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Especialistas reforçam a credibilidade do EAD

Recente pesquisa diz que mercado valoriza mais a educação presencial. Para entrevistados, ainda há muito desconhecimento sobre o método

George Corrêa
Publicado em 26/11/2013, às 11h31

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A educação à distância (EAD) teria menos credibilidade perante o mercado do que os cursos na modalidade presencial, de acordo com recente pesquisa divulgada pela rede de colaboração universitária Universia Brasil. Segundo a entidade, foram entrevistadas 10.586 pessoas em nove países, sendo que 60% delas acreditam nesta desvalorização.

Para discutir esse panorama, o JC&E listou os principais tópicos do estudo e entrevistou dois especialistas em EAD: o presidente da Associação Brasileira dos Estudantes de Educação à Distância (ABE-EAD), Ricardo Holz, e o advogado e professor universitário de direito da Associação Brasileira de Educação à Distância (ABED), Fabrizio Cezar Chiantia. Confira abaixo:

JC&E – A pesquisa considera que os alunos formados por EAD são preteridos quando concorrem com pessoas formadas presencialmente. Um dos motivos estaria no vínculo professor-aluno, considerado vital. Procede?

Comentários – Para Ricardo Holz, há muita falta de conhecimento sobre a EAD devido ao medo do desconhecido, gerando preconceito. “Posso afirmar que, no meu caso, por exemplo, tive mais interação com o professor no curso EAD do que no presencial. Não se pode confundir interação com presença física, pois posso estar presencialmente em uma aula e não interagir com o professor e vice-versa”. Já Fabrizio Chiantia acredita que o foco não seja a relação professor-aluno, pois as tecnologias hoje são de ponta. “O fato dos alunos serem preteridos refere-se ao preconceito de alguns atores do setor público e privado que desconhecem o alcance, profundidade e seriedade da EAD. É notório que muitos alunos formados por meio da EAD ingressaram em concursos públicos e outros ocupam cargos importantes em empresas e instituições financeiras”.

JC&E – Alguns entrevistados na pesquisa sugeriram a "má qualidade acadêmica" no EAD como outro fator negativo. Como são preparados os professores do EAD e por que eles são iguais, ou até melhores, do que os que lecionam pessoalmente?

Comentários – De acordo com Chiantia, não é possível dizer se o professor que leciona presencialmente tem maior ou menor desempenho que o professor da EAD. “Na EAD, a tecnologia é um meio para que o professor expresse o seu conhecimento e compartilhe a troca de experiência com os alunos. Cabe ressaltar que existe um conteúdo pré-definido materializado por meio de uma determinada plataforma, que varia de uma instituição para outra. Assim, a avaliação do método de ensino utilizado dependerá dos meios de tecnologia empregados, da experiência do corpo docente e da participação efetiva do corpo discente”. Por outro lado, Holz lembra novamente que “percebe-se um equívoco na avaliação, que confunde forma e conteúdo, pois os professores que estão na EAD são os mesmos dos cursos presenciais, formados nas mesmas universidades. Porém, quando estão lecionando na EAD preparam melhor a aula, pois será gravada e qualquer erro poderá ser questionado a qualquer tempo. Má qualidade acadêmica pode acontecer no presencial e na EAD”.

JC&E – Também foi citado o preconceito e o medo do desconhecido, em relação aos formados via EAD. No mercado de trabalho ainda existe isso? Ainda falta uma evolução neste sentido?

Comentários – Segundo Holz, o medo do desconhecido e o preconceito são as barreiras a serem vencidas. “A cada concurso público em que egressos da EAD são os primeiros aprovados, a cada resultado do Enade em que estes alunos conseguem as melhores notas, damos um passo no sentido certo”. Para Chiantia, não existe o medo, mas a insegurança para quem não conhece a EAD. “Antes de se matricular em algum curso, o aluno deve conhecer como funciona o EAD. Isso porque ele deve estar preparado para cumprir integralmente o disposto no programa curricular”.

JC&E – O que os alunos devem observar para saber se determinado curso EAD tem credibilidade?

Comentários – Chiantia reforça que devem procurar informações sobre as instituições que ofertam o curso pelo qual se interessa. “É importante ter certeza da experiência e credibilidade da instituição”, diz. Holz afirma que ele deve procurar os mesmos critérios de "credibilidade" que ele usaria para escolher um curso presencial. “No Brasil ainda não temos instituições que oferecem apenas cursos EAD e se a instituição tem qualidade no presencial, vai seguir este padrão na EAD. Hoje temos vários modelos disponíveis, uns mais focados na web outros mais focados em vídeos e material impresso ou até mesmo com aulas presenciais quinzenais”. O aluno deve se informar sobre isso, aconselha.

JC&E – Entre as vantagens do curso à distância, foram citados o horário flexível, os custos decrescentes, o acesso a universidades de prestígio, não ter que frequentar aulas e dinâmicas da metodologia. O que o mercado reserva quanto a estes fatores?

Comentários – Segundo Holz, estes são fatores vantajosos e, de fato, reais, “mas eu acrescentaria que na EAD o aluno dita o seu ritmo e aprende no seu tempo, fazendo grande diferença no aprendizado. Além de ter que lidar com as novas tecnologias, o que o deixará mais apto aos desafios da sociedade globalizada”. Chiantia é da mesma opinião, reforçando que “a EAD rompe barreiras físicas e temporais. O aluno da EAD tem um perfil diferenciado, pois geralmente é uma pessoa que procura romper tais barreiras. Nesse passo, não creio que o valor do curso seja o principal atrativo”. Ele ainda reforça que o curso ofertado e a flexibilidade no horário para a participação e realização das atividades seja a peça chave na escolha do curso.

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