Segundo a especialista em mídias sociais, a ferramenta será de grande ajuda e tornará mais rápido o processo de obter informações
De umas semanas pra cá, muito se fala sobre o chat GPT, uma evolução dos já conhecidos chatbots, robôs virtuais que interagem com seres humanos. De fato, a Inteligência Artificial (IA) vem revolucionando o modo como a humanidade se comunica e produz, mas a peculiaridade dessa tecnologia é que ela é mais fácil de utilizar e tem acesso a um número maior de dados para sua interação, o que permite que ela seja mais assertiva e completa em suas respostas.
O patamar elevou-se de tal forma, que por meio dessa ferramenta vem sendo possível produzir, de modo coeso, textos, redações, poemas e letras de música. O que vem levantando, claro, todo tipo de indagações a respeito dos benefícios e malefícios desse tipo de tecnologia para a área de produção de conteúdo e ao profissional que atua neste segmento. A produtora de conteúdo, especialista em mídias sociais e fundadora da Like Marketing, Rejane Toigo, afirma que que o produtor de conteúdo de marketing digital não deve temer ser substituído pela tecnologia, que ela enxerga como acessória.
A especialista explica que o chat GPT está longe de ser uma ameaça a quem produz conteúdo profissionalmente e será de grande ajuda, pois tornará mais rápido o processo de obter as informações necessárias à produção de um texto. “A ferramenta basicamente constrói textos a partir de informações previamente alimentadas, mas a validação dessas informações continuará sendo responsabilidade humana”, diz. Para Rejane, a relação com essa tecnologia é similar à que se tem com o Google. “Encontra-se diversas informações a partir dessa ferramenta de busca, mas, no final, a decisão de se o conteúdo encontrado encaixa na narrativa que se deseja construir cabe ao indivíduo”, afirma.
Assim, segundo ela, o profissional de marketing de conteúdo não deve temer que seu trabalho se nivele ao de uma máquina, tornando-se pouco valorizado. “O que faz um profissional de marketing de conteúdo diferenciado é sua visão estratégica”, declara. Rejane reitera que o chat GPT é uma ferramenta que pode e deve ajudar na operação, mas que continuará cabendo ao profissional decidir como usá-la, inclusive para tornar sua estratégia mais assertiva. Para a produtora de conteúdo, dizer que o chat substituirá um ser humano é como dizer que uma câmera faz um bom fotógrafo. “Não, o que faz um bom fotógrafo é sua sensibilidade, seu campo de visão, seu potencial”, diz.
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Sobre o receio de que a ferramenta possa ser utilizada para ludibriar o público, produzindo um texto que se passe por conteúdo original, Rejane comenta que toda tecnologia pode ser divina ou diabólica, dependendo do uso. “Um avião, por exemplo, transporta órgãos para um transplante e bombas para serem usadas em uma guerra”, pondera.
A produtora de conteúdo diz não ver problemas em utilizar o chat para buscar informações que auxiliem na produção de textos, que serão enriquecidos posteriormente com a visão do profissional sobre o tema. Contudo, para ela, quando o assunto é utilizar o recurso para produzir inteiramente uma obra literária, por exemplo, limites éticos são ultrapassados e um campo enorme se abre para a discussão do que deve ser permitido ou não a partir desta tecnologia.
Mas a preocupação com a questão da originalidade existe e o Google, por exemplo, promete inventar formas que sinalizem ao usuário que o texto encontrado durante a busca foi produzido por IA e não pela inteligência humana. “Se essa é uma preocupação do Google, acredito que deva ser uma preocupação de todos nós. Precisamos trabalhar pelo que ético e verdadeiro, para que a IA seja uma tecnologia que venha ajudar o ser humano e não substituí-lo”, comenta.
Por fim, Rejane reflete a respeito da inevitabilidade das evoluções tecnológicas e sobre suas consequências. “Em todos os momentos em que a tecnologia avança, a humanidade passa por esses questionamentos sobre os limites éticos do uso das ferramentas e sobre a possibilidade de algumas profissões e funções desaparecerem”, diz. A produtora de conteúdo acredita que o temor é comum nestes períodos e até justificável, mas reforça que o ser humano sempre será necessário, no desenvolvimento, construção ou manutenção da tecnologia.
“Eu sou uma otimista. O que o ser humano faz, algumas máquinas poderão fazer até melhor, mas de forma apenas operacional. Nossas emoções, que determinam nossa sensibilidade e nossa capacidade de decisão serão sempre necessárias”, conclui.
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