Em uma decisão controversa, um distrito nos Estados Unidos proibiu a presença da Bíblia Sagrada devido aos versículos muito vulgares ou violentos
Mylena Lira Publicado em 06/06/2023, às 20h48
Em uma decisão controversa, um distrito escolar localizado na região de Davis, com 72 mil alunos, ao norte de Salt Lake City, em Utah, nos Estados Unidos, proibiu a presença da Bíblia Sagrada nas escolas. A medida foi tomada após um pai convencer os conselheiros do distrito a proibir o livro sagrado devido aos "versículos muito vulgares ou violentos para crianças mais novas".
A proibição também se estendeu a outros livros considerados sensíveis, como "Diário Absolutamente Verdadeiro de um Índio de Meio Expediente", de Sherman Alexie, e "Procurando Alasca", de John Green, conforme divulgou a Band. A decisão de proibir a Bíblia e outros livros foi tomada com base em uma lei estadual de 2022 que exige a inclusão dos pais nas decisões sobre o que é considerado material sensível.
Segundo o pai que apresentou o pedido de proibição, a Bíblia contém casos de incesto, prostituição e estupro que são inadequados para crianças mais jovens. Ele afirmou que o livro sagrado "não tem valores sérios para menores" e é pornográfico de acordo com a nova definição adotada.
O distrito escolar também está enfrentando um possível banimento do Livro de Mórmon, que é uma escritura sagrada da religião predominante em Utah. Embora o porta-voz do distrito, Chris Williams, tenha confirmado que alguém apresentou um pedido de revisão, ele não divulgou os motivos alegados para a proibição desse livro em particular.
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A decisão de proibir a Bíblia Sagrada e potencialmente o Livro de Mórmon tem gerado intensos debates na comunidade local. Defensores da medida argumentam que é necessário proteger as crianças de conteúdos violentos e inadequados, enquanto críticos alegam que a proibição viola a liberdade religiosa e o direito à educação.
O caso também levanta questões sobre a linha tênue entre proteger os alunos e restringir a liberdade de expressão e acesso a materiais educacionais relevantes. As autoridades do distrito escolar estão enfrentando uma difícil tarefa de equilibrar essas questões delicadas e encontrar uma solução que seja satisfatória para todos os envolvidos.
Enquanto isso, a proibição da Bíblia e a possível proibição do Livro de Mórmon continuam a gerar acalorados debates sobre liberdade religiosa, censura e educação nas escolas da região de Davis.
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O mormonismo, também conhecido como A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias (em inglês: The Church of Jesus Christ of Latter-day Saints), é uma religião cristã que surgiu nos Estados Unidos no século XIX. Seus seguidores são chamados de mórmons. Os mórmons acreditam que sua igreja foi restaurada pelo profeta Joseph Smith Jr. em 1830.
Segundo a sua doutrina, Joseph Smith teria recebido revelações divinas e traduzido o Livro de Mórmon, considerado um volume de escrituras sagradas, que complementa a Bíblia. Além do Livro de Mórmon, os mórmons também consideram a Bíblia como uma escritura sagrada, mas acreditam que ela foi traduzida de maneira incompleta ao longo dos séculos e que o Livro de Mórmon contém a plenitude do evangelho restaurado.
Os mórmons têm uma estrutura religiosa hierárquica, liderada por um profeta vivo, que é considerado o presidente da igreja. A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias é conhecida por suas crenças distintas, como a prática do batismo pelos mortos, a vida familiar centrada no casamento eterno e a ênfase na autossuficiência e no serviço comunitário.
Atualmente, os mórmons estão espalhados por todo o mundo e a igreja tem milhões de membros. Além da sua prática religiosa, os mórmons também são conhecidos por suas atividades missionárias, em que jovens e casais são enviados para diferentes partes do mundo para compartilhar suas crenças e convidar as pessoas a se juntarem à sua igreja.
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