Melatonina não é recomendada para o tratamento de insônia, alerta neurologista. Substância é um hormônio produzido naturalmente pelo corpo humano mas precisa de cuidados
Pedro Miranda Publicado em 17/04/2023, às 21h13
Nos últimos anos, a melatonina tem se tornado cada vez mais popular como um suplemento para melhorar a qualidade do sono. A substância é um hormônio produzido naturalmente pelo corpo humano, mas também pode ser encontrada em forma de comprimidos em farmácias e lojas de suplementos.
A melatonina é comumente usada para ajudar pessoas que sofrem com distúrbios do sono, como jet lag ou trabalho noturno. Também pode ser indicada para idosos, com dificuldade em produzir melatonina em quantidades suficientes.
Conforme o Estudo Epidemiológico do Sono de São Paulo (Episono), realizado pelo Instituto do Sono, 45% dos habitantes da cidade de São Paulo apresentam queixas de insônia ou dificuldade para dormir. Além disso, a pesquisa revelou que 15% dos paulistanos sofrem de insônia crônica.
A insônia pode ser caracterizada como a insatisfação em relação à qualidade e/ou quantidade do sono, apresentando diferentes manifestações. A dificuldade em iniciar o sono é conhecida como insônia inicial, enquanto a presença de despertares ao longo da noite é chamada de insônia de manutenção.
Já a insônia do despertar precoce se caracteriza por um despertar antes do horário previsto, com dificuldade em retornar ao sono.
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É importante lembrar que o uso da melatonina deve ser feito sob orientação médica e com a dosagem adequada, já que o excesso pode causar efeitos colaterais como dores de cabeça, náusea e sonolência durante o dia. Além disso, pessoas com certas condições médicas, como diabetes e depressão, devem evitar o uso de melatonina.
“A melatonina não é uma substância recomendada para o tratamento da insônia”, destacou a neurologista Marcia Assis, vice-presidente da Absono à Agência Brasil. “A melatonina é um hormônio e não é utilizada para tratar a insônia”.
A melatonina pode ser indicada para situações médicas específicas e distúrbios do sono, mas deve ser prescrita pelo médico. Ela enfatiza que não é recomendado o uso por conta própria, principalmente para tratar a insônia, pois isso pode apenas mascarar os sintomas e levar a um estado crônico.
É preciso tomar cuidado também com a qualidade dos suplementos de melatonina disponíveis no mercado, já que alguns podem ter concentrações mais baixas ou contaminação por metais pesados. Por isso, é recomendável procurar marcas confiáveis e certificadas pela Anvisa.
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