Decisão do Banco Central já era esperada. O presidente Lula e ministros do governo criticam a atual taxa de juros. A próxima reuinão do Copom será em maio
Pedro Miranda Publicado em 22/03/2023, às 19h17
Nesta quarta-feira (22), o Banco Central (BC) decidiu manter a taxa Selic em 13,75% ao ano, ou seja, o mesmo nível desde agosto de 2022. A Selic é a taxa básica de juros da economia, que influencia as taxas de juros cobradas por empréstimos e investimentos. A decisão foi tomada em meio a turbulências no sistema bancário global e críticas do presidente Lula e ministros do governo ao atual nível da taxa de juros.
O Comitê de Política Monetária (Copom) explicou que ainda há alguns fatores de risco para o cenário inflacionário, mesmo após a redução da incerteza dos resultados fiscais de curto prazo com a reoneração dos combustíveis.
Entre esses fatores, estão a maior persistência das pressões inflacionárias globais, a incerteza sobre o arcabouço fiscal e seus impactos sobre as expectativas para a trajetória da dívida pública e uma desancoragem maior, ou mais duradoura, das expectativas de inflação para prazos mais longos.
O presidente Lula e ministros do governo criticam a taxa de juros, alegando que ela prejudica o crescimento econômico e a geração de empregos. Por outro lado, o Banco Central sinaliza que manter a Selic em patamares elevados é necessário para controlar a inflação.
+++ Governo federal relança PAA com novidades para a agricultura familiar; confira
O Copom costuma se reunir a cada 45 dias para definir a taxa básica de juros da economia. Esta é a segunda vez que eles se encontram durante o governo Lula e, pela quinta vez seguida, eles decidiram manter a mesma taxa. Essa decisão já era esperada pelo mercado.
A próxima reunião do Copom deverá ser em maio e eles vão avaliar como está a economia e a inflação. Nesta quarta-feira, eles decidiram manter a taxa Selic no mesmo patamar, sendo o mais alto desde 2006. Apesar de não ter mudado, esse é o maior nível para a Selic desde novembro de 2016, ou seja, em mais de seis anos.
No comunicado divulgado após a reunião, o Copom destacou que poderá ajustar a política monetária no futuro, se for necessário. Eles também deixaram claro que não vão hesitar em retomar o ciclo de ajuste se a desinflação não ocorrer como esperado.
+++ Acompanhe as principais informações sobre Sociedade e Brasil no JC Concursos
Sociedade Brasil