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Qualidade textual e tipos de parágrafos

Redigir não significa escrever um vocábulo por sua aparência; ao contrário, a essência do significado deve se unir à estrutura redacional.

Redação
Publicado em 09/03/2015, às 10h44

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Sandra Ceraldi

A qualidade de um texto preza, antes de qualquer coisa, elementos essenciais para total compreensão. Redigir não significa escrever um vocábulo por sua aparência; ao contrário, a essência do significado deve se unir à estrutura redacional.

Para que um texto tenha qualidade, é preciso respeitar alguns componentes linguísticos que são: concisão –falar de forma objetiva, desprezando-se o supérfluo; correção –a linguagem sempre deve estar de acordo com as normas gramaticais, em qualquer modalidade textual; clareza –confere ao leitor coerência, tornando o texto facilmente compreensível, e para tal evite períodos extensos e vocábulos rebuscados; precisão –escolha acertada do termo próprio, da palavra exata para a ideia que se quer exprimir; e coesão –encaixe lógico de expressões e ideias, concatenando-as no texto.

Atenção para alguns vícios de linguagem

Arcaísmo – uso de expressões antigas, já ultrapassadas (Vossa Mercê / vosmecê está bem?); ambiguidade –duplo sentido ocorrido em frases (João, o Pedro saiu com sua namorada. Sua de quem?); barbarismo –uso errado quanto à pronúncia corretado vocábulo, sua forma ou significação (rúbrica – rubrica / oge – hoje); cacofoniasom desagradável ou palavra de sentido ridículo (a vez passada = vespa assada); estrangeirismo –emprego de palavras próprias de línguas estrangeiras (menu, show, gourmet); pleonasmo vicioso –emprego de termos desnecessários, redundância ineficaz (subir para cima, a grande maioria, elo de ligação); solecismo –erro de sintaxe (“fazem” dois anos que ele sumiu / vou “no” fórum); preciosismo –linguagem afetada, técnica ou muito rebuscada (Meu pai sofre de alopecia androgênica = careca).

Estruturados parágrafos

Os parágrafos são indicados por afastamento da margem esquerda da folha e são moldáveis (podem ser aumentados ou diminuídos) conforme o tipo de redação. Se o escritor souber variar o tamanho dos parágrafos, dará colorido especial ao texto, captando a atenção do leitor, do começo ao fim.

No parágrafo encontramos o tópico frasal(ideia central ou frase-síntese) que orienta e governa o resto do parágrafo e dele nascem outros períodos secundários ou periféricos. É o período mestre, que contém afrase-chave e dirige a atenção do leitor diretamente para o tema central com opotencial de gerar ideias-filhote. Geralmente, vem no começo do parágrafo, seguido de outros períodos que explicam ou detalham a ideia central.

Tipos de parágrafos

Parágrafos curtos: a notícia possui parágrafos curtos em colunas estreitas, já artigos e editoriais costumam ter parágrafos mais longos. Revistas populares, livros didáticos destinados a alunos iniciantes, geralmente, apresentam parágrafos curtos.

Parágrafos médios: comuns em revistas e livros didáticos. Cada parágrafo médio é construído por três períodos (50 a 150 palavras). Em cada página de livro cabem cerca de três parágrafos médios.

Parágrafos longos: as obras científicas e acadêmicas possuem longos parágrafos, por três razões: os textos são grandes e consomem muitas páginas; as explicações são complexas e exigem várias ideias e especificações, ocupando mais espaço; os leitores possuem capacidade e fôlego para acompanhá-los.

Algumas palavras e expressões facilitam a ligação entre as ideias, estejam elas em um mesmo parágrafo ou não. Veja:

·assim, desse modo – têm valor exemplificativo e complementar. A sequência introduzida por eles serve normalmente para explicitar, confirmar e complementar o que se disse anteriormente.

·ainda – serve, entre outras coisas, para introduzir mais um argumento a favor de determinada conclusão; ou para incluir um elemento a mais dentro de um conjunto de ideias qualquer.

·aliás, além do mais, além de tudo, além disso – introduzem um argumento decisivo, apresentado como acréscimo. Pode ser usado para dar um “golpe final” em um argumento contrário.

·mas, porém, todavia, contudo, entretanto... (conj. adversativas) – marcam oposição entre dois enunciados.

·embora, ainda que, mesmo que – servem para admitir um dado contrário para depois negar seu valor de argumento, diminuir sua importância. Trata-se de um recurso dissertativo muito bom, pois sem negar as possíveis objeções, afirma-se um ponto de vista contrário.

·este, esse e aquele – são chamados termos anafóricos e podem fazer referência a termos anteriormente expressos, inclusive para estabelecer semelhanças e diferenças entre eles.


Bons estudos!

Professora Sandra Ceraldi Carrasco é consultora, especialista em língua portuguesa e autora de livros e periódicos na área. Há mais de 20 anos ministra cursos e palestras com índice recorde de aprovação. Seu mais recente trabalho aborda de forma prática o Acordo Ortográfico. Atualmente é coordenadora de cursos e professora de redação oficial da Academia de Polícia de São Paulo. Contato: professora.sandracarrasco@uol.com.br.

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