Editais foram lançados há cerca de três semanas e integram 1.200 vagas que serão abertas em 2012 pela corporação, para cinco diferentes funções. Cespe/UnB tem grau considerável de dificuldade
Redação Publicado em 30/03/2012, às 14h34
A Fundação Universidade de Brasília (Cespe/UnB) foi definida para organizar os primeiros concursos da Polícia Federal (PF), para os cargos de agente de polícia federal e papiloscopista policial federal.
Os editais foram lançados há cerca de duas semanas e integram o total de 1.200 vagas que serão abertas pela corporação para cinco diferentes funções, ao longo de 2012. Os próximos processos seletivos serão para delegado de polícia federal, perito criminal federal e escrivão de polícia federal.
Com a definição, tudo o que resta ao candidato é começar - ou dar continuidade - os estudos o quanto antes. É bom lembrar que a data de realização dos exames está prevista para 6 de maio, restando pouco mais de um mês para a preparação.
O JC&E consultou professores dos cursinhos da Rede LFG para reforçar aos candidatos tudo o que deve ser priorizado durante o procedimento de estudos.
Análise e dificuldade
O professor Flávio Daher, que também é delegado federal, lembra que o Cespe/UnB é uma organizadora que se diferencia de outras entidades, como a Cesgranrio e a FGV, por conta dos métodos de avaliação. “Eles não cobram muito a doutrina. Dão maior destaque à jurisprudência, à legislação seca”, exemplifica.
Ele reforça que não há uma diferença de peso entre as disciplinas abordadas no conteúdo programático e que não é permitido errar todas as questões de uma só matéria, para então compensar acertando todas em outra. “O peso está na distribuição das questões (em cada disciplina, separadamente), então quanto maior for o número de questões, maior a margem de erros permitidos”.
“O Cespe/UnB não costuma trabalhar com questões óbvias. Eles investem muito em originalidade e procuram utilizar questões e temas que não tenham sido colocados antes (em provas anteriores)” destaca o professor. Para isso, ele reforça a estratégia de analisar as provas aplicadas pela organizadora anteriormente, para ajudar o candidato a entender o nível de dificuldade das abordagens.
Normalmente, os exames do Cespe/UnB contam com grande número de questões e o candidato deve se precaver para isso. “São provas cansativas e exaustivas”, lembra o professor. Por isso, um bom preparo físico e psicológico é o mais indicado para os momentos antes e durante a realização das provas.
Intensivão
Embora os concursandos tenham pouco tempo de estudo, o professor, mestre e doutor em direito, Marcelo Bórsio - também coordenador da Rede LFG e delegado da PF, afirma que ainda há tempo para os que não começaram a estudar para se preparar para as provas em maio. “A ordem é dedicação integral a partir de agora”, lembra o docente.
Estudar todos os dias, o dia todo. Tirar férias, se possível. “Não é época para se divertir. Quem realmente quiser, vai ter que se esforçar bastante. Será difícil, mas não impossível”, determina Bórsio.
Conteúdo
Segundo ele, o conteúdo para os candidatos a papiloscopista sofreu mudanças, em comparação ao último concurso promovido pela PF. “A disciplina de identificação criminal foi incluída e deverá possibilitar ao candidato conhecer o básico para a função”.
No caso dos agentes, Bórsio pede maior atenção para as questões de noções de administração - que deverão receber mais itens, desta vez - além da área de contabilidade, com apurações contábeis, que normalmente já possuem conteúdo mais complexo. Ele também pede mais atenção com o processo penal.
Legislação especial
O docente chama a atenção para o conteúdo da chamada legislação especial, uma novidade para este novo concurso. “Na última, foram questões para cinco ou seis diferentes leis. Agora, será necessário saber muito sobre a legislação”, reforça.
O destaque é para a lei 7.102/1983, que estabelece regras para a segurança privada, provavelmente com o objetivo de organizar as ações durante a Copa do Mundo de 2014. Outro que merece cuidado é a lei 10.357/2001, que fala de produtos químicos e ajudará no trabalho da PF, no que diz respeito ao combate à fabricação de entorpecentes. Também com vistas à Copa e às Olimpíadas de 2016, o professor pede atenção significativa ao conteúdo da lei 6.815/1980, voltada ao tratamento destinado aos estrangeiros.
“(O candidato) vai ter que se debruçar ainda mais na parte de legislação especial, além daquilo já previsto, como drogas, controle de armas, crimes ambientais, criança e adolescente, entre outros”.
George Corrêa
A Polícia Federal tem origem em 10 de maio de 1808, quando a Intendência-Geral de Polícia da Corte e do Estado do Brasil foi criada, por D. João VI. O órgão tinha as mesmas atribuições que tinha em Portugal. Com o decreto 6.378, de 28 de março de 1944, a antiga Polícia Civil do Distrito Federal, que funcionava no Rio de Janeiro, no governo de Getúlio Vargas, foi transformada em Departamento Federal de Segurança Pública (DFSP), subordinado ao Ministério da Justiça e Negócio Interiores. Posteriormente, em 13 de junho de 1946, com o decreto-lei 9.353, foi atribuída competência ao DFSP, em todo território nacional, para serviços de polícia marítima, área de fronteiras e apurações de diversas infrações penais.