Conduzida pela Polícia Federal, a investigação desvendou uma tentativa de golpe de Estado. Grupo também monitorou os deslocamentos do ministro Alexandre de Moraes
Pedro Miranda Publicado em 08/02/2024, às 18h30 - Atualizado às 18h40
Uma investigação conduzida pela Polícia Federal (PF) desvendou uma tentativa de golpe de Estado liderada pelo ex-presidente Jair Bolsonaro, que solicitou modificações em um decreto visando essa finalidade.
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De acordo com informações contidas na decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, Bolsonaro teria solicitado mudanças na minuta do decreto, que originalmente incluía a prisão de ministros do STF e do presidente do Congresso Nacional, Rodrigo Pacheco.
O documento aponta que a minuta inicial, apresentada por Filipe Martins, ex-assessor especial da Presidência para Assuntos Internacionais, foi alterada a pedido de Bolsonaro, mantendo apenas a prisão do ministro Alexandre de Moraes e a convocação de novas eleições. Além de Martins, o advogado Amauri Saad também foi alvo da operação.
Após a modificação do texto, Bolsonaro convocou uma reunião com os comandantes das Forças Armadas, pressionando-os a aderirem ao golpe de Estado. O encontro ocorreu em dezembro de 2022, no Palácio da Alvorada, segundo informações da PF.
A investigação também revelou que o grupo monitorou os deslocamentos do ministro Alexandre de Moraes, visando sua eventual captura e detenção em caso de consumação do golpe. Mensagens trocadas entre Mauro Cid, ajudante de ordens de Bolsonaro, e o coronel do Exército Marcelo Camara indicam o monitoramento dos movimentos de Moraes entre Brasília e São Paulo, utilizando o termo "professora" como codinome para se referir ao ministro do STF.
Para as autoridades policiais, o monitoramento demonstra que o grupo tinha intenções reais de subverter o regime democrático, procedendo a eventual captura do Chefe do Poder Judiciário Eleitoral.
O desdobramento dessa investigação suscitou discussões sobre a estabilidade democrática do país e levantou questões sobre a participação de figuras de proeminência política em atividades contra os pilares fundamentais do Estado de Direito.
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