O Ministério da Educação (MEC) anunciou, na última semana, a proposta de substituir os vestibulares...
O Ministério da Educação (MEC) anunciou, na última semana, a proposta de substituir os vestibulares tradicionais das universidades federais por um novo Enem (Exame Nacional do Ensino Médio), a ser realizado duas vezes ao ano em todo o país. O exame também poderia ser adotado por outras instituições, tanto estaduais quanto municipais ou privadas, a fim de selecionar seus alunos.
A ideia é de que inicialmente o exame seja aplicado em outubro, com a divulgação dos resultados em janeiro, passando depois a ocorrer a cada semestre. As provas seriam aplicadas em dois dias, sábado e domingo, avaliando quatro áreas do conhecimento, cada uma com 50 questões de múltipla escolha: linguagens e códigos (língua portuguesa, língua estrangeira e redação), matemática, ciências humanas e ciências da natureza.
A adesão das universidades seria voluntária e cada uma definiria a nota mínima necessária para o ingresso de alunos em cada um dos cursos. Assim, com uma prova única, o estudante poderá concorrer a vagas em todas as universidades que aderirem ao exame. As instituições, porém, poderão complementar o exame com outras formas de avaliação, como aquelas de combate às desigualdades raciais e sociais ou as que avaliam o conhecimento do aluno após cada série do ensino médio, como o PAS (Programa de Avaliação Seriada) implantado pela Universidade de Brasília (UnB).
A proposta foi encaminhada à Associação Nacional de Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes) e, nesta semana, já deve ser discutida em Brasília por dirigentes do MEC e reitores das 55 universidades federais. A finalidade da mudança na avaliação, segundo o ministro da Educação, Fernando Haddad, é acabar com a “decoreba” e dar ênfase à capacidade de pensar e resolver problemas do dia a dia, orientar o conteúdo curricular do ensino médio, além de privilegiar os candidatos sem condições financeiras de participar de diversos vestibulares pelo país, promovendo a democratização do acesso a qualquer instituição e o aumento da mobilidade acadêmica.
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Segundo Haddad, o Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira) já possui condições de implementar o novo Enem já neste ano. No entanto, a aplicação dependerá da resposta favorável das instituições.
Lygia Roncel
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