Segundo a Anvisa, a partir de fevereiro, cidadãos já vão poder comprar os autotestes da Covid-19, que não servirão como documento oficial para afastamento do trabalho ou viagens aéreas
Mylena Lira | redacao@jcconcursos.com.br Publicado em 30/01/2022, às 17h58 - Atualizado às 18h15
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou, em reunião realizada na última sexta-feira, 28 de janeiro de 2022, a comercialização e o uso de autotestes da Covid-19. A iniciativa vem após o avanço da variante Ômicron no Brasil, altamente contagiosa, o que aumento de forma significativa do número de novos casos da doença no país.
Apenas no sábado (30), o Brasil registrou 179.816 novos casos de Covid-19, segundo o boletim epidemiológico do Ministério da Saúde. O documento informa 640 óbitos em 24 horas. Ao todo, 25.214.622 pessoas foram infectadas pela doença no país até agora.
O autoteste da Covid-19 poderá ser realizado por qualquer cidadão, sem a necessidade de auxílio de um profissional da saúde. Isso significa que a pessoa que supeitar ter contraído a doença poderá fazer o teste sozinha, em sua residência, sem a ajuda de terceiros. Até agora, os testes só poderiam ser aplicados por profissionais de saúde ou trabalhadores de farmácias.
Durante a reunião, transmitida ao vivo pelas redes sociais da Anvisa, a diretora Cristiane Rose Jourdan afirmou que "o produto de diagnóstico in vitro na forma de autoteste pode representar excelente estratégia de triagem e medida adicional no controle da pandemia, principalmente nesse momento em que o contágio pela doença é grande e muitas pessoas não conseguem ter acesso aos testes pelo SUS ou por laboratórios na rede privada”.
O objetivo é permitir o acompanhamento das condições da doença e evitar a sua disseminação. O interessado pode fazer o autoteste e, se acusar positivo, imediatamente passar por consulta médica para confirmar o resultado por meio do exame PCR. Além disso, os autotestes da Covid-19 podem evitar a transmissão, uma vez que o infectado vai conseguir usar o autoteste para verificar se ainda está com a carga viral ou se já pode sair de casa, após o período de quarentena recomendado pelo médico.
De acordo com a Anvisa, os autotestes podem ser adquiridos apenas em farmácias e estabelecimentos de saúde licenciados para comercializar dispositivos médicos. A agência disponibilizou um site para consulta dos locais autorizados a vender.
Porém, no momento, os autotestes da Covid-19 ainda não estão sendo vendidos. Isso porque os fabricantes desse produto terão de entrar com pedido de registro junto à Anvisa. Mas a previsão é a de que os novos testes cheguem ao mercado a partir de fevereiro. O preço ainda é desconhecido, mas a expectativa é a de que custem menos do que os testes que só podem ser aplicados por trabalhadores de farmácias atualmente.
Os autotestes são indicados para aplicação quando uma pessoa apresenta sintomas de covid-19. Nessa situação, o recomendado é realizar o teste entre o 1º e 7° dia de sintoma.
Também é recomendado fazer o autoteste da Covid-19 quando houve contato com alguém que teve resultado positivo para um exame de diagnóstico. Nesse caso, o autoteste deve ser aplicado a partir do 5º dia do contato.
Ao testar positivo para Covid-19, é preciso se isolar imediatamente, mesmo se não apresentar sintomas, e avisar as pessoas com quem teve contato recente. Contudo, o diagnóstico efetivo só pode ser realizado por um profissional de saúde.
Assim, a Anvisa também orienta procurar um exame de diagnóstico, como o PCR feito por médicos e enfermeiros, para descartar um possível falso positivo do autoteste, que serve apenas como triagem e permite o isolamento precoce, quebrando a cadeia de transmissão do vírus.
Vale ressaltar que o autoteste da Covid-19 não servirá como documento oficial para:
Já em caso de resultado negativo, a orientação da Anvisa é reforçar as medidas de prevenção (uso de máscara, distanciamento social, lavar as mãos e/ou usar se não houver sintomas e realizar um novo autoteste ou um exame de diagnóstico caso os sintomas apareçam.
Segundo a Anvisa, apenas os tipos de teste de antígeno poderão ser autorizados para uso por leigos como autoteste, mas a agência não definiu um procedimento padrão. Portanto, poderão existir autotestes da Covid-19 distintos e cada fabricante deverá explicar como funcionará o seu teste.
O teste de antígeno é feito da coleta do material no fundo do nariz ou da boca. Ele identifica sinais de anticorpos gerados pelo corpo após a infecção. Por outro lado, o teste RT-PCR registra a presença do material genético do coronavírus, por isso é mais preciso.
Já vendidos na Europa, alguns autotestes da Covid-19 oferecem um kit com um swab, espécie de cotonete, um líquido reagente e um aparelho para testar. Nesse tipo de autoteste, de forma resumida, o cidadão deve esfregar o "cotonete" no interior das narinas, depois inserir e mexer o swab no líquido por um tempo determinado e, por fim, pingar esse líquido na plataforma que indicará se o resultado é positivo (dois traços) ou negativo (um traço apenas), como ocorre com alguns testes de gravidez.
*Com informações da Agência Brasil
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