Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, voltou a reiterar, na última sexta (28) em São Paulo, que o país está pavimentando o caminho para a queda do juros
Jean Albuquerque Publicado em 30/07/2023, às 09h53
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, voltou a reiterar, na última sexta-feira (28) em São Paulo, a importância da queda do juros, "o dobro do segundo país que mais cobra no mundo".
Haddad afirmou que ainda é preciso que o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central possa baixar a taxa Selic (juros básicos da economia), além de dizer que há "ventos favoráveis" no país para isso.
A declaração foi dada ao comemorar a queda do desemprego e a elevação da nota do Brasil pela agência de classificação de risco Fitch. Em entrevista coletiva, ele afirmou que "a economia está sofrendo um processo de desaceleração por conta do juro real na casa de 10%, o que é quase o dobro do país que mais cobra juros depois do Brasil", afirmou o ministro.
Para ele, "os ventos estão favoráveis. O mundo está olhando para o Brasil com outros olhos e outra percepção. E está mais do que na hora de nós alinharmos a política fiscal e monetária para o Brasil voltar a sonhar com dias melhores”.
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Segundo o ministro, a inflação está sob controle, o que proporciona uma oportunidade excepcional para o Brasil crescer mais e criar mais oportunidades em comparação com outros países.
Haddad afirma que o caminho para reduzir a taxa Selic já está traçado. No início do ano, a dúvida era se a taxa de juros iria cair. O ministro acredita haver bastante espaço para um corte significativo na Selic durante a próxima reunião do Copom, que ocorrerá na terça-feira (1) e quarta-feira (2).
Ele destaca que a taxa de juros brasileira está bem acima do que é considerado neutro pelo Banco Central, que é inferior a 5%. O fato de estarem com o dobro dessa taxa preocupa o governo, pois isso pode levar a uma desaceleração da economia. Portanto, a intenção é retomar o crescimento econômico.
Quando perguntado sobre o número ideal para a Selic, Haddad demonstra otimismo e responde que tem uma ideia em mente. Para alcançar um patamar de juro neutro, é necessário reduzir a taxa de juro real em 5%, o que equivale a dez reuniões do Copom com um corte de meio ponto percentual em cada uma delas.
Ele menciona que o atual presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, tem 12 reuniões do Copom em seu mandato, o que lhe proporciona uma vantagem para atingir essa meta e ainda ficar acima do juro neutro ao final desse período.
Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua) revelou que a taxa de desemprego foi de 8% no trimestre que terminou em junho, representando o menor índice para esse período desde 2014.
Adicionalmente, nesta sexta-feira (28), a agência de classificação de risco DBRS Morningstar elevou a nota de crédito do Brasil de BB (baixo) para BB, mantendo uma perspectiva estável. Essa foi a segunda agência a melhorar a avaliação de risco do Brasil neste ano, após a Fitch ter elevado a nota de BB- para BB com perspectiva estável.
Em junho, a agência S&P também havia melhorado a perspectiva da nota de crédito do Brasil de estável para positiva. O ministro destacou que a DBRS, uma agência canadense, também alterou a nota do Brasil.
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