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O garantidor da legalidade e da justiça

Desta vez, o Vida em Parágrafos conta como Rodrigo Calejon se tornou delgado de polícia aos 25 anos

Redação
Publicado em 07/12/2012, às 15h40

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“Toda a minha família comemorou muito. A sensação é incomparável. Não acreditei que eu, com 25 anos na época da aprovação, iria me tornar um delegado de polícia. Só a palavra "delegado" já soava irreal para mim”. Assim Rodrigo Calejon descreve a sensação de ter se tornado delegado de polícia. Ele conta que é um misto de surpresa, euforia e satisfação e que os amigos que ele fez na organização sentem o mesmo.

Rodrigo foi aprovado entre os 50 primeiros colocados no concurso da Policia Civil/SP que convocou 200 classificados para o cargo este ano e tomou posse em 8 de agosto.

Apesar de ter assumido há pouco tempo, o delegado diz que muita coisa na vida dele já mudou e que ele amadureceu muito. “Como eu disse a diversos amigos e familiares, eu desmistifiquei muitos preconceitos que eu tinha sobre a polícia. Nós sempre ouvimos na mídia que se trata de uma instituição corrupta, que é ineficiente, despreparada etc., mas isso não é verdade. A corrupção e a falta de estrutura existem, mas não são a regra”.

Rodrigo terminou o curso da Academia de Polícia na última sexta-feira (22) e começará a atuar nos distritos policiais esta semana. Sobre a profissão, ele diz que desde o primeiro dia ouve que ser policial é algo único. “Recai sobre os ombros uma enorme responsabilidade, especialmente por se portar uma arma praticamente 24 horas por dia”.  Ele ainda explica que no caso do delegado de polícia, “é ele quem decide, num primeiro momento, sobre a privação ou não de uma pessoa de sua liberdade. É por isso que as decisões devem ser tomadas com muita cautela e convicção, sempre com fundamento na lei”.

Ele relembra que durante o curso sua dificuldade foi compreender como funciona o órgão internamente e que se divertiu com as gírias aprendidas, porém, agora nos plantões as dificuldades serão outras, e se preocupa em como irá coordenar os conhecimentos que adquiriu com tudo que ocorre de maneira veloz na prática. Mas isso não parece ser um grande problema. “É algo que todos iremos passar na carreira. De qualquer forma, vou fazer o melhor trabalho que eu puder”. 

Rodrigo afirma que se o delegado não possuir um preparo intelectual adequado, tão sólido quanto o de um juiz, um promotor, um advogado ou um defensor público, ele correrá o risco de destruir inúmeras vidas. “A responsabilidade é tão grande quanto a satisfação. É por isso que o Ministro Celso de Mello, do Supremo Tribunal Federal, disse recentemente que ‘o delegado de polícia é o primeiro garantidor da legalidade e da justiça’”.

Mas há também o lado negativo da função. “A carreira de delegado passa por uma reestruturação. A polícia perdeu muito de sua imagem com o passar do tempo, principalmente pelos duros anos da ditadura. Além disso, é muito triste, mas um fato, que a mídia criou um estereótipo do policial como sendo uma pessoa ignorante, grosseira e corrupta, o que não condiz com a verdade”.   E explica que a polícia não é mais aquela da época de repressão. “A instituição foi estigmatizada e ela sofre muito com isso. O Governo ainda resiste em valorizá-la. Falta estrutura, equipamento adequado e organização interna”.  

Alguns dos pontos que o deixa descontente são a remuneração e as garantias de trabalho dos policiais que arriscam a vida diariamente e compara sua carreira com a de um juiz ou promotor, que recebem valores superiores e têm a mesma formação e tipo de ingresso no setor – o concurso público. “O delegado possui o mesmo preparo intelectual, mas ainda precisa do condicionamento físico, pois muitas vezes entrará em conflito com o criminoso. Esse preparo físico, que envolve inclusive o manuseio de armas de fogo e o aprendizado de técnicas de combate, não é exigido das demais carreiras jurídicas”.

E ainda assim ele veste a camisa. “Mesmo com todos esses problemas, os policiais se dedicam à proteção da sociedade ao ponto de darem suas vidas. Digo, com tranquilidade, que desenvolvi um respeito incalculável pela polícia. A valorização dela significa a valorização da própria sociedade”.

Rodrigo, que já sonhou em ser juiz ou promotor, parece ter achado seu foco. “O delegado decide sobre um dos bem mais valiosos do ser humano, que é a liberdade”, e diz que o policial é o primeiro a ter contato com os fatos e “ver o direito como é de verdade, e não através do papel”.

Ele diz que pretende fazer mestrado e doutorado para ser professor em cursinhos preparatórios e cursos universitários e que também pretende escrever livros. E para finalizar, ele acrescenta: “acredito que todos temos o dever de transmitir nossos conhecimentos a outros que passam ou irão passar pelo mesmo que nós passamos”.

Carolina Pera

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