Pesquisa revela que 82% dos pais desejam uma licença-paternidade estendida, com 26% defendendo 120 dias ou mais
Uma recente pesquisa, intitulada Radar da Parentalidade, realizada pela consultoria Filhos no Currículo em parceria com o Talenses Group e o Movimento Mulher 360, revelou que 82% dos pais desejam uma licença-paternidade estendida.
O levantamento, que contou com a participação de 803 colaboradores de diversas empresas, mostrou que 34% dos pais preferem uma licença superior a 21 dias, enquanto 26% defendem uma licença de 120 dias ou mais, igualitária para todas as figuras parentais. Apenas 11% concordam com os atuais cinco dias previstos na Constituição.
O estudo também destacou que 69% dos homens consideram a licença-paternidade estendida um fator relevante na decisão de permanecer ou trocar de emprego. Para 91% dos pais e 95% das mães entrevistadas, o benefício ajuda o pai a assumir um papel mais ativo na criação dos filhos e promove um equilíbrio de gênero nas atividades familiares.
A licença estendida, tanto para paternidade quanto para maternidade, figura entre os cinco principais benefícios que motivariam os colaboradores a buscar novas oportunidades de emprego. Entre os pais, a garantia de retorno ao mesmo cargo após a licença é um fator relevante, enquanto para as mães, o retorno gradual ou a jornada flexível são prioridades.
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Os participantes da pesquisa apontaram comportamentos inaceitáveis que os levariam a procurar novas oportunidades de trabalho, como atitudes discriminatórias de lideranças diretas, desligamentos no retorno da licença e falta de segurança psicológica para participar de compromissos com os filhos. As mulheres se mostraram mais críticas, com 79% considerando a falta de segurança psicológica inaceitável, contra 62% dos pais.
A pesquisa também revelou que a parentalidade contribui para o desenvolvimento de novas habilidades profissionais. Paciência, empatia e resiliência foram as principais habilidades apontadas pelos entrevistados.
A habilidade de liderança também ganhou destaque, indicando uma maior consciência sobre a relevância da parentalidade nas carreiras.
Cerca de 48% dos entrevistados afirmaram que raramente ou nunca tiveram acesso a treinamentos ou materiais relacionados à parentalidade em suas organizações.
Além disso, 30% acreditam que os processos de avaliação e remuneração não garantem igualdade de direitos e tratamento justo, destacando a necessidade de revisão nos sistemas de reconhecimento e salários.
Vinícius Bretz, especialista em parentalidade da Filhos no Currículo, destacou que os dados revelam um avanço na percepção dos colaboradores sobre seus direitos e a necessidade de isonomia nas políticas parentais. Ele alerta que a falta de benefícios que possibilitem a presença do pai no cuidado da criança pode levar à perda de talentos para empresas mais maduras nessa temática.
Carla Fava, diretora de recursos humanos, marketing e comunicação do Instituto Talenses Group, reforçou a importância de um maior compromisso das empresas com a igualdade de responsabilidades parentais. Segundo ela, a licença-paternidade estendida é essencial para o desenvolvimento saudável das crianças e reflete diretamente na saúde mental dos pais, na imagem e reputação das empresas e na construção de uma sociedade mais igualitária.
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