras dos conectivos, equivalências, argumentação, reconhecimento de uma proposição e diagramas lógicos (quantificadores).

Na parte de análise combinatória (princípios de contagem), o candidato deve saber diferenciar quando utilizar: princípio fundamental de contagem, arranjo simples e permutações e combinações simples. E para ficar seguro, muitos e muitos exercícios.

Probabilidade vem sendo cobrada de forma frequente, de novo, muitos exercícios são fundamentais.
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+ Resumo do Concurso Banco Central

Bacen - Banco Central
Vagas: Não definido
Taxa de inscrição: Não definido
Cargos: Técnico, Analista
Áreas de Atuação: Administrativa, Operacional
Escolaridade: Ensino Médio, Ensino Técnico, Ensino Superior
Faixa de salário:
Organizadora: O próprio órgão
Estados com Vagas: AC, AL, AP, AM, BA, CE, DF, ES, GO‍, MA, MT, MS, MG, PA, PB, PR, PE, PI, RJ, RN, RS, RO, RR, SC, SP, SE, TO

+ Agenda do Concurso

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