Ministério esclareceu que essa atualização não significa o fim imediato da vacina. As coberturas vacinais contra a poliomielite têm apresentado quedas nos últimos anos
Pedro Miranda Publicado em 07/07/2023, às 20h13
O Ministério da Saúde informou que a vacina oral contra poliomielite será gradualmente substituída pela versão inativada a partir de 2024. A recomendação foi debatida e aprovada pela Câmara Técnica de Assessoramento em Imunização, levando em consideração as novas evidências científicas para proteção contra a doença.
O ministério esclareceu que essa atualização não significa o fim imediato da vacina oral, conhecida popularmente como "gotinha". Trata-se de um avanço tecnológico visando aprimorar a eficácia do esquema vacinal. Após um período de transição, as crianças brasileiras que completarem as três primeiras doses da vacina receberão apenas um reforço da forma injetável aos 15 meses de idade.
Atualmente, o reforço aos 15 meses é feito com a vacina oral, mas a recomendação da câmara técnica é que o Brasil adote exclusivamente a vacina inativada poliomielite nesse momento. A forma injetável já é aplicada aos dois, quatro e seis meses de vida, seguindo o Calendário Nacional de Vacinação.
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Com essa atualização, a dose de reforço administrada aos quatro anos não será mais necessária, uma vez que o esquema vacinal com quatro doses garantirá proteção contra a pólio. A decisão considerou critérios epidemiológicos, evidências relacionadas à vacina e recomendações internacionais.
Durante uma transmissão ao vivo pela internet, a ministra da Saúde, Nísia Trindade, apresentou a nova recomendação em parceria com a Sociedade Brasileira de Pediatria. Ela destacou que o governo federal tem como prioridade retomar altas coberturas vacinais, tratando-se de um movimento contínuo e monitorado de perto. A iniciativa não se limita apenas ao Ministério da Saúde, pois envolve também a participação da sociedade.
Embora o Brasil não tenha registrado casos de pólio desde 1989, as coberturas vacinais contra a doença têm apresentado quedas nos últimos anos. No ano passado, a cobertura nacional ficou em 77,19%, bem abaixo da meta de 95% estabelecida para essa vacina.
A vacina inativada é desenvolvida a partir de uma forma enfraquecida ou morta do agente patogênico, seja vírus ou uma bactéria. Essa forma é então introduzida no organismo através da vacinação. O sistema imunológico do corpo reconhece a presença do agente estranho e inicia uma resposta imunológica para combatê-lo.
Essa resposta imunológica desencadeada pela vacina inativada permite que o sistema imunológico "aprenda" a reconhecer e combater o "agente patogênico" em questão. Assim, se a pessoa vacinada pegar a doença no futuro, o sistema imunológico estará preparado para responder rapidamente e combater a infecção, reduzindo a gravidade da doença ou prevenindo-a completamente.
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