Quando a profissão do futuro vingará no presente? Essa pergunta não foi feita para a consultora de RH Sônia Nakabara, mas o saldo da conversa dela com o JC&E não deixa de se apresentar como uma resposta legítima. “Quantos têm chance de poder experimentar vários estágios para assim poder ter a segurança do que realmente quer seguir?”, inverte os papéis e questiona, ainda que retoricamente, a reportagem.
A paulistana de 46 anos, formada em psicologia pela PUC e com especialização em marketing de serviços foi, nesse contexto, uma felizarda. Ela teve a oportunidade de construir uma “carreira de estagiário”, o que recomenda a qualquer leitor aflito com o alvorecer da vida profissional. “Fiz estágio em várias ramificações da psicologia e no final da minha graduação escolhi ir para área de RH”, diz ela que hoje é um dos pilares da Proton Consultoria; empresa que tem no recrutamento estratégico para outras empresas, o destaque de seu portfólio.
A rotina, segundo Sônia, é dinâmica. Justamente do tipo que a apetece enquanto profissional da psicologia. Seu primeiro trabalho após o término da faculdade foi em uma empresa de consultoria, mas antes disso ela já havia estagiado no ramo hospitalar e organizacional. De experiências com crianças com câncer à gestão de marcas, os estágios foram valorosos na formação de Sônia como profissional. A partir deles, ela pôde ter claro para si o que afinal lhe aprazia. Ela admite que essa experiência lhe serviu bem na função de consultora, além de favorecer seu processo de amadurecimento nos campos pessoal e profissional.
Sônia está acostumada a ouvir chavões como a “profissão do futuro” a respeito da consultoria; setor que a própria faz questão de salientar, cresce a passos largos. Ela entende que a percepção das empresas brasileiras está em franca evolução e faz parte do novo planejamento estratégico contar com o suporte de consultorias especializadas.
“Já fui convidada algumas vezes a fazer parte de RH de empresa, por exemplo, de uma multinacional no segmento industrial; o salário na época era até mais atrativo do que eu ganhava, mas não tive interesse exatamente pelo fato de gostar muito do meu trabalho em consultoria e tinha certeza, talvez feeling, que seria um ótimo negócio para mim”.
O que ela advoga é que o processo de autoconhecimento é único e individualizado, mas pode ser guiado. Padrões e orientações devem ser observados.
É difícil desvincular a mulher da consultora. Sônia reconhece que não cultiva hobbies específicos. Gosta de curtir a filha e o marido quando não está na lida e de ler livros ou assistir DVDs musicais para relaxar. Mas ao longo da entrevista, fica patente que a consultora não deixa de “consultar”. Por isso, “A Vida em Parágrafos” desta edição assumiu essa veia pedagógica, e mais do que traduzir a Sônia objetiva iluminar a paixão dela; que calha de servir a quem está na dúvida acerca da viabilidade de um estágio no longo prazo. Aproveite! Aqui o conselho é de graça.
Por Reinaldo Matheus Glioche
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