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Enchentes organizacionais

Obviamente que me inspiro, neste momento, nas muitas águas que, de forma desenfreada, caem no estado de SP.

Redação
Publicado em 08/02/2010, às 11h23

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* Profº. Edison Andrades

Obviamente que me inspiro, neste momento, nas muitas águas que, de forma desenfreada, caem no estado de São Paulo e, principalmente, na capital. No entanto, refleti sobre os reais motivos que causam tanta desgraça e sofrimento aos habitantes destes lugares, e cheguei à triste conclusão: as causas são muito semelhantes às que encontramos nas empresas. As consequências também.

Principalmente, na cidade de São Paulo, sofremos com dois grandes aspectos contribuidores das enchentes:

Lixos em locais errados e sufocamento do solo, a ponto de aumentar a evaporação, estimulando as chuvas. Chuvas estas que, ao caírem sobre o solo não são absorvidas por ele, já que este está coberto por um produto altamente impermeabilizante à base de borracha. Portanto, as águas pluviais tentam se dirigir aos esgotos que, por sua vez, estão entupidos com lixos originados da falta de controle e política estrutural de coletagem e armazenamento, somado ao hábito ignorante e “sem noção” dos próprios habitantes locais. Habitantes que, neste momento não conseguem retornar às suas casas, são pisoteados ao embarcarem num transporte público e que ficam enclausurados em meio a avenidas e ruas alagadas. Outros nem estão conosco mais, pois pertencem ao grupo das 72 pessoas (pode ser que este número esteja desatualizado até a publicação deste artigo) que perderam suas vidas até agora devido às chuvas. Alguns colocam a culpa em São Pedro!!!

Caros amigos leitores, os que me conhecem sabem de minha sinceridade e transparência ao escrever, portanto não pretendo me alongar, mas deixar algumas correlações que necessariamente enxergo com tudo isso, ao comparar o estado de calamidade pública com as corporações atuais.

Muitas empresas se estruturam mal ao criarem sua equipe e seus processos. Acumulam entulhos na utopia de normas e procedimentos doentios, quando buscam implantar ferramentas universais de qualidade total, por exemplo. Criam um ambiente falso de cumprimento dos procedimentos, atividades ensaiadas para convencer o auditor responsável pela nota conceitual, além da ilusão de que, apenas isto bastará para que desponte perante sua concorrência.

Estes “lixos” ficam entupindo os esgotos, e para quem não sabe o que significa um esgoto lá vai: “cano ou orifício para dar vazão a qualquer líquido” (dicionário Aurélio). “Para dar vazão”, significa deixar livre o caminho para as coisas andarem, ok? Mas aí entramos no segundo aspecto que leva às enchentes organizacionais: o sufocamento.

Quando a empresa sufoca o desenvolvimento dos profissionais, não os permitindo criar, expor opiniões e tampouco participar das decisões, acabam imitando o movimento das enchentes, ou seja, estimulam a perspectiva de carreira por meio das promessas internas e endomarketing (marketing interno), daí o colaborador eleva suas expectativas de crescimento (como a evaporação), mas ao caírem na realidade (como a chuva ao solo) encontram os esgotos entupidos por meio de péssimas lideranças, protecionismos e avaliações de performances cumpridoras de tabelas.

Os sonhos e talentos de quem, um dia acreditou, tornam-se lixos e abutres, entupindo e boicotando, respectivamente, o andamento natural da produção. Então teremos enchentes na estrutura psicológica das pessoas, enchentes nos relacionamentos interpessoais, enchentes no atendimento ao cliente e a pior de todas: o alagamento na Qualidade de Vida no Trabalho.

Ah! E nunca se esqueça de incluir Deus em todos os seus planos.

* Profº Edison Andrades é Psicólogo - Especialista em desenvolvimento profissional e aconselhamento de carreira (Counseling); MBA; Escritor (autor do livro: Como Perder o Emprego (com competência)- Giz editorial); ex-Diretor de RH. É professor universitário atuando nas áreas de Administração e Marketing. Como consultor e palestrante atua em algumas das principais empresas nacionais e multinacionais do país. É palestrante e instrutor organizacional há mais de dez anos, onde destaca-se devido sua performance teatral, motivacional e irreverente ao transmitir conhecimentos. Marque uma consulta e conheça sua metodologia.

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