Engenharia e Biomedicina lideram as profissões do futuro, diz estudo da Firjan

Algumas profissões ligadas às áreas de engenharia e biomedicina estão entre as “mais preparadas para o futuro” e as menos impactadas pelo avanço das tecnologias, de acordo com o estudo Mapa de Profissões, divulgado esta semana pela Firjan (Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro).

Engenheiros (químicos, ambientais, de computação, produção e até de minas), bem como biomédicos e técnicos em programação são alguns dos profissionais com empregos mais promissores. 

“Ao fazer a análise, olhamos como estão os empregos em cada uma das profissões e avaliamos como elas demandam as competências do futuro. A partir daí, conseguimos identificar as profissões que estão aquecidas e têm um futuro promissor”, diz Jonathas Goulart, gerente de estudos econômicos da Firjan.

Ocupações que já se destacam em aspectos como criatividade, alfabetização tecnológica e curiosidade tendem a ser mais resilientes e adaptáveis às mudanças tecnológicas e de mercado, de acordo com a Firjan. Por outro lado, empregos com tarefas rotineiras e repetitivas são mais vulneráveis à substituição pela tecnologia. 

“Por exemplo, trabalhos em linhas de montagem são mais propensos à automação do que ocupações que exigem empatia, criatividade ou tomada de decisões complexas”, informa o relatório.

A posição final das profissões foi definida por quatro critérios principais: 1) crescimento do número de empregos; 2) remuneração; 3) estabilidade no emprego; 4) importância das competências do futuro no exercício da profissão. 

“Esses critérios fornecem uma visão abrangente das dinâmicas do mercado de trabalho, ajudando a identificar quais profissões estão em ascensão, oferecem boa compensação financeira, proporcionam maior estabilidade e estão alinhadas com as competências mais valorizadas pelo mercado nos próximos anos”, diz o estudo.

Em cinco anos, as dez primeiras ocupações do ranking cresceram quase 77% no número de empregos. Eram, em 2017, 180,2 mil vagas, aumentando para 318,9 mil, em 2022. A expansão equivale a mais de cinco vezes a média de crescimento do mercado de trabalho formal brasileiro no mesmo período, que foi de 14%, ainda segundo a Firjan.

O Mapa de Profissões analisou dados oficiais de 337 famílias e subgrupos ocupacionais da CBO (Classificação Brasileira de Ocupações). Os dados representavam 49 milhões de trabalhadores com carteira assinada, abrangendo 93% do mercado de trabalho formal brasileiro em 2022, último ano de referência da Rais (Relação Anual de Informações Sociais), que serviu como base para o estudo.

Em resumo, a combinação de crescimento no emprego, altos salários, estabilidade e alinhamento com competências futuras faz dessas ocupações opções promissoras para profissionais em busca de sucesso e segurança no mercado de trabalho.

Veja o ranking das 10 profissões mais bem avaliadas no Mapa

1. Engenheiros em computação
   • Salário: R$ 11.909
   • Crescimento dos empregos: 101,2%
   • Risco de demissão: 8,6%
   • Competências do futuro: 0,8008
2. Engenheiros de controle e automação, engenheiros mecatrônicos e afins
   • Salário: R$ 9.563
   • Crescimento dos empregos: 203,0%
   • Risco de demissão: 10,0%
   • Competências do futuro: 0,7777
3. Operadores de equipamentos pilotados remotamente
   • Salário: R$ 8.334
   • Crescimento dos empregos: 130,1%
   • Risco de demissão: 7,6%
   • Competências do futuro: 0,6409
4. Engenheiros de minas e afins
   • Salário: R$ 13.899
   • Crescimento dos empregos: 65,4%
   • Risco de demissão: 16,5%
   • Competências do futuro: 0,8283
5. Administradores de tecnologia da informação
   • Salário: R$ 7.500
   • Crescimento dos empregos: 77,7%
   • Risco de demissão: 10,2%
   • Competências do futuro: 0,7505
6. Biomédicos
   • Salário: R$ 3.994
   • Crescimento dos empregos: 145,6%
   • Risco de demissão: 14,7%
   • Competências do futuro: 1
7. Técnicos de desenvolvimento de sistemas e aplicações
   • Salário: R$ 4.908
   • Crescimento dos empregos: 93,3%
   • Risco de demissão: 9,3%
   • Competências do futuro: 0,7886
8. Engenheiros ambientais e afins
   • Salário: R$ 7.266
   • Crescimento dos empregos: 74,6%
   • Risco de demissão: 14,2%
   • Competências do futuro: 0,7211
9. Engenheiros químicos e afins
   • Salário: R$ 17.205
   • Crescimento dos empregos: 4,7%
   • Risco de demissão: 8,6%
   • Competências do futuro: 0,8564
10. Engenheiros de produção, qualidade, segurança e afins

• Salário: R$ 10.645
• Crescimento dos empregos: 24,3%
• Risco de demissão: 12,7%
• Competências do futuro: 0,7521

As profissões mais promissoras por salário, vagas de emprego, risco de demissão e competências do futuro estão listadas acima. 

Por crescimento de empregos, as ocupações que mais se destacaram foram engenheiros de controle e automação, engenheiros mecatrônicos e afins (+203,0%); profissionais da administração dos serviços de segurança (+146,4%); biomédicos (+145,6%); operadores de equipamentos pilotados remotamente (+130,1%); instaladores e mantenedores de sistemas eletroeletrônicos de segurança (+102,4%); engenheiros em computação (+101,2%). Por salário médio, foram: médicos (R$ 18.407); engenheiros químicos e afins (R$ 17.205); profissionais da pilotagem aeronáutica (R$ 15.522); engenheiros de minas e afins (R$ 13.899); engenheiros mecânicos e afins (R$ 12.428). 

Com o menor percentual de profissionais que perderam seus empregos em 2022, foram: músicos Intérpretes (5,2%); montadores de sistemas e estruturas de aeronaves (6,2%); operadores de veículos sobre trilhos e cabos aéreos (6,4%); engenheiros metalurgistas, de materiais e afins (6,9%). 

Pelo indicador das competências do futuro, foram: biomédicos; profissionais da biotecnologia; engenheiros mecânicos e afins; arquitetos e urbanistas; cenógrafos.

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Jornalista especializado em produção de conteúdo para internet, SEO e marketing digital, com experiência em redação e edição de texto.

Formação em Ciências Sociais pela FFLCH-USP e graduado em jornalismo pela FAM, com cursos livres nas áreas de políticas públicas, economia e finanças.

Começou como estagiário no JC Concursos, mas também acumula experiências como redator na agência de comunicação Neto Angel. Além já atuou como editor na Serasa, Eu Quero Investir e Torcedores.com.