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Concursos públicos em alta entre os jovens

Empregos públicos estão na mira de recém-formados e até mesmo de estudantes prestes a concluir o ensino médio. Concursos são vistos como porta de entrada para o mercado de trabalho

Cintia Amaro
Publicado em 08/06/2015, às 10h35

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A busca por um emprego sempre envolve dúvidas e as dificuldades ficam ainda mais aparentes com o quadro econômico do país em baixa. Quando a economia não cresce como o esperado, as contratações da iniciativa privada ficam mais difíceis e as carreiras estagnadas. Além disso, só nos primeiros meses de 2015, o custo de vida na capital paulista, por exemplo, aumentou em quase 5,5%, segundo dados do Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos). Em um cenário como esse, o concurso público parece ser a decisão mais acertada para muito jovens brasileiros, que já o enxergam como uma porta de entrada para o mercado de trabalho.
Bruna Zormitta, de 17 anos, estuda para concurso no AlfaCon de Cascavel/PR e acredita que pode se realizar em outras áreas para além do mercado de trabalho. “Fazer teatro e ter um negócio na área de gastronomia são sonhos, mas que posso realizar em paralelo com a carreira policial”, diz Bruna, que até tentou o vestibular para engenharia, mas não passou de primeira e resolveu investir seu tempo e estudo para o concurso da Polícia Federal (PF)
A jovem Bruna, que optou por investir em uma carreira fora da iniciativa privada, não está sozinha. Em recente pesquisa feita pelo CIEE (Centro de Integração Empresa-Escola), 62% dos jovens em busca de estágio disseram ter preferência pelo setor público; em segundo lugar, 36% optariam pelo setor privado; e, por último, pelo terceiro setor, com apenas 2% dos entrevistados.
Altos salários, estabilidade no emprego, aposentadoria integral e jornada de trabalho são algumas das vantagens que atraem os profissionais para a administração pública, até mesmo para áreas diferentes das que estavam acostumados a atuar. É o caso de Dieggo Oliveira, 25 anos, de Manaus/AM, que terminou a faculdade de engenharia mecânica em 2013 e chegou a trabalhar na área durante um ano e meio. “Eu estava infeliz, trabalhava no sábado, às vezes no domingo, e não tinha tempo para hobbies nem para lazer”, conta. Agora Dieggo estuda no AlfaCon de Cascavel/PR e pretende conseguir ocupar um cargo na Polícia Federal (PF). “Eu quero conquistar carro, apartamento, ajudar minha família, mas também quero um emprego satisfatório. O posto que pretendo seguir é diversificado, não se faz a mesma coisa todos os dias”, explica.
Outro caso é o de Emanuely Sabriny, de 18 anos, estudante do site Questões de Concursos que optou por abrir mão do ensino superior. “No tédio do aguardo do resultado do Enem [Exame Nacional do Ensino Médio] me deparei com a oportunidade de passar em um concurso, ter independência financeira e pagar meus estudos, uma vez que não consegui passar no curso que queria na universidade pública. Como meu namorado e meu melhor amigo iriam fazer o concurso da Caixa Econômica Federal, resolvi fazer também e mantive o ritmo que tinha ao estudar para vestibular. Havia acabado de completar 18 anos e passei”, conta.
Especialistas em cursos preparatórios para concurso apontam ter notado aumento significativo no número de alunos mais jovens, na faixa entre 17 e 25 anos, e consideram isso uma mudança positiva. 
Evandro Guedes, CEO do AlfaCon, acredita que o jovem leva dinamismo e vontade de mudar para o setor público, o que está ajudando a tirar a carga de derrota que era atribuída aos concursados. “É uma mudança de perspectiva que foca o sucesso. Muitos graduados saem da faculdade com uma perspectiva bem diferente da de quando entraram, e assumir o emprego público é um desafio e até mesmo um sonho”, afirma. 
O diretor do site Questões de Concursos, Fernando Bentes, fala que a experiência no mercado de trabalho não é garantia de contratação de um bom empregado e que, por isso, a etapa de investigação social, cheia de preconceitos e requisitos subjetivos, deveria ser abolida dos concursos públicos. “Os cursos de formação servem para instruir os iniciantes em uma carreira e as pessoas mais antigas em uma instituição têm a função de passar alguns comportamentos que mantêm uma ética profissional ao servidor mais novo. Por experiência, posso dizer que pessoas mais jovens podem surpreender com alto senso de responsabilidade, enquanto outras são muito imaturas”, diz. Bentes acrescenta, ainda, que mesclar jovens com pessoas mais experientes é saudável: “a rigor, o convívio de pessoas mais jovens e mais velhas é salutar porque a troca de vivências faz com que se combinem requisitos de experiência com atualidade”.

