A biofábrica terá capacidade para produzir até 100 milhões de mosquitos por semana. Método que bloqueia transmissão da dengue e outras doenças pelo mosquito é usado em 11 países
Pedro Miranda Publicado em 30/03/2023, às 20h19
A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) fechou um acordo com o World Mosquito Program (WMP) para expandir o uso da bactéria Wolbachia no combate à dengue, zika e febre chikungunya. A Wolbachia é capaz de bloquear a transmissão dessas doenças pelo mosquito Aedes aegypti.
A Fiocruz e o WMP vão construir uma grande biofábrica, que terá capacidade para produzir até 100 milhões de mosquitos semanalmente, com um custo de cerca de R$ 100 milhões. A previsão é que a biofábrica entre em operação em 2024, mas ainda não foi escolhida a cidade que irá abrigá-la.
Outros R$ 80 milhões serão destinados para começar de imediato a expansão da produção atual, o que contribuirá para auxiliar estados e municípios no controle das doenças em locais mais críticos.
No Brasil, a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), em parceria com o Ministério da Saúde, iniciou a aplicação do método em 2015, liberando mosquitos em duas áreas pequenas: Jurujuba, bairro de Niterói (RJ), e Tubiacanga, no Rio de Janeiro.
A partir dos bons resultados obtidos nessas localidades, a iniciativa foi expandida para outras áreas das duas cidades e também foi adotada em Campo Grande (MS), Belo Horizonte e Petrolina (PE).
A Wolbachia não é naturalmente encontrada no Aedes aegypti, portanto o método envolve a introdução artificial no organismo do mosquito, mas não inclui nenhuma modificação genética. O objetivo é substituir a população de mosquitos capaz de transmitir doenças por outra incapaz, e não eliminar o inseto do meio ambiente.
O método Wolbachia já é usado em 11 países e começou a ser usado no Brasil em 2015 pela Fiocruz, com bons resultados. Com a expansão do método, espera-se controlar melhor as doenças transmitidas pelo mosquito.
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