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Um herói chamado Trabalhador!

Artigo do professor Edison Andrades.

Redação
Publicado em 19/03/2012, às 14h29

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“De repente, um som destaca-se em meio ao sono e sonhos de nosso herói. De forma inconsciente, ele integra esta desagradável melodia no contexto de sua história imaginária. Em seguida, e quase que num ato involuntário, estica o braço com o objetivo de interromper algo que vai, provavelmente, roubar-lhe o aconchego tão merecido, mas, subitamente, recebe a visita de uma velha e inconveniente amiga: a lucidez. Não tem jeito, está na hora de acordar, pois o alarme está programado para se manifestar a cada 9 minutos e acaba de completar 18.” Seja bem-vindo a mais um dia de trabalho!

Ainda de forma inconstante e com pernas bambas, nosso herói consegue chegar ao chuveiro, mas não podemos dizer que despertou, pois os movimentos ainda são mecânicos e fazem parte de uma bateria de outros que compõem uma velha conhecida: a rotina matinal.

Após um belo e rápido banho, pois está com 18 minutos de déficit, deverá, provavelmente, sacrificar o café, já que este não pode, em nenhuma hipótese, ocupar o lugar da condução que, pontualmente, passará no ponto mais próximo. Nosso protagonista tenta, com dificuldade, localizar suas peças de roupas íntimas, que se encontram no armário escuro, pois não quer ativar o interruptor, poderia despertar quem também merece permanecer descansando: sua preciosa família. Usa com mais veemência o sentido do tato, então apalpa cada peça do vestuário que fará parte de mais uma pequenina etapa de sua carreira profissional.

Dá um leve e silencioso ósculo em cada pedacinho de seu coração (Puxa! como é difícil chegar ao caçula, adormecido na parte de cima do beliche!) e se dirige ao tão disputado ponto de ônibus, onde encontrará outras pessoas vindas de uma história muito semelhante. Ufa! Chegou a tempo de embarcar exatamente naquela que é apenas a primeira das quatro conduções que o levarão ao trabalho. Após conquistar um pequeno lugar para o sapato direito, de forma impositiva e sufocante, joga-se para o interior do veículo, na tentativa apenas de ser transportado. Será que está pedindo muito?

No decorrer da longa e incômoda viagem, talvez tenha a sorte de ser abordado pela tão rara, mas existente, solidariedade humana, ao se prontificarem a levar sua bagagem. Bagagem que comporta, além de tantos objetos e materiais desnecessários, a indispensável refeição, cari¬nhosamente preparada por alguém que hoje faz parte de sua história e que, orgulhosamente, leva seu sobrenome.

Ainda cochilando em pé, faz um pequeno retrocesso das pendências trabalhistas do dia anterior, pois ficou uma pequena tarefa a ser concluída, mas este pensamento se mistura aos compromissos financeiros que passarão por uma espécie de malabarismo ao serem devidamente acertados no próximo quinto dia útil.

Depois de fatídicos e repetidos embarques e desembarques, chega ao local chamado trabalho. Opa! Mas tudo isso que acabara de passar tem qual nome então?

Após algumas pesadas horas, viverá de forma inversa quase as mesmas ocorrências em sua trajetória de retorno, mas agora parece que é mais difícil! É que o corpo está naturalmente mais exausto. Como o mercado se encontra muito mais exigente, talvez nosso herói ainda não vá para sua casa, antes deverá frequentar uma escola, afinal só terá recompensa se houver sacrifício (como se este já não tivesse ocorrido até aqui).

Meus caros e amáveis leitores, decidi aqui homenagear nossos trabalhadores, pois, muito mais do que responsáveis pela sinergia econômica mundial, são seres humanos que abrem mão de tão preciosas joias como suas famílias para defender um pedaço do que lhes é ofertado no âmbito da sobrevivência.

Seja o alto executivo, que deixou de lado a cronologia de sua vida, não sabendo mais onde começa o ser humano e onde acaba a máquina, dialogando solitariamente com um pequeno aparelho sem fio, mas com uma conexão universal.

Seja o camponês, que coloca sua enxada sobre as costas e anda léguas para arar um terreno alheio, onde contribuirá com uma pequena, mas indispensável parcela no contexto agroeconômico.

Seja a diarista, que se encarrega da organização e limpeza de dezenas de residências, enquanto seus moradores também contribuem com a nação de forma semelhante, porém em outra esfera;

Seja a mãe executiva, que precisou de um pouco mais de esforço para ocupar a posição atual, e que, com sua tripla jornada: como funcionária, esposa e, a mais exigente de todas, como mamãe, tem seu maior desafio na busca do equilíbrio entre esses três pilares, pois precisa ser extremamente competente em todos.

Sejam as donas de casa, que não encontram reconhecimento público de sua atividade, mas sem as quais não teríamos sequer um lar para repousar. Estas, que além de seus incessantes e repetidos afazeres domésticos, ouvem as histórias, desabafos e murmurações de quem chega da rua.

Se você se enquadra no contexto acima, considere-se um verdadeiro herói. Esses são os prediletos de DEUS. Lembre-se sempre disso. Parabéns!

Prof. Edison Andrades é palestrante e sócio da Reciclare Consultoria e Treinamento. Site: www.reciclareconsultoria.com.br / e-mail: edison@reciclareconsultoria.com.br

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