A reforma da renda proposta pelo governo federal pode dobrar o número de trabalhadores isentos do IRPF em 2026. Entenda os impactos econômicos e sociais dessa mudança
A proposta de reforma da renda do governo federal, que deve tramitar no Congresso Nacional no próximo ano, promete dobrar o número de trabalhadores com carteira assinada isentos do IR (Imposto de Renda da Pessoa Física) até 2026. A nova faixa de isenção, que passará dos atuais R$ 2.824 para R$ 5 mil, beneficiará cerca de 20 milhões de pessoas, segundo projeções do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese).
Atualmente, 10 milhões de trabalhadores estão isentos do IRPF. Com a ampliação da faixa de isenção, mais 10 milhões de pessoas serão dispensadas da tributação. A medida favorecerá principalmente os trabalhadores de menor rendimento e também beneficiará assalariados da classe média.
Os dados do Dieese diferem dos números apresentados pela Associação Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal do Brasil (Unafisco). Em um estudo realizado em setembro, a Unafisco estimou que 30,6 milhões de contribuintes seriam isentos do IRPF se a tabela de tributação fosse corrigida integralmente pela inflação, com um valor limite de isenção de R$ 5.084,04. A associação prevê que a liberação do imposto de renda injetará R$ 50 bilhões na economia, aumentando o consumo e impulsionando o Produto Interno Bruto (PIB).
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O governo, por sua vez, argumenta que a compensação dos recursos não tributados será feita pela ampliação da contribuição para quem ganha acima de R$ 50 mil mensais. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que a nova medida não trará impacto fiscal, pois os contribuintes de alta renda pagarão mais.
Haddad ressaltou que a reforma da renda, combinada com a reforma tributária, corrigirá injustiças tributárias e reduzirá a desigualdade social. O economista Ricardo Gonçalves, do Centro de Gestão de Estudos Estratégicos (CGEE), alerta que a isenção do IRPF sem compensação poderia ter um efeito concentrador, beneficiando também as pessoas de maior renda. Ele sugere a criação de alíquotas mais elevadas para os mais ricos para garantir a progressividade tributária.
*com informações da Agência Brasil
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