Seja bem-vindo a mais um dia de trabalho!
* Profº. Edison Andrades
“De repente um som destaca-se em meio ao sono e sonhos de nosso herói, e de forma inconsciente ele integra esta desagradável melodia, no contexto de sua história imaginária. em seguida e quase que num ato involuntário, estica o braço com o objetivo de interromper algo que vai, provavelmente roubar o aconchego tão merecido, mas subitamente recebe a visita de uma velha e inconveniente amiga: A lucidez. Não tem jeito, está na hora de acordar, pois o alarme está programado para se manifestar a cada 9 minutos e acaba de completar 18.
Seja bem-vindo a mais um dia de trabalho!
Ainda de forma inconstante e com pernas bambas, nosso herói consegue chegar ao chuveiro, mas não podemos dizer que despertou, pois os movimentos ainda são mecânicos e fazem parte de uma bateria de outros que compõem outra velha conhecida: A rotina matinal.
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Após um belo e rápido banho, pois está com 18 minutos de déficit, deverá, provavelmente, sacrificar o café, já que este não pode em nenhuma hipótese ocupar o lugar da condução que pontualmente passará no ponto mais próximo. Embora com dificuldade em localizar suas peças de roupas íntimas, já que estas se encontram no armário escuro, pois a ativação de um simples interruptor, poderia despertar quem também merece permanecer descansando: sua preciosa família. Usa com mais veemência o sentido do tato, então apalpa cada peça do vestuário que fará parte de mais uma pequenina etapa de sua carreira profissional.
Dá um leve e silencioso ósculo em cada pedacinho de seu coração ( Puxa! como é difícil chegar ao caçula, adormecido na parte de cima do beliche! ).
Dirige-se ao tão disputado ponto de ônibus, onde encontrará outras pessoas vindas duma história muito semelhante.
Ufa! Chegou em tempo de embarcar exatamente naquela que é apenas a primeira das quatro conduções que o levará ao trabalho. Mas hoje parece que está insuportável! Talvez sempre tenha sido assim, mas hoje está diferente!
Após conquistar um pequeno lugar para o sapato direito, de forma impositiva e sufocante joga-se para o interior do veículo, na tentativa apenas de ser transportado. Será que está pedindo muito ??
No decorrer da longa e incômoda viagem, talvez tenha a sorte de ser abordado pela tão rara, mas existente, solidariedade humana, ao se prontificarem a levar sua bagagem. Bagagem que comporta, em meio a tantos objetos e materiais desnecessários, a indispensável refeição, carinhosamente preparada por alguém que hoje faz parte de sua história e que orgulhosamente leva seu sobrenome.
Ainda cochilando em pé, faz um pequeno retrocesso das pendências trabalhistas do dia anterior, pois ficou uma pequena tarefa a ser concluíada, mas este pensamento se mistura aos compromissos financeiros que passarão por uma espécie de malabarismo ao serem devidamente acertados no próximo quinto dia útil.
Depois de fatídicos e repetidos embarques e desembarques, chega ao local chamado trabalho. Opa! Mas, tudo isso que acabara de passar tem qual nome, então?!?!
Após algumas pesadas horas, viverá de forma inversa quase as mesmas ocorrências em sua trajetória de retorno, mas agora parece que é mais difícil ! É que o corpo está naturalmente mais exausto. Mas como o mercado se encontra muito mais exigente, talvez nosso herói ainda não vá para sua casa, antes deverá freqüentar uma escola, afinal só terá recompensa, se houver sacrifício (como se este já não tenha ocorrido até aqui).
Meus caros e amáveis leitores, decidimos hoje homenagear nossos trabalhadores, pois, muito mais que pessoas responsáveis pela sinergia econômica mundial, são seres humanos que abrem mão de tão preciosas jóias como suas famílias, por exemplo, para defender um pedaço do que lhes é ofertado no âmbito da sobrevivência.
Seja o alto executivo que esqueceu da cronologia de sua vida, não sabendo mais onde começa o ser humano e onde acaba a máquina, dialogando solitariamente com um pequeno aparelho sem fio mas com uma conexão universal;
Seja o camponês que coloca sua enxada sobre as costas e anda léguas para arar um terreno alheio, onde dali, contribuirá com uma pequena , mas indispensável, parcela no contexto agroeconômico; Seja a diarista, que prolifera a organização e limpeza de dezenas de residências, enquanto seus moradores também contribuem de forma semelhante, porém em outra esfera;
Seja a mãe executiva, que precisou de um pouco mais de esforço para ocupar a posição atual, e que com sua tripla jornada: a de funcionária, a de esposa e a mais exigente de todas, a de mamãe, tem como seu maior desafio, a busca do equilíbrio destes três pilares, pois precisa ser extremamente competente em todos. Ainda precisa sobrar tempo para sua manutenção estética. E nossas majestosas heroínas conseguem !!
Seja a dona de casa que não encontra reconhecimento público de sua atividade, mas que sem as tais, não teríamos sequer um lar para repousar. Estas, que além de seus incessantes e repetidos afazeres domésticos, ouvem as histórias, desabafos e murmurações de quem chega da rua.
Se você se enquadra no texto acima, considere-se um verdadeiro HERÓI. E estes são os prediletos de DEUS. Lembre-se sempre disso. Parabéns !
Ah! E nunca esqueça de incluir Deus em todos os seus planos.
* Profº Edison Andrades é Psicólogo - Especialista em desenvolvimento profissional e aconselhamento de carreira (Counseling); MBA; Escritor (autor do livro: Como Perder o Emprego (com competência)- Giz editorial); ex-Diretor de RH. É professor universitário atuando nas áreas de Administração e Marketing. Como consultor e palestrante atua em algumas das principais empresas nacionais e multinacionais do país. É palestrante e instrutor organizacional há mais de dez anos, onde destaca-se devido sua performance teatral, motivacional e irreverente ao transmitir conhecimentos. Marque uma consulta e conheça sua metodologia.
contatos: e-mail: edison.andrades@terra.com.br; site: www.edisonandrades.com.br.
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