A Abras destaca que todos os indicadores estão deflacionados pelo IPCA. As carnes foram os produtos com maior redução de preços no mês de junho
Pedro Miranda Publicado em 27/07/2023, às 16h00
O consumo nos lares brasileiros registrou uma alta de 2,47% no primeiro semestre, de acordo com dados da Associação Brasileira de Supermercados (Abras). Comparado ao mesmo mês do ano anterior, a taxa de crescimento foi ainda maior, chegando a 6,96% em junho.
Esses indicadores abrangem diversos formatos de loja, como atacarejo, supermercado convencional, loja de vizinhança, hipermercado, minimercado e e-commerce. A Abras destaca que todos os indicadores estão deflacionados pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), medido pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
A medida traz uma perspectiva mais realista dos impactos econômicos nas famílias. Segundo Marcio Milan, vice-presidente da Abras, o consumo manteve um crescimento consistente e gradual ao longo do semestre, beneficiado pela redução do desemprego, reajustes salariais e a consolidação dos programas de transferência de renda.
Ele ainda ressalta que, com a menor pressão da inflação sobre a cesta de alimentos, é esperado um aumento contínuo do consumo nos próximos meses, especialmente em datas importantes que incentivam as compras, como o Dia dos Supermercados, a Black Friday e as festas de fim de ano.
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O aumento do consumo foi influenciado por diversos fatores, incluindo o montante de cerca de R$ 85,4 bilhões em recursos provenientes de programas de transferência de renda do governo federal, como o Bolsa Família, o Primeira Infância, o Benefício Variável Familiar e os Auxílios Gás.
Além disso, os reajustes do salário-mínimo, bolsas da educação, dos servidores civis do Poder Executivo e outros pagamentos como restituição de imposto de renda e antecipação do 13º de aposentados e pensionistas do INSS também contribuíram para o aumento do consumo.
A pesquisa da Abras também aponta que o valor da cesta de 35 produtos de largo consumo apresentou uma queda de 1,75% no semestre. As carnes foram os produtos com maior redução de preços no período, enquanto alguns itens básicos, como óleo de soja e café, tiveram quedas expressivas.
Por outro lado, produtos de higiene e beleza, como sabonete e papel higiênico, registraram aumento de preços. Em termos regionais, a maior queda no indicador ocorreu na Região Norte, seguida pelo Centro-Oeste, Nordeste, Sudeste e Sul, indicando que o consumo está se expandindo de forma mais homogênea por todo o país.
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