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Grupo, time ou equipe? Eis a questão

Artigo do professor Edison Andrades.

Redação
Publicado em 23/04/2012, às 09h33

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No mundo corporativo, dá-se muita ênfase para o trabalho coletivo, que se faz realmente imprescindível, devido à necessidade de alcançar resultados, só possíveis mediante a soma dos esforços de todas as áreas que compõem uma organização. Não conseguimos imaginar uma ação de vendas sem que haja os processos anteriores (embalagem, compra, disposição da mercadoria, acondicionamento, precificação, logística etc.) e posteriores (passagem pelo check-out (caixa), despacho, entrega etc.). Tudo isso é necessário para realizar uma simples venda, o que reflete a importância das funções coletivas, as quais, de forma sequencial, vão complementando um processo comercial. No entanto me parece que as empresas ainda deixam a desejar no que se refere ao treinamento e conscientização de sua gente sobre a importância do ato individual que gera o trabalho coletivo.

Imaginemos um simples relógio que nos guia, a cada minuto, nos afazeres e compromissos de uma vida social. Para que ele possa nos proporcionar a informação correta, é preciso que uma série de engrenagens internas trabalhem com um sincronismo constantemente eficaz. Assim deveriam funcionar as empresas.

Percebo que muitos ainda confundem os conceitos de grupo, time e equipe. Dentro do mundo acadêmico, temos, como uma das principais lições, o trabalho em grupo. Todo educador solicita a seus alunos, por vezes, trabalhos coletivos, propondo que se reúnam em grupos para então desempenhar alguma tarefa (ou trabalho). Diante da proposta de se juntarem, nasce nas pessoas, de forma involuntária e impulsiva, uma necessidade de buscar aqueles com os quais se possui muita afinidade, de preferência amigos. O fato é que, por vezes, um bom grupo não produz bons resultados, justamente porque coloca acima de tudo os relacionamentos interpessoais, daí, em nome da amizade, os indivíduos deixam de fomentar boas discórdias que poderiam gerar grandes resultados. Acho muito importante a harmonia nas relações, mas não conheço casos de sucesso sem atritos, pois é destes que nascem as mais brilhantes decisões. O atrito gera faísca. Da faísca vem o fogo. É o fogo que ativa o processo de fundição.

Algumas lideranças adoram criar, nos colaboradores, o conceito de time. Creio que a inspiração se dá pelos times de futebol, vôlei e outros esportes que têm sua força na coletividade. O problema é que, num time, embora haja um objetivo comum a todos, a maior afinidade geralmente está no uniforme, ou seja, os integrantes de um time apenas vestem a mesma camisa. No futebol, é exatamente assim que acontece: hoje vejo o novo craque beijando uma camisa frente à imprensa. Em poucos meses, vejo-o beijando a camisa do time rival. Não há fidelização. A maioria joga para si, valorizando cada vez mais seu passe.

O que ainda falta nas empresas são verdadeiras equipes. Uma equipe de fato possui a característica de trabalhar com as diferenças. As melhores equipes são as que mais conflitam ideias. Outra característica de equipe é que seus membros são flexíveis ao consenso, ou seja, se for preciso abrir mão de seus paradigmas e conceitos preestabelecidos, eles o farão, em prol do melhor resultado.

Os membros de uma equipe vencem juntos, ainda que uns tenham atuação mais evidente que outros. Veja o caso de um contrabaixo dentro de uma orquestra. Sua função é principalmente a de preenchimento dos graves e de dar coesão à harmonia. Quem não é expert em música provavelmente nem perceberá sua atuação e seu som, mas, sem dúvida, o contrabaixo é um dos instrumentos mais importantes de uma sinfonia.

Prof. Edison Andrades é palestrante e sócio da Reciclare Consultoria & Treinamento.

Site: www.reciclareconsultoria.com.br ; e-mail: edison@reciclareconsultoria.com.br

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