A prévia do IPCA registrou uma desaceleração em junho, enquanto o Banco Central sinaliza possíveis mudanças na taxa básica de juros
Victor Meira Publicado em 27/06/2023, às 10h01
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), considerado uma prévia da inflação oficial, apresentou uma desaceleração em junho. De acordo com as projeções de consenso de mercado, o índice ficou em 0,04%, ligeiramente acima das expectativas que apontavam para 0,03%.
Esses números, divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta terça-feira (27), indicam uma queda em relação ao índice de maio, que foi de 0,51%.
O IPCA-E, acumulado trimestral do IPCA-15, registrou um índice de 1,12% no segundo trimestre deste ano, o que representa uma redução em comparação com a taxa de 3,04% do mesmo período em 2022. Nos últimos 12 meses, a variação do IPCA-15 foi de 3,40%, abaixo dos 4,07% observados nos 12 meses anteriores. Em junho de 2022, a taxa havia sido de 0,69%.
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Apesar da desaceleração da pressão inflacionária, o Banco Central (BC) decidiu, na semana passada, manter a taxa básica de juros, a Selic, em 13,75% mesmo com grande parte da sociedade pedindo a redução dos juros.
Contudo, ainda hoje, o Comitê de Política Monetária (Copom) do BC divulgou a ata de sua última reunião, na qual decidiu, por unanimidade, manter a taxa básica de juros, Selic, em 13,75%. No documento, o Copom admite que o "processo desinflacionário em curso pode permitir acumular a confiança necessária para iniciar um processo parcimonioso de inflexão na próxima reunião".
O comitê ressalta que houve divergência em relação à sinalização dos próximos passos, com alguns membros destacando a necessidade de uma reancoragem das expectativas de inflação a longo prazo e evidências adicionais de desinflação nos componentes mais sensíveis ao ciclo econômico. No entanto, todos concordaram que as decisões futuras dependerão da evolução da dinâmica inflacionária, expectativas de inflação, projeções econômicas, hiato do produto e balanço de riscos.
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Na quinta-feira (29), o Conselho Monetário Nacional (CMN), composto por representantes do Banco Central e do Ministério da Fazenda, se reunirá para debater a meta da inflação. Possíveis alterações nesses números podem influenciar as expectativas em relação à taxa básica de juros.
O mercado aguarda com atenção essa reunião, considerando as indicações do Copom na ata divulgada. A conjuntura atual, marcada por uma desaceleração inflacionária lenta e expectativas desancoradas, exige cautela e parcimônia na condução da política monetária. A estratégia de manter a Selic estável por um período prolongado tem sido considerada adequada para assegurar a convergência da inflação.
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