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A arte (feminina) de liderar

Executiva dá dicas para as mulheres que ocupam ou desejam ocupar cargos de liderança.

Redação
Publicado em 05/03/2010, às 15h47

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Há algumas diferenças significativas entre homens e mulheres que ocupam cargos de liderança. A que me chama mais a atenção é a sensibilidade, que nós, mulheres, podemos ter e usar sem medo no dia a dia. Os homens, mesmo os sensíveis, têm receio de demonstrar essa característica por a considerarem muito feminina. Mas a sensibilidade é fundamental para um líder.


Os homens ainda convivem com o velho preconceito que não podem chorar, demonstrar fraqueza... Li um artigo da Sra. Mariana Araguaia, Graduada em Biologia, da Equipe Brasil Escola, que dizia: “aproximadamente 75% dos homens e 85% das mulheres sentem-se melhor depois de chorar: e isso não é por acaso. Em determinadas situações, nosso cérebro produz certas substâncias, como a prolactina, que ativam a ação das glândulas lacrimais. Esta, cujas concentrações aumentam em momentos de estresse, reduz novamente sua quantidade quando começamos a chorar; tal como a adrenalina. Este fator, aliado à liberação de substâncias como a leucina-encefalina, noradrenalina e serotonina, nos proporciona uma sensação anestésica e de calma, aliviando a angústia e liberando a tensão.”


Portanto, esse fator cultural que “proíbe” os homens de serem sensíveis coloca a mulher numa condição de vantagem. Se eles dessem um pouco mais de atenção à sensibilidade, talvez tivessem o mesmo êxito que nós no que as pessoas costumam chamar de “sexto sentido”.


Outro ponto a favor das mulheres executivas é uma maior facilidade em tomar decisões mais difíceis. Às vezes, os gestores convivem com situações que atrapalham o desempenho do grupo, tendo pessoas em sua equipe com pouca ou nenhuma competência, pessoas despreparadas e com comportamentos difíceis. Um homem geralmente empurra uma decisão por tempo demais, talvez porque ache que terá dificuldade para encontrar outros profissionais, que a empresa terá problemas, que mesmo sendo péssimos é melhor não fazer mudanças agora, etc... Uma mulher bem preparada vai planejar muito bem a mudança e a fará, em menos tempo do que um homem faria, para o bem da empresa e do grupo. Acho que faz parte da natureza feminina e da rotina da mulher decisões difíceis, como socorrer um filho machucado sem desmaiar, dar a luz, ter dores... Mulher suporta mais coisas difíceis.


Eu, por exemplo, já tive que tomar decisões difíceis, trabalhar duro para preparar outras pessoas para substituírem os que se recusavam a melhorar. Formamos uma equipe muitíssimo melhor, com profissionais mais comprometidos e interessados na filosofia e no perfil da empresa. Não é mesmo fácil tomar esse tipo de decisão, mas, às vezes é necessário e eu tive que fazer.


Engana-se quem pensa que uma mulher profissional age por impulso ou por emoção. Sensibilidade nada tem a ver com emoção de momento. Uma líder que se prepara bem nunca toma decisões sem avaliação e planejamento seguros, infalíveis. O equilíbrio entre a emoção e a razão é um dos aspectos necessários para o sucesso de uma mulher executiva.


Como a mulher sabe que tem de tomar certos cuidados devido à interpretação sobre sua condição feminina, também deve se preparar muito mais, ser mais objetiva, surpreender sempre o opositor e fazer o que ele não espera. Isso significa se preparar além do limite.


Mas admito que alguns homens já me inspiraram e tenho muito respeito pelos corajosos, sensíveis e ótimos profissionais que conheço. Um deles é meu líder hoje. Outro era duro e parecia insensível, mas dava feedbacks, lia e via o que fazíamos. Criticava? Sim, claro, e com isso me ajudou muito a crescer.


Aproveito para deixar um recado para as mulheres que ocupam ou desejam ocupar cargos de liderança: sejam ótimas profissionais, continuem sendo mães, namoradas, esposas carinhosas e o tempo dedicado a esses outros importantes lados femininos fará uma diferença significativa no trabalho. Pessoas que não amam e não se deixam ser amadas podem ter o desempenho profissional prejudicado por falta de felicidade.


* DezéeMineiro é CEO da DQS do Brasil e América do Sul e já ganhou prêmios de liderança.



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