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77% das mulheres sentem que têm menos oportunidades do que os homens, diz pesquisa

Uma pesquisa do Infojobs revela as dificuldades enfrentadas pelas mulheres, desde a busca por oportunidades até o reconhecimento profissional. Saiba mais sobre o cotidiano das mulheres no mercado de trabalho

Mulheres debatendo uma ideia
Mulheres debatendo uma ideia - Freepik
Victor Meira

Victor Meira

victor@jcconcursos.com.br

Publicado em 01/04/2024, às 15h25

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Uma pesquisa conduzida pelo Infojobs revelou as vivências enfrentadas pelas mulheres no mercado de trabalho. Os resultados mostram os grandes desafios que as mulheres enfrentam todos os dias. Dentre eles:

  • Oportunidades: 27% das mulheres relatam que encontrar oportunidades é um dos principais desafios. A busca por vagas adequadas e oportunidades de crescimento profissional é uma constante.
  • Reconhecimento e Crescimento: 26% destacam a falta de reconhecimento ou a dificuldade em progredir na carreira como um obstáculo.

Além disso, 77% acreditam que os homens têm mais chances no mercado de trabalho, e 88% percebem a existência de desigualdade salarial. Surpreendentemente, 54% delas já exercem a mesma função que um colega, mas ganham menos.

“Quando aprofundamos os números da pesquisa e comparamos com edições anteriores, enxergamos percepções que se repetem, como é o caso da credibilidade profissional. Tanto em 2023, quanto em 2024, há um sentimento de 69% das participantes de que apenas por serem mulheres, não estavam aptas o suficiente para exercer determinada função. E vamos além: 71% ainda enxergam que perderam a oportunidades apenas por serem mulheres. Na verdade, apenas 13% afirmam nunca terem enfrentado grandes obstáculos”, analisa Ana Paula Prado, CEO do Infojobs. 

Processo Seletivo e Questões Invasivas

O processo seletivo é onde muitas dessas experiências começam. 58% das mulheres relatam situações invasivas ou subjetivas durante entrevistas. Perguntas sobre maternidade são frequentes, mas por que não questionar também os pais sobre paternidade? A cultura da empresa se reflete nas entrevistas, e as pessoas valorizam cada vez mais ambientes justos e saudáveis.

“Algo muito comum de ser perguntado durante as entrevistas é a questão da maternidade. Porque não perguntam também para os pais sobre paternidade? Perguntam sobre rede de apoio, necessidades da criança e nada disso é pertinente de fato no momento da contratação. Na verdade, pode até afastar a candidata ideal, pois a cultura da empresa também é refletida durante as entrevistas, e as pessoas estão dando cada vez mais valor para trabalhar em ambientes justos e saudáveis”, explica Ana. 

Liderança e diversidade

Quando se trata de liderança, 42% nunca trabalharam sob uma alta gestão feminina. Por outro lado, 40% já estiveram em empresas com mais mulheres em cargos de liderança do que homens. Comparado ao levantamento de 2023, houve um crescimento de 4 pontos percentuais nesse indicador, sinalizando mudanças positivas no mercado. Além disso, 47% afirmam que pelo menos uma das mulheres em posição de liderança era negra.

No entanto, a diversidade ainda é um desafio. 62% das entrevistadas nunca trabalharam com uma mulher trans em algum momento de suas carreiras.

Assédio e preconceito

Durante o trabalho, 65% das mulheres sofreram assédio ou preconceito. 65% relataram que a abordagem partiu de superiores e 17% de colegas de trabalho. Infelizmente, a maioria (45%) teve receio de reportar e omitiu a situação. Apenas 5% comunicaram ao RH. É essencial criar canais de denúncias anônimas para proteger as vítimas e combater o assédio.

“É preocupante pensar que preferiram pedir demissão a reportar ao RH a situação, mostrando a importância mais uma vez da cultura de reforçar uma cultura igualitária e justa dentro das empresas. Para ajudar a diminuir casos como estes, a indicação é, além da conscientização das pessoas, a criação de canais de denúncias anônimas, já que isso diminui a chance de represálias por parte do assediador e protege a vítima”, afirma a CEO do Infojobs. 

Para a executiva, muitas cenas se repetem, mas temos um cenário de evolução, ainda lenta, mas uma evolução. “No Brasil, atualmente, empresas de médio e grande porte devem possuir política de prevenção ao assédio sexual e outras formas de violência no local de trabalho. As que não têm, correm o risco de serem denunciadas ao Ministério Público do Trabalho ou multadas. É preciso um olhar atento para as necessidades coletivas e individuais, principalmente em situações que envolvem crimes, e é claro, motivar as mulheres a se posicionarem, garantindo que seus direitos sejam atendidos”, conclui.

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