Depois de namorar a eletrônica, cantora aposta em som acústico
Depois de namorar a eletrônica, cantora aposta em som acústico
por Beto Feitosa
Três anos depois de flertar com a bossa eletrônica, Clara Moreno radicaliza no som acústico. Seu novo samba continua globalizado, mas agora os timbres são mais próximos ao tradicional cancioneiro. Em Meu samba torto a cantora mistura clássicos da música brasileira a novidades e leves namoros com o inglês e o francês.
A primeira vez que o Brasil ouviu falar em Clara Moreno ela ainda era uma criança. A menina viu sua mãe popularizar a canção que ninava ela e sua irmã. O país inteiro cantou Clareana em 1980. Mas quando a moça cresceu e soltou a voz, o privilégio era dos franceses. Seu primeiro CD teve tímida repercussão no Brasil e o segundo nem chegou a ser lançado. Já madura e senhora do som, a imprensa especializado prestou bastante atenção em Morena bossa nova, em 2004.
Portas abertas para essa nova empreitada que, embora possa parecer um passo atrás, também pode ser interpretado como um ato de coragem e inquietação. Enquanto os caminhos apontam para o uso cada vez maior de batidas eletrônicas e programações, Clara busca par para sua afinadíssima voz em guitarra, bateria e baixo acústico. Meu samba torto é a essência da música. A opção pela simplicidade deixa em destaque a cantora, que deita sua voz sensual nessa cama bossanovística.
Clara Moreno se cercou bem em suas influências diretas. Sua mãe, Joyce, assina a concepção do projeto. Do trabalho anterior repetiu a produção de Rodolfo Stroeter e a fecunda parceria com o compositor e guitarrista Celso Fonseca, craque em vários tipos de bossa.
O próprio Celso assina a faixa-título e reaparece nos créditos de Litorânea, ao lado de Rodolfo Stroeter, e em Ela vai pro mar, parceria com Ronaldo Bastos. Sua participação é intensa e merece até destaque na capa já que está presente em vocal e guitarra nas maiorias das músicas.
Como no trabalho anterior de Clara, Joyce também volta a encontrar a filha no estúdio. A compositora assina Sabe quem? com Zé Renato e toca violão nessa mesma música e em Mon manege a moi. Padrasto de Clara, o percussionista Tutty Moreno acompanha várias faixas, aumentando o clima família. Que se completa com a gravação de Sei lá, composição de Nelson Ângelo, pai de Clara.
As releituras entram no universo tropical da bossa. Na já citada Mon manage a moi, o clássico gravado por Edith Piaf ganha arranjo carioquíssimo. O mesmo caminho segue o standart americano Tenderly, gravado em um único take em clima jazzy total.
Do repertório brasileiro Clara resgatou e deu nova roupagem para Moça flor, Se acaso você chegasse, Copacabana, Rosa de ouro e Morena boca de ouro. Do primeiro LP de Jorge Bem (antes do Jor), descolou o balanço de Vem morena vem.
Meu samba torto tem passaporte carimbado e já garantiu seu lançamento no Japão e na Europa, mercados ávidos para consumir a boa música brasileira. Clara Moreno parte do Brasil para o mundo ouvir, seguindo o mesmo caminho que sua mãe fez há alguns anos. Mas a essência tem a cor local, e o caminho de casa é sempre certo. Clara se prepara para mostrar esse novo trabalho em apresentações em São Paulo (Tom Jazz, 30 e 31/3) e no Rio (Bar do Tom, 6 e 7/4).
* Artigo extraído, na íntegra, do site Ziriguidum (www.ziriguidum.com).
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