Pesquisa revela dificuldade de pessoas trans no mercado de trabalho

Uma nova pesquisa realizada pelo projeto TransVida, do Grupo Pela Vidda, que entrevistou homens e mulheres transexuais revelou que essa minoria sofre por transfobia durante toda sua jornada, desde a época da escola até a entrada no mercado de trabalho. As agressões acontecem principalmente entre amigos, familiares e professores. Até mesmo em direitos básicos, como o uso de banheiro.

Metade dos entrevistados para a pesquisa revelaram que sofrem com depressão e 60% responderam que já consideraram tirar a própria vida.

O Grupo Pela Vidda contou com o apoio do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, com a condução do antropólogo Fabrício Longo.

Mercado de trabalho para pessoas trans

52,7% das pessoas entrevistadas disseram que são os únicos trabalhadores trans das empresas nas quais atuam. Apenas 25,9% responderam que há entre dois a dez funcionários trans no trabalho.

Além disso, quase a metade dos empregados (48%) responderam que conseguiram a vaga por meio de indicação de algum conhecido ou amigo. Outro ponto levantado é que muitas das contratações aconteceram através de organizações não governamentais ou por causa das vagas reservadas a pessoas trans.

A pesquisa também passou um questionário para que os entrevistados marcassem as formas de discriminação ou vioência, sejam sofridas por eles ou testemunhadas, dentrdo do ambiente de trabalho. 27,6% apontaram a próprio transfobia; 14,2% falaram sobre racismo; 9% marcaram homofobia.

Outro ponto levantado foi o desrespeito em relação ao nome social, 16,4% dos trabalhadores relataram que já passaram por isso e 6% disseram que foram impedidos de usar o banheiro correto.

As agressões e dificuldades que as pessoas trans sofrem por toda sua vida também não trouxe só dificuldade no mercado de trabalho, mas consequências para a saúde mental.

A pesquisa também mostrou que a cada quatro participantes, três precisaram de acompanhamento psicológico profissional e 60,5% já consideraram tirar suas próprias vidas. Em caso de necessidade de ajuda, entre em contato com o número 188.

** Este texto contém informações da Agência Brasil

Jornalista graduada pela Universidade do Estado da Bahia (Uneb). Atualmente trabalha como repórter na editoria de Empregos na equipe de redação do JC Concursos. Possui experiência como redatora na Agência Re9 e como Social Midia.