Determinação 

Apesar de os jovens estarem procurando mais os concursos, ainda é preciso muita força de vontade para enfrentar o preconceito. Bruna Zormitta diz sofrer pressão para cursar uma faculdade. “Meus pais e amigos apoiam, mas o restante da família acha perigoso seguir carreira policial. Eu estou bem firme. Por estar no começo, não estou absorvendo essas críticas”, afirma. 
O jovem Dieggo também diz sofrer pressão familiar: “sempre tem uma tia que não acredita que eu possa conseguir, que acha que os concursos sofrem fraude, mas eu estou no caminho certo, vou estudar bastante e uma hora chego lá”. 

Para não se decepcionar 

O cargo público, assim como uma colocação no setor privado, precisa ser amplamente pesquisado pelo candidato para que ele não acabe frustrado. Evandro Guedes, o CEO do AlfaCon, orienta: “aquele que está pensando em fazer um concurso deve pensar nas aptidões pessoais – se é mais dinâmico, gosta de viajar, pode fazer um concurso como o da Polícia Federal, já aqueles que não procuram emoções fortes podem optar por um cargo na Receita Federal, por exemplo; o importante é não pensar só no dinheiro, mas mirar em algo no qual você possa fazer a diferença”. 

Como organizar os estudos 

Mesmo com todos os atrativos, estudar para um concurso exige dedicação e investimento financeiro. 
E para o jovem, essa pode ser a parte mais difícil de administrar. Dois pontos são considerados essenciais pelos especialistas: planejamento para conciliar vida social e estudos; e investir na melhor forma de estudar. 
A primeira coisa a se pensar é que enquanto outros jovens estiverem de férias, os concursandos estarão estudando. É difícil conciliar uma carga alta de estudos com a vida social e familiar, mas os especialistas garantem que é possível.
Para manter o foco nos estudos, Evandro Guedes diz que é preciso estar muito motivado: “é mais fácil estimular o jovem a estudar porque o jovem se inclina para paixões e há vários cargos públicos que despertam paixões; assim como pensar na independência dos pais e conseguir autonomia”. Já Fernando Bentes frisa que é preciso autoconhecimento para não abrir mão de tudo aquilo que traz satisfação. “Se gosta de esporte, vídeo-game, balada, nada precisa ser descartado, mas alocado no dia e hora certos para não prejudicar seus estudos; se é dispersivo ou tem preguiça de estudar em casa, vá à biblioteca; se não gosta de sair do quarto nem para comer, pode assistir a aulas pela internet e ler mais em sua mesa de estudo”. 
Outro ponto importante é como e quanto gastar em materiais e cursos preparatórios. Para o CEO do AlfaCon, a internet tem muita coisa gratuita e de boa qualidade, mas é imprescindível pesquisar um bom curso preparatório. Para quem não tem muito dinheiro, ele orienta que busque um possível desconto na instituição de ensino, tente conciliar um emprego temporário e, se possível, conte com a ajuda familiar. 
A dica do diretor do site Questões de Concursos é que cursos presenciais sejam procurados por iniciantes ou por quem tem dificuldades em uma matéria. “De forma geral, recomendo dois modelos distintos: quem trabalha deve estudar a teoria aos sábados e domingos e fazer questões de concursos durante duas horas no horário de folga que tiver durante a semana – de manhã, no almoço ou à noite; quem não trabalha pode intercalar sempre duas horas de estudo teórico com duas horas de resolução de questões de concursos, de segunda a sexta, deixando o sábado para revisão semanal e o domingo para descanso”, conclui.
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Jovens Talentos
Vagas: Não definido
Taxa de inscrição: Não definido
Cargos: Não definido
Áreas de Atuação: Não definido
Escolaridade: Não definido
Faixa de salário:
Organizadora: O próprio órgão
Estados com Vagas: AC, AL, AP, AM, BA, CE, DF, ES, GO‍, MA, MT, MS, MG, PA, PB, PR, PE, PI, RJ, RN, RS, RO, RR, SC, SP, SE, TO

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