Brasileiros endividados: quase 80% atrasaram contas em abril, aponta pesquisa

A alta da inflação e a diminuição do poder de compra fez com que o país tivesse muitos brasileiros endividados, no mês de abril de 2022. Uma pesquisa realizada mensalmente pela Confederação Nacional do Comércio de Bens e Turismo (CNC) registrou um recorde de 77,7% das famílias brasileiras, que afirmaram fechar o mês com dívidas a vencer em três em cada dez contas. 

Segundo a pesquisa, foi alcançado o maior nível desde janeiro de 2010, quando começou a série histórica da Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic). No mês de abril do ano passado, a proporção era de 67,5% endividados. 

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Brasileiros endividados entre famílias com renda de até dez salários mínimos 

A pesquisa também mostrou aumento do endividamento das famílias com renda inferior a 10 salários mínimos mensais (12.120 reais), bem como das famílias acima disso. A segunda categoria de famílias apresenta um rácio de endividamento superior, de 78,6%, 10 pontos percentuais superior ao do ano passado. Entre os de maior renda, as dívidas foram 74,5% mais rápidas, um aumento de 11,4 pontos percentuais em relação ao ano anterior.

Segundo o estudo, a alta da inflação "persistente e disseminada (IPCA em 11,3% ao ano), mantém elevadas as necessidades de crédito para recomposição da renda, fazendo com que as famílias encontrem nos recursos de terceiros uma saída para manter seu nível de consumo"

O número de pessoas inadimplentes em contas ou dívidas também atingiu um recorde histórico em 28,6% dos domicílios, 4,3 pontos percentuais acima do índice calculado em 2021, com 10,9% dos domicílios se declarando incapazes de pagar. 

Cartão de crédito: o maior visão do orçamento das famílias brasileiras 

Ainda de acordo com a pesquisa da CNC, o cartão de crédito lidera a lista de débitos a vencer, além de ser a única despesa que cresceu durante o mês passado, chegando a alcançar 88,8% das famílias brasileiras. Em segundo lugar, estão os carnês de loja, com 18,2%, seguido do financiamento de carro (11,2%), crédito pessoal (9,4%) e financiamento de casa (8,3%).

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