O índice de vacinação entre crianças ainda é baixo, com apenas 11,4%. Crianças que tiveram Covid-19 apresentaram mais dificuldades de aprendizado. Vacinas demonstraram segurança e eficácia
Pedro Miranda Publicado em 09/10/2023, às 20h13
A vacinação infantil contra a Covid-19 não apenas ajuda a prevenir casos graves da doença, mas também desempenha um papel crucial na proteção das crianças contra a chamada "Covid longa", que envolve sintomas persistentes após três meses da infecção. Esse é o ponto enfatizado pelo professor Clovis Artur Almeida da Silva, especialista em pediatria da Universidade de São Paulo (USP), durante o Congresso Brasileiro de Reumatologia em Goiânia.
O professor destacou a importância da vacinação, especialmente para crianças com doenças crônicas, como as reumáticas. Segundo ele, as vacinas demonstraram segurança e eficácia, mesmo em pacientes que usam imunossupressores. Embora a resposta imunológica possa ser um pouco menor em alguns casos, as vacinas são eficazes na prevenção da infecção viral.
A Covid longa é caracterizada por sintomas persistentes após a infecção pelo coronavírus ou suas complicações, e pode incluir problemas graves, como miocardite, impactos emocionais e dificuldades de aprendizagem.
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Um estudo realizado pelo Instituto de Pediatria do Hospital das Clínicas da USP identificou sintomas prolongados em 43% das crianças e adolescentes três meses após a infecção, incluindo dores de cabeça, fadiga, falta de ar e dificuldade de concentração.
O professor ressaltou que, no estudo, cerca de 80% das crianças já tinham doenças crônicas antes da infecção pelo coronavírus. Além disso, crianças que tiveram Covid-19 apresentaram mais dificuldades de aprendizado em comparação com aquelas que não tiveram a doença.
Para prevenir a Covid-19 e a Covid longa, é fundamental que as crianças sejam vacinadas. Embora as vacinas estejam disponíveis gratuitamente no Sistema Único de Saúde (SUS) em todo o Brasil, o índice de vacinação entre crianças ainda é baixo, com apenas 11,4% das crianças entre seis meses e cinco anos tendo recebido pelo menos duas doses da vacina, conforme o Observatório de Saúde na Infância (Observa Infância) da Fiocruz.
O professor enfatiza a importância de continuar a vacinação sempre que novas doses e vacinas estiverem disponíveis.
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