O que define sua contratação ou demissão em um estágio? Veja dicas para se destacar no mercado

Num mercado de trabalho cada vez mais competitivo, conseguir uma vaga de estágio tem se tornado um verdadeiro desafio para estudantes universitários. Embora o Brasil conte com cerca de 10 milhões de alunos no ensino superior, apenas 8,38% deles — cerca de 836 mil — conseguem estagiar, segundo dados da Associação Brasileira de Estágios (ABRES).

Com um número tão limitado de oportunidades, entender o que faz um candidato ser contratado — ou até mesmo demitido — pode ser um divisor de águas para quem busca ingressar no mundo profissional. 

Segundo Jéssica Gondim, especialista em Recursos Humanos e gerente de projetos da Companhia de Estágios, a forma como o jovem se apresenta e interage no processo seletivo pode ser decisiva.

Storytelling e postura fazem diferença na contratação

Para se destacar entre tantos concorrentes, o candidato precisa ir além do currículo e construir uma apresentação pessoal envolvente. É o que Jéssica chama de “storytelling”: transformar suas vivências em uma narrativa autêntica e conectada com os valores da vaga pretendida.

“O candidato pode citar trabalhos acadêmicos que marcaram sua trajetória, projetos voluntários, esportes ou hobbies que revelem características como disciplina, criatividade ou trabalho em equipe”, exemplifica a especialista. Essa abordagem ajuda a criar uma conexão emocional com o recrutador e torna o perfil mais memorável.

Além da história pessoal, a energia demonstrada na entrevista também conta pontos. Mostrar entusiasmo pela vaga, interesse pela empresa e engajamento durante a conversa — incluindo entrevistas online — pode ter mais peso do que acertar respostas técnicas.

Atenção ao discurso: fuja do “não sei”

Mesmo para quem está em busca do primeiro estágio, é importante evitar frases como “não sei” ou “não tenho experiência”. Em vez disso, Jéssica sugere destacar atividades extracurriculares, projetos e habilidades que demonstrem disposição para aprender.

Outro ponto-chave é personalizar o currículo e o discurso para cada vaga. “Mandar o mesmo documento para várias empresas mostra falta de preparação. O ideal é entender o que a vaga exige e adaptar sua apresentação para mostrar como pode contribuir com a organização”, orienta a especialista.

Por que os estagiários são demitidos?

Por outro lado, mesmo após conquistar uma oportunidade, o jovem profissional pode colocar a vaga em risco se não souber lidar com o ambiente corporativo. A falta de alinhamento com a cultura da empresa e dificuldades de relacionamento são, segundo Jéssica, os principais motivos para desligamentos.

“Empresas querem profissionais que colaborem com o time, e não que gerem desgaste. Saber lidar com diferentes perfis e gerenciar conflitos é essencial”, destaca.

Outro fator que pesa é a estagnação. Em um cenário dinâmico, quem não busca se atualizar — especialmente em temas como tecnologia e inteligência artificial — tende a perder espaço. Demonstrar interesse por cursos e desenvolvimento contínuo é bem-visto pelas companhias.

Quem não aparece, não é lembrado

Participar ativamente do dia a dia da empresa também é uma maneira de se manter relevante. Isso inclui desde interações em reuniões até o envolvimento em projetos fora da sua área. 

“Ligar a câmera em videoconferências, sugerir ideias e estar presente faz diferença. Quem não é visto, dificilmente será lembrado para novas oportunidades”, afirma Jéssica.

Feedback é aprendizado

Por fim, saber lidar com críticas construtivas é fundamental para qualquer profissional em formação. Erros acontecem, mas o que diferencia os talentos promissores é a capacidade de aprender com eles e se aprimorar. “O estagiário deve sempre buscar o RH ou o gestor quando tiver dúvidas. Quem escuta, absorve o feedback e mostra evolução é bem visto e tende a crescer”, conclui.

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Jornalista especializado em produção de conteúdo para internet, SEO e marketing digital, com experiência em redação e edição de texto.

Formação em Ciências Sociais pela FFLCH-USP e graduado em jornalismo pela FAM, com cursos livres nas áreas de políticas públicas, economia e finanças.

Começou como estagiário no JC Concursos, mas também acumula experiências como redator na agência de comunicação Neto Angel. Além já atuou como editor na Serasa, Eu Quero Investir e Torcedores.com.