O irmão da deputada federal Sâmia Bomfim (PSOL-SP), o médico Diego Ralf Bomfim, foi executado a tiros em um quiosque da Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro, com outros dois médicos
Mylena Lira Publicado em 05/10/2023, às 23h16
Na madrugada desta quinta-feira, o irmão da deputada federal Sâmia Bomfim (PSOL-SP), o médico Diego Ralf Bomfim, juntamente com outros dois médicos, Marcos de Andrade Corsato e Perseu Ribeiro Almeida, foram executados a tiros em um quiosque na orla da Barra da Tijuca, zona oeste do Rio de Janeiro.
As vítimas não moravam na cidade, onde foram para participar do 6º Congresso Internacional de Cirurgia Minimamente Invasiva do Pé e Tornozelo (Mifas), cuja cerimônia de abertura foi cancelada devido aos assassinatos. Um quarto médico ficou ferido e foi levado para o Hospital Municipal Lourenço Jorge, também na Barra da Tijuca.
A deputada Sâmia Bomfim utilizou sua conta nas redes sociais para expressar sua gratidão pelo apoio que recebeu após a tragédia. Em uma emocionada declaração, a parlamentar descreveu seu irmão como "o orgulho da família" e expressou a devastação que todos estão enfrentando.
Mais cedo, Sâmia já havia se manifestado por meio de nota divulgada pela também deputada federal Fernanda Melchionna (PSOL-RS). No texto, Sâmia e o companheiro dela, o deputado federal Glauber Braga (PSOL-RJ), pediram uma investigação profunda.
Leia a nota na íntegra:
“Hoje acordamos com a notícia estarrecedora do assassinato de Diego Ralf Bomfim, irmão da companheira e deputada federal Sâmia Bomfim, e mais dois médicos que estavam com ele, Marcos de Andrade Consato e Perseu Ribeiro Almeida. Nos solidarizamos com todos os familiares de todas as vítimas desse crime bárbaro.
Queremos agradecer todas as mensagens de solidariedade e apoio, que vieram de todos os lugares. Evidentemente, Sâmia está devastada nesse momento terrível de perda e dor, assim como o seu companheiro Glauber Braga, que a acompanha neste momento.
Pelas imagens divulgadas pela imprensa, tudo indica que se trata de uma execução. Exigimos imediata e profunda investigação para descobrir as motivações do crime, assim como a identificação e prisão dos executores.
Já pedimos ao ministro da Justiça, Flávio Dino, o acompanhamento do caso pela Polícia Federal e estamos formalizando a solicitação com o ministério.
Fernanda Melchionna,
delegada por Sâmia Bomfim e Glauber Braga”
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O motivo por trás desse brutal crime ainda está sob investigação, mas a deputada e sua família já vinham sofrendo ameaças, o que levanta suspeitas de que o ataque possa ter motivação política. Porém, uma segunda hipótese, não confirmada pela polícia, seria um dos médicos ter sido confundido com o filho de um miliciano, o que teria gerado a execução.
As investigações estão em andamento pela Polícia Civil do Rio de Janeiro, com a Polícia Federal (PF) acompanhando o caso. A investigação também é acompanhada pela 4ª Promotoria de Justiça de Investigação Penal Especializada do Ministério Público do Rio de Janeiro. O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, assegurou que as autoridades estão determinadas a esclarecer o crime e identificar os responsáveis.
“Eles [da PF] estão firmes, junto com a Polícia Civil, com a convicção de que vão elucidar esse crime porque há indicações que podem conduzir à configuração da materialidade da autoria do delito”, afirmou Dino, ao ser questionado sobre o crime durante anúncio de medidas de segurança pública na Bahia.
Até o momento, a zona oeste do Rio de Janeiro já registrou 12 chacinas em 2023, resultando em 43 mortes, incluindo as três vítimas deste trágico incidente. Esses números são baseados em dados do Instituto Fogo Cruzado e marcam a primeira ocorrência desse tipo na Barra da Tijuca em 2023.
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Deputados do PSOL, que foram ao Instituto Médico Legal (IML) a pedido da família de Diego Ralf Bomfim, confirmaram que a deputada Sâmia Bomfim e a família vinham sofrendo ameaças, mas que o motivo do crime ainda é desconhecido.
“É importante, neste momento, a gente ter muita prudência no trato, ter muita cautela no que a gente afirma, para que não gere mais confusão do que o necessário. É um momento triste, a família está muito transtornada, perder um filho com 35 anos. Nossa militância também está indignada e é fundamental a gente entender que foi uma execução, que é um crime bárbaro e cobrar celeridade tanto do governo do Rio de Janeiro, quanto do de São Paulo sobre o fato”, disse o deputado Professor Josemar.
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