Educação a Distância (EAD): a modalidade de ensino que mais cresce no Brasil

Novas ferramentas tecnológicas enriquecem o ambiente virtual do aluno e auxiliam na evolução da Educação a Distância (EAD) no país

Camila Diodato   Publicado em 05/08/2019, às 09h00 - Atualizado às 09h02

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Devido à crise financeira no país, economistas já apontaram este não será um ano fácil e, por conta desse cenário, a expectativa é de que a população busque um aprimoramento profissional. Paralelamente a isso, cresceu a procura pela educação a distância (EAD) no Brasil.

Além da qualificação profissional, um dos motivos para o crescimento da educação a distância é o aumento de sua credibilidade. Segundo uma pesquisa encomendada no pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) ao Ibope, 79% dos brasileiros com mais de 16 anos de idade acreditam que a EAD é uma solução para levar educação a mais pessoas. O levantamento foi realizado com 2.002 entrevistados de 143 municípios.

De acordo com a conselheira da Abed e coordenadora do CensoEAD.BR, professora Ivete Palange, “muitas empresas hoje realizam treinamentos a distância e assim tem diminuído o preconceito em relação à EAD. Fora isso, os alunos de EAD costumam ser organizados, possuem disciplina para o estudo e costumam ser proativos”.

O diretor de educação a distância da Universidade Metodista de São Paulo, Luciano Sathler, também concorda que a EAD tem tido cada vez mais credibilidade. “O preconceito da EAD diminuiu à medida que aumentou o número de pessoas formadas nessa modalidade que tiveram sucesso”, explicou.

Antes vista com olhares preconceituosos, a EAD conquistou a confiança das pessoas e das empresas, pois muitos dos profissionais que fizeram essa modalidade mostraram que são tão competentes quanto os do ensino presencial. Outro motivo para o aumento de sua credibilidade é que o trabalhador brasileiro quer progredir na carreira, mas o tempo é dividido em tantas tarefas – profissão, transporte, família, casa – que não tem disponibilidade para se deslocar a um local físico.

Luciano Sathler comentou que tanto na graduação quanto na pós, no caso da Metodista, o perfil do aluno da EAD é bem parecido: pessoas mais experientes, que costumam ter família e que buscam se atualizar para avançar na carreira.

Mas, apesar de ser direcionada, principalmente, para as pessoas com falta de disponibilidade para se deslocar a uma sala de aula, essa modalidade de ensino requer que o aluno faça uma rotina de estudo, contendo o que estudar e em qual tempo.
Formada em tecnologia em marketing, a consultora de vendas Regina Célia Sanches disse que na hora de escolher o curso optou por um semipresencial, pois não tinha tempo. “Como eu queria ter formação na área e não dispunha de horário para ir todos os dias para a faculdade, decidi que o semipresencial era a melhor opção. Ia duas vezes por semana para a faculdade e nos outros dias preparava uma rotina de estudo com o material disponibilizado no ambiente virtual”.

Tipos de cursos a distância e vantagens 

Hoje, as instituições de ensino disponibilizam cursos gratuitos e pagos 100% a distância, semipresencial ou com algumas aulas no ambiente on-line. E tais cursos podem ser síncronos ou assíncronos, ou mesmo apresentar os dois tipos de treinamento. Enquanto os cursos síncronos dependem que os participantes iniciem e terminem as tarefas em datas e horários especificados, os assíncronos permitem que as atividades sejam finalizadas de acordo com a disponibilidade de horário do estudante.

Já que o mundo exige aperfeiçoamento e atualização constante na área de atuação, a EAD surgiu como uma maneira para atender essa necessidade. Dentre suas diversas vantagens, Ivete Palange indicou que a educação a distância não tem fronteiras (você pode morar em uma cidade pequena e realizar um curso de uma instituição que tem sua sede em uma metrópole e até mesmo realizar cursos em universidades internacionais); é flexível (possibilita estudar na hora e local que desejar); amplia a rede de contatos (um curso de EAD costuma ter alunos de vários locais, inclusive de outros países, e com o mesmo interesse); permite seguir um curso com seu próprio ritmo; e permite o desenvolvimento da autonomia e maior independência para o estudo.

Novas tecnologias 

Em meio a tantas novidades tecnológicas no mundo, o aprendizado ficou mais acessível à população. Tablets, chats, fóruns, videoaulas, ambientes virtuais, videoconferências, aplicativos e redes sociais são só algumas das ferramentas que deixaram a educação a distância mais interativa e participativa, o que facilita o ensino.

Para Sathler, “a medida que as pessoas utilizam as novas ferramentas tecnológicas para acessar o conteúdo e dialogar à distância, isso facilita a convergência digital da EAD no Brasil e no mundo”.

Ou seja, com a evolução das tecnologias de informação e comunicação, o conteúdo passou a ser acessado de maneira mais rápida e em um ambiente mais interativo e inovador. Com isso, nota-se que um dos primeiros passos para essa mudança de interação ocorreu com a propagação da banda larga, o que possibilitou o aumento da velocidade da internet, que antes era discada. Segundo um relatório divulgado em 2014 pela Akamai Technologies, empresa especializada em análises da internet mundial, a velocidade média da internet no Brasil é de 2,7 mbps, sendo que, em países como a China, corresponde a 65,4 mbps.

O Brasil ainda não apresenta uma internet tão rápida como de outros países, mas, assim que tal tecnologia chegar, novas formas de ensino podem começar a ser formadas, já que, com uma maior velocidade, os estudantes terão a oportunidade de acessar conteúdos pesados simultaneamente.

Li-Fi: a solução para a internet do futuro

Já pensou em se conectar à internet por meio da luz? Com a evolução das tecnologias isso será possível. A proposta já foi apresentada ao mundo pelo físico alemão Harald Haas. Haas mostrou a solução para a internet do futuro: o sistema Li-Fi, ou “Light Fidelity”, que viria para substituir o Wi-Fi. Essa tecnologia transmite dados por meio de luz, ou seja, para receber e enviar comunicação de dados é necessário a utilização de uma lâmpada LED, que pode ser regulada a um ponto invisível aos olhos.

Há alguns anos atrás, foi publicado no IEEE Photonics Technology Letters que cientistas da Universidade de Oxford conseguiram atingir uma nova meta de velocidade: 224 Gbps (gigabits por segundo). Para se ter uma ideia, as mais rápidas conexões de internet Wi-Fi chegam a 600 Mbps e com a velocidade alcançada pela tecnologia é possível que 18 filmes de alta definição (cerca de 1,5 GB) sejam baixados em apenas um segundo.
Embora ainda tenha de percorrer um longo caminho até se tornar produto comercial, o Li-Fi será a solução para a internet do futuro e para novas formas de comunicação. 

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